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04/09/2012 - 07:59

Hormônios gastrointestinais no controle da glicemia

Médicos da Unicamp realizam estudo inédito sobre a ação de hormônios digestivos no controle do diabetes.

O diabetes se caracteriza pela elevação dos níveis de glicose (açúcar) no sangue. O distúrbio ocorre quando há diminuição ou perda da capacidade do pâncreas de produzir insulina, hormônio responsável pela diminuição das taxas de glicose na corrente sanguínea. O diabetes tipo 2 é a forma mais comum da doença - representa cerca de 90% dos casos – e está relacionado à obesidade, ao sedentarismo e a uma alimentação inadequada, além de fatores genéticos.

Se não for controlado, o excesso de glicose no sangue pode levar, com o passar dos anos, a complicações graves como ataque cardíaco, derrame cerebral, insuficiência renal e a amputação de membros. A medicina ainda não encontrou uma cura para o diabetes, mas o controle da glicemia pode ser alcançado por meio de mudanças na alimentação, da prática de exercícios físicos e do uso de medicamentos. O médico endocrinologista leva em conta as características de cada paciente ao definir a estratégia do tratamento.

Dr. Bruno Geloneze é endocrinologista e pesquisador nas áreas de obesidade e diabetes pela UNICAMP. O médico lidera um estudo inédito realizado no Laboratório de Investigação em Metabolismo e Diabetes (LIMED), da própria universidade, sobre a influência dos hormônios gastrointestinais, ou incretinas, nas taxas de glicemia em pacientes com diabetes tipo 2.

O estudo, batizado BRAINS (Brazilian Incretin Study), abrange pesquisas publicadas em teses de mestrado, doutorado e em revistas científicas especializadas. O mais recente estudo realizado no LIMED - que será publicado em uma tese de mestrado de um dos pesquisadores - apresenta um dado inédito sobre a relação entre o diabetes e a obesidade:

“Existe uma enzima presente no organismo, denominada DPP-4, que bloqueia a ação de hormônios gastrointestinais importantes no controle da glicemia, conhecidos como GIP e o GLP-1. Observamos que pacientes obesos, em especial com obesidade abdominal, apresentam maiores concentrações de DPP-4 na corrente sanguínea. A enzima e sua atuação já eram conhecidas, mas agora comprovamos que há uma relação direta entre a quantidade de gordura abdominal e os níveis da substância no organismo. Identificamos uma base fisiológica para a melhora no controle das taxas glicêmicas da maioria dos pacientes submetidos a tratamentos baseados na inibição da DPP-4”, afirma o endocrinologista.

O especialista explica que os hormônios GIP e GLP-1 são importantes no controle da glicemia por dois fatores: por serem responsáveis por ‘avisar’ ao pâncreas que ele deve produzir insulina quando a taxa glicêmica está elevada; e por bloquearem a produção de glucagon, um hormônio produzido no fígado e que contribui para a elevação dos níveis glicêmicos. Segundo Dr. Geloneze os diabéticos idosos, em especial, apresentam uma maior deficiência na produção do GLP-1. “Por esta razão, o tratamento desses pacientes deve estar bem fundamentado em explorar o aumento dos níveis do hormônio no organismo”, afirma.

Hipoglicemia: um desafio ao tratamento-Uma das complicações mais importantes relacionadas ao tratamento do diabetes diz respeito à hipoglicemia, ou à baixa taxa de açúcar no sangue. Parece contraditório, mas o problema pode surgir em decorrência da tentativa de baixar os níveis de glicose no organismo do diabético. Quando esta taxa desce demais, pode trazer consequências como a perda de consciência ou, em casos mais raros, lesões cerebrais permanentes ou até mesmo a morte. De acordo com Dr. Geloneze, o risco de hipoglicemia é reduzido nos tratamentos com base na inibição da DPP-4:

