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12/10/2012 - 07:19

Quem paga a conta?

No Brasil, os últimos meses do ano são marcados pelas intensas chuvas e, consequentemente, aumento do nível da água nos reservatórios utilizados pelas usinas hidroelétricas. Porém, se a meteorologia continuar imprevisível, este trimestre pode não ser tão úmido quanto o esperado pelo mercado livre de energia, especialmente no curto prazo.

Medido pela soma do PLD (Preço de Liquidação da Diferença) e do ágio (prêmio pela operação), o preço da energia continua volátil e, nas semanas anteriores, obteve desempenho além do estimado quando em comparação ao mesmo período de 2011. Isso pode ser notado ao analisarmos os números: na primeira quinzena de outubro deste ano, o valor recente ultrapassou a marca de R$ 200 por MW/h. Num período considerado “normal”, a ideia é que essa marca estivesse na casa dos R$ 140,00.

Para se precaver dessa oscilação, é recomendável pensar sempre em longo prazo. Afinal de contas, não é convencional tomar decisões importantes, como investir em novos maquinários, da noite para o dia, não é mesmo? A mesma linha de raciocínio deve ser seguida quando o assunto é energia, um insumo indispensável em praticamente todas as atividades corporativas.

Dimensionar o gasto anual da planta fabril, encontrar os pontos de desperdício, em que processos é possível reduzir o consumo sem perder a eficiência são tópicos importantes ao mapear o comportamento energético de uma empresa, independentemente do seu ramo de atividade.

Assim como em uma indústria têxtil tem responsáveis por tecidos, estampas, corte e design, o setor de energia, apesar de estar presente no dia a dia de todos, é necessário ter profissionais-chave para lidar com tramites legais deste mercado. Neste caso, os mais indicados são os gestores de comercializadoras credenciadas nos órgãos competentes, por exemplo, CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica).

Como em outras áreas, o segmento também sofre com profissionais oportunistas e sem experiência para administrar corretamente um suprimento tão importante para o desenvolvimento econômico, ecológico e industrial de um país. Ao contratar agentes com este perfil, as empresas esquecem de se questionar: quem pagará esta conta? A companhia ou os clientes?

.Por: Mikio Kawai Jr., economista pela FEA-USP (1995), mestre em economia pela Unicamp (1999 - dissertação sobre gestão de riscos) e Advanced Executive Management pela IESE Business School (Espanha 2011). Iniciou a carreira no mercado financeiro em bancos de investimentos, tanto nacional como estrangeiro, migrou para o mercado de energia na sua genese, em 1998, tendo trabalhado na CPFL Energia ate 2004, atuou como gerente de suprimento de energia na AES Brasil, gerente de operações na Openlink (Nova York e SP). Desde 2008 ocupa o cargo de diretor executivo do Grupo Safira.

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