BNDES do século 21

Este ano o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) comemora 60 anos de atuação. Mas será que temos motivos para comemorar a sua administração? Desde a sua criação o que era para ser “o banco do povo e para o povo” vem atraindo a atenção internacional e provocando polêmicas com as suas atuações cada vez mais amplas no financiamento da expansão de multinacionais brasileiras e no papel de apoiador da política industrial do governo brasileiro.

Ao que tudo indica mais polêmicas estão por vir nos próximos dias, pois alguns grupos estão se organizando para lançar uma campanha pedindo a responsabilidade judicial do BNDES pelas violações de direitos dos trabalhadores e das populações atingidas por empreendimentos financiados pelo banco. As ONG’s e movimentos sociais ligados à rede conhecida como Plataforma BNDES, por exemplo, apoiam a iniciativa e defendem que realmente não há muito o que comemorar.

Por outro lado, sabemos que a teoria do BNDES é um verdadeiro exemplo positivo para muitos países em desenvolvimento. O seu papel torna-se importantíssimo para o crescimento do país e muitos cidadãos sentem os reflexos da sua atuação, ou pelo menos deveria sentir.

A revista britânica The Economist é um dos veículos da imprensa internacional que vêm analisando o papel atual do BNDES. Para a revista, a instituição cresceu rápido demais e ajudou o Brasil a produzir um novo modelo de política industrial do século 21. Milagre ou superação?

Pois é exatamente este crescimento “rápido demais” que vem levantando suspeitas de várias ONGs, que cobram do Governo mais transparência na Instituição. Em comparação com outros países, a Índia, por exemplo, teve muitos bancos de desenvolvimento, mas deixou boa parte extinta. Já a China possui bancos estatais até maiores do que o BNDES, mas só o Brasil tem um banco que traz tanto impacto em uma economia de mercado globalizado.

. Por: Izilda Maria,Gerente regional da rede de supermercados Comper do Centro-Oeste.