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22/09/2012 - 07:17

Informação e entretenimento com segurança a bordo


Com a evolução da tecnologia móvel, sistemas de imagem, conectividade, audiovisual, e acesso à banda larga, uma série de atrativos a bordo do veículo disputa a atenção do condutor com o volante, muito embora seu uso seja permitido apenas para outros ocupantes ou com o veículo parado. Seja por meio de gadgets pessoais transportados no veiculo ou acessórios embarcados, a premissa de que “se não está escrito não é proibido” não conforta os engenheiros, que, apaixonados pela tecnologia, são desafiados a criar novos conteúdos com interface homem/máquina sem prejudicar a atenção de quem conduz o veiculo.

O ato de dirigir falando ao celular e o vício quase incontrolável - e cultural – de equipar o carro com acessórios xing ling com vídeo, navegação e acesso à internet, são muito comuns no Brasil, onde há poucos dados estatísticos que relacionem tais hábitos à ocorrência de acidentes. Quanto representaria em termos de espaço de frenagem em uma emergência o risco de responder dirigindo a um SMS com um simples ok?

Nos Estados Unidos, agências como a NTSB (National Transportation Safety Board) e NHTSA (National Highway Traffic Safety Administration) têm estatísticas que provam a relação entre hábitos dos motoristas e acidentes. Naquele mercado OEM (Equipamentos Originais de Fábrica), o foco dado aos conteúdos tecnológicos embarcados é o de monitorar o motorista e o ambiente para evitar tais ocorrências.

Bem, uma coisa é evitar a distração, outra é impedir que a tecnologia eletrônica móvel seja trazida para dentro do veículo pelo condutor, em seus celulares, smartphones e tablets. Seu filho é multitarefa? Ouve música, faz o trabalho escolar enquanto está no chat das redes sociais, pesquisa na Internet e fala pelo skype? Espero que ele não leve esse hábito ao volante. Montadoras, como a Toyota, que criou em 2011 o Collaborative Safety Research Center, uma divisão para o avanço da tecnologia de segurança dedicada a aprender como motoristas de automóveis se envolvem em acidentes, estão preocupadas com esse tema.

Avanços já foram alcançados e ainda estão em curso, como o sistema de reconhecimento de voz, em português brasileiro, uma forma muito mais segura de interação com os novos conteúdos do que os displays multitoques e outras formas touch screen. Dentro do veículo as intuitivas HMI (Human Machine Interface) permitem a operação espontânea e cega do controle, deixando o motorista pronto para qualquer reação ao inesperado. Botões rotativos, pequenos joysticks, e botões nos volantes, que chamamos de haptics, são dispositivos inseridos no cockpit do veículo para que o motorista interaja sem se distrair da direção.

Para a engenharia, a responsabilidade de agregar conteúdo tecnológico ao automóvel é um desafio diário que vai muito além da informação e do entretenimento a bordo. Temos muito a fazer em sistemas avançados de assistência ao motorista, cujo desenvolvimento visa à redução de acidentes e também de sua gravidade. Falo de sistemas de alerta ao condutor e também de autônomos, que tomam decisões para a condução segura do veículo, como as tecnologias anticolisão que monitoram o ambiente e podem frear independentemente do motorista ou mesmo reduzir a velocidade, caso do ACC (Adaptative Cruise Control).

Apaixonado por tecnologia ou por carros, em breve tudo convergirá para o interior do seu veículo. Conectado à nuvem, a uma rede social da própria montadora, do clube de proprietários da marca ou do modelo do veículo, quem sabe. Mas com segurança, isso sim, acima de tudo.

. Por: Ricardo Takahira, diretor do comitê Telemática e Infotainment do Congresso SAE BRASIL 2012

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