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06/09/2012 - 10:08

Atletas paralímpicos quebram paradigmas e ainda nos surpreendem

Os primeiros Jogos Paralímpicos (Paralimpíada) foram realizados em 1960, em Roma. Da mesma forma que o Parapan é a versão dos Jogos Pan-Americanos para atletas com deficiências físicas, visuais ou mentais, os Jogos Paraolímpicos representam a versão dos Jogos Olímpicos para atletas com essas deficiências.

O neurologista Sir Ludwig "Poppa" Guttmann é considerado o pai dos Jogos Paraolímpicos. Guttmann nasceu na cidade de Toszek, na época pertencente à Alemanha (hoje é parte da Polônia). Fugindo da perseguição aos judeus, migrou para a Inglaterra em 1944. Quatro anos depois, começou a realizar competições com veteranos da II Guerra Mundial com lesões na medula. O sucesso da competição levou à realização de uma competição mundial nos mesmos moldes das Olimpíadas. Em 1960, aconteceu a primeira versão dos Jogos Paralímpicos em Roma e, em 1976, dos Jogos Paralímpicos de Inverno em Örnsköldsvik, na Suécia.

As modalidades hoje em disputa são Arco e Flecha, Atletismo, Basquete em cadeira de rodas, Bocha, Ciclismo, Esgrima, Futebol de 5, Futebol de 7, Goalball, Halterofilismo, Equitação, Judô, Natação, Rúgbi, Tênis de Mesa, Tênis em cadeira de roda, Tiro, Vela e Vôlei.

Superando as limitações -A grande diferença é que na Olimpíada, até pouco tempo atrás, não seria possível pessoas com deficiência participarem do evento. No entanto, neste ano de 2012 tivemos duas pessoas com deficiências físicas que conseguiram superar essa limitação, obtendo memoráveis feitos: Oscar Pistorius e Natalia Partyka, ambos deficientes físicos.

Oscar Pistorius, atleta sul-africano de 25 anos, nasceu em Joanesburgo e teve as duas pernas amputadas abaixo dos joelhos, quando tinha 11 meses de idade, por causa de uma doença congênita (é deficiente físico adquirido de MMII / biamputado abaixo do joelho). Mesmo assim, se tornou corredor de provas de velocidade, como 100, 200 e 400 metros, além dos revezamentos, na Paralimpíada. Em 2012, foi convidado para correr em Londres por não haver representatividade de seu pais na modalidade. Porém, na prova de 4 x 400 metros, o atleta conseguiu índice olímpico!

Pistorius recebeu a autorização para competir contra atletas não portadores de deficiência em 2008, quando o Tribunal Arbitral do Esporte julgou que as próteses não lhe davam vantagem sobre seus adversários. Às vésperas de sua primeira Olimpíada, o sul-africano ficou em segundo lugar na prova dos 400 metros disputada na Itália. Fez o tempo de 46s56 e só ficou atrás do norte-americano Calvin Smith, com 45s52.

Nesta sequência dos Jogos Olímpicos, temos que entender que o processo é de superação, que representa para o ser humano uma barreira ultrapassada, obstáculos vencidos, mesmo com dificuldades. A palavra superação deriva da latina superatione, cuja sinonímia representa o ato ou efeito de superar.

E após entender o que representa esta palavra, podemos pensar a mesatenista Natalia Partyka começou ainda em Sidney, em 2000, quando competiu na Paralimpíada com apenas 11 anos. A polonesa não tem a mão e parte do braço direito - nasceu com uma amielia.

Nas Olimpíadas de Londres, Partyka competiu com a dinamarquesa Mie Skov, no que poderia ser apenas mais uma competição. Mas não foi só isso, pois seu desempenho refletiu a superação e conquista de direitos e igualdades, quebrando as barreiras de preconceito, estigma e incapacidades das pessoas que portam algum tipo de deficiência. Com limitações físicas visíveis, Natalia chamou a atenção dos espectadores. Principalmente pelo fato de ter ganho o confronto por 4 a 3 (5-11, 11-3, 12-10, 8-11, 9-11, 11-7 e 11-9). Mas infelizmente, quando enfrentou a holandesa Jie Lí, Partyka perdeu.

Entretanto, o histórico da mesatenista é de sucesso, pois foi medalhista de ouro e prata por equipes nas Paralimpíadas em Atenas, 2004, além de ganhar o ouro também em Pequim, 2008. Quatro anos mais tarde, surpreendeu o mundo ao disputar os Jogos Olímpicos por equipes.

Espero que num futuro muito próximo possamos não mais nos surpreender com feitos como este, pois deveriam ser comuns. Mas para isso devemos rever conceitos e regras a serem transcritas de uma maneira onde a igualdade por oportunidades seja mais acessível a todos, sem distinção.

. Por: Chrystianne Simões Frug, professora mestre do Curso de Educação Física da Universidade Presbiteriana Mackenzie, na disciplina de Educação Física Adaptada.

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