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13/09/2012 - 09:50

Melhoria contínua é o caminho para soluções mais sustentáveis

A sustentabilidade pode ser entendida como uma ciência em constante evolução, longe de ser um conceito estático ou que sustente a afirmação: “Somos uma organização sustentável”. No entanto, outra afirmação tem se tornado regra: as empresas que adotam melhores práticas de gestão estão à frente de outras que não o fazem. Estas últimas, por sua vez, poderão até ser extintas mais rapidamente do mercado.

Para entender a constante evolução dessa nova ciência e, consequentemente, saber qual a melhor "régua" para medi-la, é preciso utilizar ferramentas de gestão para avaliar e planejar a evolução da sustentabilidade, tendo em vista que o processo de melhoria contínua nunca se interrompe ao longo da cadeia produtiva. Sempre será necessário produzir, mas sempre será possível inovar e melhorar a sustentabilidade dos produtos, serviços e processos.

Todo produto ou processo que já é considerado bom pode ainda ser aperfeiçoado. Uma das alternativas para isto é a ruptura da fronteira tecnológica por meio da inovação, da gestão do conhecimento e dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento. O surgimento dos motores bicombustíveis é um bom exemplo desta ruptura tecnológica. A próxima ruptura, talvez seja a introdução em grande escala dos veículos elétricos. Ferramentas de medição da sustentabilidade do berço ao túmulo, baseadas na Análise do Ciclo de Vida (ACV), é que devem nortear os processos de melhoria contínua em busca de soluções mais sustentáveis.

A ecoeficiência, ferramenta de gestão para medir e avaliar a sustentabilidade é uma das soluções que pode auxiliar empresas a compreender, enriquecer e gerenciar produtos e processos produtivos. De acordo com o World Business Council for Sustainable Development (WBCSD), a ecoeficiência é atingida quando os produtos e serviços trazem qualidade de vida para as pessoas, atendendo às necessidades individuais a preços competitivos e com menores impactos ambientais. Além disso, para um produto ou processo ser considerado mais ecoeficiente, é necessário que respeite a capacidade e os limites de produção de recursos do planeta Terra, produzindo o suficiente para atender às necessidades humanas e, ao mesmo tempo, garantir a possibilidade do desenvolvimento das gerações futuras, por meio do uso de recursos de fontes renováveis.

Outro aspecto importante tem sido a evolução das próprias ferramentas de gestão, que estão mais completas a cada dia. Assim, surgiu a socioecoeficiência, ferramenta de gestão que inclui a análise de indicadores sociais, além dos indicadores ambientais e econômicos, já considerados na análise de ecoeficiência.

A revista MIT Sloan Management Review (http://sloanreview.mit.edu), da Sloan, conceituada escola norte-americana de gestão integrada ao Massachusetts Institute of Technology (MIT), publicou em 2011, em parceria com a Boston Consulting Group, pesquisa baseada em três mil entrevistas feitas com líderes de empresas globais. De acordo com o estudo, em 2009, apenas 25% dos entrevistados afirmaram que suas iniciativas em sustentabilidade estavam em crescimento. Já em 2010, este número pulou para 59%, com perspectivas de crescimento para 70% em 2011.

Tal pesquisa aponta que o nível de investimentos das organizações em suas plataformas de sustentabilidade tem aumentado gradativamente e que não é apenas um modismo. Ou seja, é uma ciência em evolução, com boas perspectivas de crescimento, pois contribui para a excelência operacional nas empresas. No entanto, será efetivamente alcançada apenas quando não for mais vista apenas “como algo desejável para o bem do planeta” e que “só contribui para aumentar o preço dos produtos e serviços para os consumidores”. Aliás, se um projeto em prol da sustentabilidade gerar aumento de custo, certamente ele não pode ser considerado sustentável, destacando aqui que “preço” é algo bem diferente de “custo ao longo do ciclo de vida”.

.Por: Roberto Araújo, diretor-presidente da Fundação Espaço ECO.

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