É Preciso Cuidado com as Instalações Elétricas

Instalações elétricas mal feitas estão entre as principais causas de incêndio no Brasil, segundo estatísticas do Corpo de Bombeiros. Como em qualquer etapa de uma construção, essas instalações devem ser planejadas e executadas por profissionais habilitados. Os dados são tão alarmantes, que tramita no Congresso um projeto de lei para obrigar prédios com mais de 20 anos de construção a fazerem uma vistoria periódica em sua estrutura e instalações. “Os prédios antigos não foram preparados para receber tantos equipamentos quanto temos hoje em dia. É fundamental que haja manutenções preventivas para diminuir esse risco”, defende Agostinho Guerreiro, presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ).

O engenheiro eletricista Luiz Antônio Cosenza, coordenador da Comissão de Análise e Prevenção de Acidentes (Capa) do Crea-RJ, lembra que tão importante quanto o planejamento são os materiais empregados, que devem ser de qualidade, confeccionados dentro das determinações das normas técnicas. Além disso, somente engenheiros e técnicos eletricistas habilitados (com registro no CREA) possuem a formação necessária e conhecimento da norma NBR 5410, que específica as instalações elétricas de baixa tensão. “É importante fazer uma revisão das instalações elétricas em um intervalo de 10 a 15 anos. No caso de mudança, é importante chamar um engenheiro eletricista ou um técnico em eletrotécnica para avaliar as condições das instalações”, orienta.

Erros mais comuns-De acordo com Cosenza, os problemas mais comuns são sobrecarga dos circuitos; ligação em um mesmo disjuntor de dois aparelhos que exijam circuitos individuais, como chuveiros e torneiras elétricas; troca do chuveiro por um mais potente sem verificar se a instalação elétrica suporta a potência do novo produto; e utilização de tomada em chuveiros e aquecedores elétricos que exigem ligação direta. “Esses problemas são decorrentes, principalmente, da falta de habilitação do profissional responsável pela instalação”, explica.

Outro cuidado necessário é estabelecer a carga ideal para a instalação de cada grupo de aparelhos, como tomadas e pontos de luz, chuveiros, aparelhos de ar-condicionado, ferro elétrico, máquina de lavar e microondas. Equipamentos de maior consumo devem ser ligados em circuitos exclusivos e, caso haja contato com água, deve ser utilizado dispositivo diferencial residual (DR). Chuveiros, banheiras, secadoras de roupa, entre outros, são alguns pontos que merecem atenção. “A idéia é proteger o usuário de choques que podem ser fatais ou, no mínimo, muito desagradáveis”, diz o engenheiro.

Instalações auxiliares-Além das instalações elétricas, é importante planejar também as demais instalações eletro-eletrônicas, como telefone, televisão, interfone, computador e segurança, que podem exigir ou não tubulações exclusivas. Alguns aparelhos, como centrais telefônicas, acesso à internet e dispositivos de televisão e segurança precisarão também de proteção contra raios. “Se a fiação está aquecendo ou aquece tubulações e parede, se os disjuntores desligam, se ao ligar o ar condicionado ou qualquer outro aparelho a iluminação fica fraca deve-se providenciar a revisão das instalações elétricas para evitar incêndio”, alerta Cosenza.

Garantias de segurança-É importante ressaltar que o registro da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) de cada projeto e do serviço de instalação elétrica no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia deve ser exigido. A ART garante que no caso de alguma falha no projeto ou na instalação, o consumidor possa exigir os seus direitos junto aos órgãos de defesa do consumidor e junto ao Crea, além da responsabilidade civil e/ou criminal, como indenização e penalização caso ocorra algum dano por erro técnico.