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17/10/2007 - 10:13

Transtorno de estresse pós-traumático em vítimas de seqüestro

Longe de ser praticado apenas contra os ricos, o seqüestro — relâmpago ou com cativeiro — é hoje um crime que atinge todas as classes sociais e provoca danos psicológicos profundos. Na obra, o maior especialista brasileiro no tema auxilia profissionais e vítimas a lidar com o trauma.

A situação nas grandes metrópoles – e, cada vez mais, também nas cidades pequenas – é permeada pela insegurança. A violência urbana é uma realidade concreta, e dia-a-dia multiplicam-se suas vítimas. Dentro desse contexto, o crime do seqüestro encontra terreno fértil – ampliando sua área de ação, aperfeiçoando seus métodos e cercando a população, tolhida em sua liberdade de ir e vir. O psiquiatra Eduardo Ferreira-Santos debate esse tema oportuno e atual no livro Transtorno de estresse pós-traumático em vítimas de seqüestro (160 pp., R$ 32,90, Summus Editorial). Ele trata do transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), um grave distúrbio psicológico que pode acometer as vítimas de seqüestro.

Para construir seu livro, Ferreira-Santos – um dos maiores especialistas brasileiros em TEPT e coordenador do Grupo Operativo de Resgate da Integridade Psíquica (Gorip), que funciona no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – partiu da constatação de que o atendimento às vítimas, no que diz respeito aos transtornos psíquicos decorrentes da agressão, praticamente inexiste. Segundo o autor, em comparação com a “proteção” dada por organizações de direitos humanos a seqüestradores e demais delinqüentes, a atenção dada às verdadeiras vítimas dessa “guerra civil” é pouca ou quase nenhuma.

O psiquiatra explica que, ao contrário do que ocorre em alguns países, no Brasil não há programas sociais para esses casos. “Mesmo entre profissionais — médicos, psicólogos, psiquiatras — existe bastante desinformação sobre o transtorno de estresse pós-traumático. Nosso intuito, com o Gorip, é sensibilizar as pessoas sobre o problema e sobre a necessidade de tratamento específico para as vítimas de seqüestro”, explica.

O grau de dano moral, psicológico e financeiro que o seqüestro causa à vitima, à sua família e às pessoas próximas é pouco conhecido da maioria da população. “Nos casos mais graves, o indivíduo se torna incapacitado para prosseguir com sua vida, muitas vezes não sai de casa, não trabalha mais, não se relaciona; isso é muito sério”, afirma o autor. A frase das vítimas que melhor exprime o tamanho do problema, segundo ele, é: “Ninguém é mais a mesma pessoa depois de passar por uma experiência de seqüestro”.

Outro aspecto importante é a escassa bibliografia científica a respeito do tema, sendo que a existente se refere muito mais ao agente agressor (seqüestrador) e à sua “vitimização social” do que ao agredido e sua família. Essa carência, somada à grande experiência e ao profundo conhecimento de Ferreira-Santos, torna o livro uma referência para psicoterapeutas, psiquiatras e demais profissionais da área que lidam com pacientes atingidos pelo distúrbio.

A obra também pode ser lida por pessoas que passaram pela experiência de seqüestro e por advogados, estudantes e profissionais da área de segurança pública. Juristas e responsáveis pelo desenvolvimento de políticas públicas, especialmente, encontrarão no livro informações que ajudarão a compreender os efeitos do seqüestro em toda sua amplitude social e embasar o tratamento adequado da questão no âmbito institucional.

Em 160 páginas, o livro traz um panorama do seqüestro no Brasil e no mundo e aborda aspectos históricos, conceituais, neurobiológicos, psicodinâmicos e sociais do TEPT. O autor também apresenta uma pesquisa com vítimas realizada na FMUSP e propõe a psicoterapia breve como forma de ajudar o paciente e seus familiares a curar suas feridas.

O autor - Eduardo Ferreira-Santos é psiquiatra e psicoterapeuta de adultos e adolescentes. Formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, em 1977, especializou-se em Psiquiatria. É médico-supervisor no Serviço de Psicoterapia do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas (HC) da FMUSP, onde coordena um grupo de atendimento a vítimas de seqüestro que desenvolveram o transtorno de estresse pós-traumático. É mestre em Psicologia Clínica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e doutor em Ciências Médicas pela FMUSP. Além do trabalho no HC e em consultório particular, atua como professor convidado em várias universidades, institutos e associações médicas e psicológicas, onde ministra palestras e aulas sobre diversos temas da especialidade. É autor de vários outros livros, entre eles Psicoterapia breve — Abordagem sistematizada de situações de crise (Ágora).

. Editora: Summus Editorial,160 páginas, por R$ 32,90 | ISBN: 978- 853230403 - 2 | Atendimento ao consumidor: (11) 3865-9890 | Site: www.summus.com.br

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