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14/09/2012 - 07:58

“O Brasil deu certo. Falta ficar rico”, afirma Maílson da Nóbrega


Em palestra na CIC, ex-ministro da Fazenda defendeu que para ser uma potência mundial, o País precisa fazer o dever de casa na educação e na infraestrutura e realizar as reformas tributária, política, fiscal e trabalhista.

O ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega fez uma análise da crise mundial e projetou os cenários mundial e brasileiro em palestra na Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC) na noite do dia 12 de setembro (quarta-feira). Em parceria com a CIC, o economista foi convidado pelo escritório Martinelli Advocacia Empresarial para uma palestra de caráter beneficente, em comemoração aos 15 anos da banca de advogados. Entre várias afirmações, Maílson da Nóbrega foi enfático ao dizer que “o Brasil deu certo. Falta ficar rico”.

A palestra: Crise mundial e Euro -Para Maílson da Nóbrega, o Euro deve prevalecer, pois é um projeto profundo e tem a ver com as guerras travadas na Europa. Ele percebe que as lideranças europeias estão cientes de que o colapso da moeda colocaria em marcha o renascimento das velhas inimizades. “A volta às antigas moedas seria uma catástrofe. Há riscos, mas também há vontade política para salvar o Euro,” sustentou.

Em sua opinião, a Europa está pagando um alto preço por introduzir uma moeda única antes de ter um governo central forte, união bancária (regulador único) e mecanismos para lidar com as crises dos bancos (capacidade de agir rapidamente).

Cenários de crescimento no mundo -Segundo o ex-ministro, a Europa terá um longo ciclo de baixo crescimento (com exceções); os EUA apresentarão uma recuperação lenta e retomada mais clara em 2013; e a China vai desacelerar suavemente. Sua taxa de crescimento será alta, mas cadente, afirmou.

Brasil mais resistente-O economista acredita que o País está mais resistente porque possui sistema financeiro sólido e bem regulado; estabilidade macroeconômica (câmbio flutuante, metas para a inflação e superávits primários no setor público); situação externa confortável (reservas internacionais superiores à dívida externa); e grau de investimento (selo de qualidade para a gestão macroeconômica).

Governo Lula-Maílson ironizou e ao mesmo tempo saudou o fato de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter mantido a política econômica de seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso. “A grande contribuição do presidente Lula foi não ter feito nada na economia”, disse.

Perda da competitividade-Conforme o ex-ministro, a economia perde dinamismo, principalmente na indústria. Ele observou que o mundo vem se desindustrializando desde o século 19. Enquanto o segmento industrial cresce menos que o PIB, os serviços despontam no País. Em sua análise a perda da competitividade está associada ao custo trabalhista, resultado da valorização do câmbio. “O consumo está crescendo mais rápido que a oferta”, avaliou. Além disto, Maílson salientou que ao não realizar reformas como a tributária, fiscal, política e trabalhista, o crescimento fica estagnado.

Projeções econômicas para 2012 e 2013-A partir da estabilidade econômica brasileira, Maílson fez projeções para este ano e para o próximo. Para 2013 ele imagina que o PIB seja de 3,8%; inflação de 5,5%; taxa de desemprego de 5,5%; massa salarial de 4,7%; juros a 9%; taxa de câmbio a 2,10%; e balança comercial de US$ 15 bilhões, puxada pelo agronegócio.

O Brasil que deu certo-Sob a ótica do ex-ministro da Fazenda, o Brasil deu certo basicamente porque possui instituições fundamentais consolidadas e outras características. Ele citou como diferenciais brasileiros: democracia, judiciário independente, Banco Central autônomo, imprensa livre e independente, sociedade intolerante à inflação, disciplina de mercado, previsibilidade e capacidade de detectar e corrigir erros.

Porém, o risco para o futuro está na perda de oportunidades, consequência da ausência de reformas e falta de competitividade, e no baixo crescimento. “Dá para encarar o futuro do Brasil com otimismo”, definiu.

Educação-Maílson destacou que o problema e o maior desafio do Brasil é melhorar o Ensino Fundamental, com foco na qualidade, a exemplo das grandes potências mundiais que fizeram o dever de casa na educação. “O Brasil precisa de uma revolução no ensino para ser um país rico. Não é gasto, é gestão!”, enfatizou ele.

Ele ressaltou que é preciso que os governos concentrem os esforços na educação de crianças que tenham entre 2 e 8 anos. “Estudos indicam que quem não aprendeu neste período, dificilmente aprenderá depois, por isso o Bolsa Família é uma iniciativa que pode dar resultado. Ao garantir que essas crianças permaneçam na escola, diminuímos as chances de pobreza do futuro”, indicou.

Reforma tributária-Em sua concepção, a chance de uma reforma tributária no Brasil é zero, pois falta uma grande liderança para defender o movimento. Para Maílson, o principal foco é o ICMS, que, sob seu ponto de vista, não tem salvação. O economista sugeriu a criação de um imposto único, o Imposto de Valor Agregado nacional (IVA), como ocorre em países desenvolvidos.[www.cic-caxias.com.br].

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