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01/09/2012 - 08:43

Apimec Nacional divulga Carta do 22º Congresso Apimec

Leitura do documento foi realizada no dia 31 de agosto (sexta-feira), durante encerramento do encontro, e contou com a participação da CVM e da Anbima.

Durante dois dias – 30 e 31 de agosto (quinta e sexta-feira) –, analistas, investidores e demais profissionais estiveram reunidos em São Paulo, na Fecomércio, para discutir os rumos do mercado de capitais brasileiros. Sob o tema "o Brasil no longo prazo”, a 22ª edição do Congresso Apimec debateu os cenários de macroeconomia e política, projetos e financiamento de infraestrutura, o amadurecimento do mercado de capitais brasileiro e seu impacto no valuation e custo de capital, os desafios dos novos pronunciamentos do IASB (International Accounting Standards Board), perspectivas do setor para os próximos anos, estratégias de investimento e gestão de carteiras, e a incorporação da sustentabilidade nas decisões de investimentos.

O evento contou com a participação de renomados profissionais dos mercados financeiro e de capitais, como Denise Pauli Pavarina, presidente da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais); Luiz Pereira, diretor de Normas do Banco Central do Brasil; Otávio Yazbek, presidente interino da CVM (Comissão de Valores Mobiliários); Mauro Cunha, presidente da AMEC (Associação de Investidores no Mercado de Capitais); Luciano Almeida, presidente da Investe São Paulo; Regina Nunes, presidente da Standard and Poor's no Brasil e na Argentina; Esteves Pedro Colnago Junior, diretor de Programa da Secretaria-Executiva do Ministério da Fazenda; Cristiana Pereira, diretora de Desenvolvimento de Empresas da BM&FBovespa; entre tantos outros.

A íntegra da Carta, lida por Lucy Sousa, presidente da Apimec Nacional.

Carta do 22º Congresso Apimec: O Brasil no Longo Prazo.

Estamos encerrando a 22ª edição do Congresso Apimec, no qual discutimos o "Brasil no longo prazo” que queremos.

A Apimec está sempre aperfeiçoando suas ideias e abrindo espaço para que os analistas e demais profissionais de investimentos debatam seus objetivos, considerando o seu papel estratégico de interface entre as empresas e os investidores – sejam eles institucionais, estrangeiros ou pessoas físicas.

Existe a consciência dos importantes desafios que vem pela frente.

Na 'Tarde dos Analistas' debatemos as novas técnicas de avaliação efetivamente voltadas para o futuro. Discutimos também a respeito da consolidação do processo de convergência contábil com as mudanças que entrarão em vigor a partir de 2013. Outros desafios são a inserção dos princípios de sustentabilidade nos processos de decisão de investimento e a adoção do relatório integrado de empresas.

Por tudo isso, o processo analítico deve buscar sempre o caminho eficaz da síntese como forma de contemplar premissas e variáveis de análise mais abrangentes e complexas exigidas pela diversidade de interesses dos públicos e instituições investidoras.

Como consenso, ficou a crítica ao curto "prazismo” e o ruído de comunicação entre analistas sell side e buy side.

Deve ser estimulada a participação efetiva da iniciativa privada e do mercado de capitais no processo de desenvolvimento econômico. Deve ser dada significativa atenção a processos consistentes de abertura de capital, atraindo também empresas de menor porte. É essencial a diversificação da oferta de produtos e serviços orientados para projetos de infraestrutura com horizonte de longo prazo, como, por exemplo, a tão abordada debênture de investimentos em infraestrutura.

Em suma, o padrão de investimento para empresas e projetos deve que se fundamentar mais em um mercado de capitais com uma perspectiva mais ampla e menos dependente do BNDES, o que demanda o fortalecimento do mercado secundário de valores mobiliários e títulos privados, questão já debatida em vários eventos do setor.

Ficou claro que o Brasil está cumprindo etapas cruciais para alcançar uma etapa superior para o seu desenvolvimento sustentável, como a estabilização econômica, o aperfeiçoamento das instituições, o crescimento generalizado da renda pessoal e o início da inserção efetiva do país na economia mundial.

O que estamos discutindo nesse novo momento brasileiro é um upgrade na geração de poupança interna, no volume de investimento em infraestrutura e inovação tecnológica. É necessário que haja um maior equilíbrio macroeconômico entre consumo, investimentos e carga tributária e fiscal.

Defendemos uma reforma tributária, dentro do princípio da máxima transparência, para acabar com a injusta, pesada, obscura e viesada estrutura de impostos do país. Nunca é demais repetir que temos uma das mais altas cargas fiscais do mundo.

O Banco Central tem sido competente na redução da SELIC, com a queda de 12% para a histórica taxa de 7,5% em um ano, mas isso dever vir junto com outras políticas de governo, onde as instituições com mandatos autorregulatórios estão prontas a dar a colaboração necessária para apoio ao desenvolvimento dentro de uma visão de longo prazo.

Chegou a hora de enxergar o futuro dando a definitiva prioridade ao princípio da inovação para alcançarmos o status de um Brasil sustentável, com indicadores econômicos e sociais, em consonância com as tendências mundiais e não abaixo delas. Temos referências ambientais bem superiores à média mundial e isso exige uma enorme responsabilidade no uso de seus recursos naturais.

O Brasil não deve ir atrás de paradigmas de crescimento sem limite. Somos diferentes, temos nossos limites e nossas responsabilidades. Se o história pode nos ensinar alguma coisa é que "todo excesso de natureza econômica geralmente resulta em excessos na direção contrária” e quem sofre geralmente não está associado às causas do problema.

É importante destacarmos as mudanças demográficas em curso na sociedade brasileira. Destacam-se a desaceleração da natalidade e da formação de jovens para o mercado combinado com um aumento expressivo da taxa de longevidade – que geram desequilíbrios na dinâmica do mercado de trabalho e na crescente participação da previdência social no desempenho fiscal dos poderes públicos em todos os níveis.

Esta tendência é irreversível e deve merecer atenção especial quanto à dinâmica das mudanças econômicas.

Em termos estruturais, os enormes problemas que o Brasil ainda apresenta são também grandes oportunidades de realizações.

Infraestrutura econômica e social incompatível com nossas necessidades de desenvolvimento. Ineficiência energética, onde existe uma enorme oferta de recursos desperdiçados.

Educação, sempre em crise, esperando a sua vez de tornar-se prioridade para cumprir os objetivos de formar cidadãos e profissionais qualificados para mais exigente. Destacamos a enorme relevância da educação e previdência para as novas gerações.

Investimentos incipientes em ciência e tecnologia, o que torna o Brasil um país pouco relevante em matéria de inovação e dependente de transferência de tecnologia.

A possibilidade do uso responsável e sustentável dos recursos naturais como fator relevante no desenvolvimento econômico. Do ponto de vista político e institucional, a Apimec apoia toda e qualquer proposta visando à melhoria dos padrões éticos da política e da gestão pública no Brasil.

Lorde Keynes disse que "em longo prazo estaremos todos mortos”. Mas também estava preocupado com a "economia dos nossos netos”. É esta a visão da Apimec: fazer agora, de forma sustentável, para garantir o futuro.

No encerramento do congresso convidarem para o 23º Congresso a se realizar em Porto Alegre.

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