“O medicamento atua apenas quando a quantidade de glicose no sangue está alta, em consequência de uma refeição ou de qualquer outro fator. É o que chamamos de mecanismo ‘glicose-dependente’. Quando a taxa glicêmica sobe, os hormônios GIP e GLP-1 enviam ao pâncreas o sinal para que o mesmo produza insulina. Porém, parte da ação desses hormônios é bloqueada pela enzima DPP-4, que promove sua destruição. Ao inibirmos a enzima, os hormônios exercem suas funções com maior intensidade e por mais tempo. Quando os níveis de glicose estão sob controle, a liberação dos hormônios ocorre, mas estes não atuam na redução da glicose. Sendo assim, o medicamento inibidor da DPP-4 não ‘trabalha’ quando o nível glicêmico está controlado, o que reduz as chances de hipoglicemia”, explica o especialista.

Outra característica desta abordagem no controle do diabetes tipo 2 está relacionada à ausência de ganho de peso dos pacientes. “O diabético deve manter seu peso corporal sob controle. Algumas linhas mais antigas de tratamento podem levar ao ganho de peso, porém o mesmo não ocorre com aquelas baseadas na inibição da DPP-4”, afirma Dr. Geloneze.

Segundo o médico é possível associar estratégias complementares à inibição da enzima para o controle da glicemia, como o uso de medicamentos voltados para a melhora na ação da insulina e a diminuição da produção de glicose pelo fígado. “Ao utilizarmos mecanismos distintos e complementares para o controle glicêmico do paciente aumentamos as chances de sucesso no tratamento”, completa.

A Merck é a mais antiga indústria farmacêutica e química do mundo. A companhia une essa tradição com a busca constante por inovações nos segmentos em que atua. Com forte presença global, a Merck, fundada na Alemanha há mais de 340 anos, hoje está presente em 67 países e distribui seus produtos em mais de 150. A empresa possui visão de longo prazo e prioriza a pesquisa e o desenvolvimento de inovações nas indústrias farmacêutica e química.

Desde 1995, a empresa possui cerca de 30% do seu capital total cotado na Frankfurt Stock Exchange. Os demais 70% pertencem à família Merck, descendente do fundador. Atualmente, a empresa conta com cerca de 40 mil colaboradores distribuídos por 67 países. A receita total do grupo em 2011 cresceu 11%, ultrapassando os € 10 bilhões. No quarto trimestre de 2011, com um total de € 2.6 bilhões da receita, obteve crescimento de 3,1% em relação ao mesmo período de 2010.

A Merck atua no Brasil desde 1923 e é uma das dez maiores indústrias farmacêuticas do país, de acordo com o IMS Health. Sua sede é no Rio de Janeiro, onde fica também a fábrica de medicamentos. A área Química está localizada na capital paulista e conta com uma planta em Barueri e um depósito em Cotia, na Grande São Paulo. No Brasil, a empresa tem cerca de 1.100 funcionários.

A Merck trabalha em duas frentes, farmacêutica e química, e busca o equilíbrio nesses negócios. A área farmacêutica é composta pelas divisões Merck Serono - de medicamentos de prescrição e Genéricos – e Produtos de Consumo (Consumer HealthCare). Já a Química compreende as divisões Merck Millipore, com portfólio completo de soluções para análises em laboratórios de pesquisa ou controle de qualidade em indústrias ou instituições de saúde; e Performance Materials, com pigmentos industriais, ativos e pigmentos cosméticos oferecidos para diversos segmentos, como o de cosméticos, automotivo e de tintas especiais.

A Merck conta com um Programa de Responsabilidade Social Corporativa que tem como princípio o compromisso com os funcionários, com a sociedade e com o meio ambiente. O objetivo é contribuir tanto com a melhoria da qualidade de vida de seus funcionários – através de uma série de iniciativas e programas específicos – como proporcionar a inclusão de pessoas com deficiência e crianças e jovens em risco social. Dessa forma, a Merck colabora a partir do apoio a projetos e ações que valorizam a cultura e a cidadania.

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