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17/10/2012 - 08:01

Indústria paulista deve fechar 2012 com 80 mil empregos a menos,mas “o pior já passou”, diz diretor da Fiesp

Para Paulo Francini a expectativa é de que a taxa de emprego em 2012 termine “de maneira razoavelmente melancólica”.

A indústria paulista não criou vagas de trabalho em setembro, uma vez que demissões no setor sucroalcooleiro anularam a geração de empregos no mês, informou a Federação e o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo – Fiesp e o Ciesp no dia 16 de outubro (terça-feira). E a esperada recuperação da atividade no setor manufatureiro está acontecendo com intensidade abaixo do esperado. A avaliação é do diretor de Economia das entidades, Paulo Francini, que espera um cenário mais otimista em 2013.

O diretor estimou que até o final deste ano a indústria paulista terá demitido entre 75 e 80 mil empregados, o equivalente a uma queda de 3%. Segundo levantamento da Fiesp e do Ciesp, a variação do emprego ficou negativa em 0,28% no mês passado em relação a agosto, na leitura com ajuste sazonal.

“Nota-se uma melhoria, porém, de intensidade menor do que gostaríamos”, afirmou. Ele ponderou, no entanto, que a tendência para o próximo ano é de uma recuperação mais forte na geração de emprego.

“Devemos assistir certa estabilização e um pequeno aumento do nível de emprego no ano que vem. Eu diria que o pior já passou; o que é uma mensagem otimista. O futuro há de ser melhor”, afirmou o diretor.

Ganhos ao longo do tempo-Francini avaliou que o conjunto de medidas de incentivo à produção industrial, incorporado pelo governo, entre elas a redução contínua da taxa básica de juros Selic e o Programa de Investimentos em Logística, deve abrir portas para mudanças positivas na atividade da indústria brasileira, mas que esses esperados ganhos serão contabilizados ao longo do tempo.

Ao anunciar a redução na última quarta-feira (10), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deu continuidade a um ciclo de mais de um ano de cortes consecutivos da taxa.

“A redução da Selic veio pra ficar. Acredito não há risco de a taxa voltar a crescer”, ponderou Francini sobre o corte da Selic para 7,25% ao ano.

Sobre o Programa de Investimentos em Logística, lançado pelo governo em agosto deste ano, Francini acredita que o plano de aplicar R$133 bilhões na reforma e construção de rodovias federais e ferrovias é importante “mas para isso gerar atividade econômica de fato tem um tempo a decorrer, 12 meses no mínimo, talvez 18 meses para ocorrer as primeiras licitações.”

A pesquisa-No acumulado do ano a indústria paulista gerou 25 mil empregos, com uma variação positiva de 0,95% para o período, com ajuste sazonal. Apesar de positiva esta é a menor taxa de criação de vagas desde 2006, início da pesquisa, com exceção da crise de 2009, quando índice computou perdas de 1,51% no acumulado daquele ano.

Na leitura dos 12 meses, houve o fechamento de 76,5 mil postos de trabalho, um recuo de 2,85% em relação ao mesmo período imediatamente anterior.

A demissão de 1.278 empregados por parte do setor de açúcar e álcool em setembro anulou a criação dos 1.278 postos de trabalho pela indústria restante.

Setores e regiões-Das atividades analisadas no levantamento, 11 apresentaram efeitos negativos, nove fecharam o mês em alta e duas ficaram estáveis. Os setores de Confecção de Vestuários e Acessórios e de Fabricação de Coque, Produtos Derivados do Petróleo e de Biocombustíveis apresentaram as maiores quedas em setembro, com -1% e -0,5% respectivamente.

Já os segmentos de Bebidas e Móveis apuraram ganhos no mês de 1,5% e 0,9% respectivamente. A pesquisa mostra ainda que das 36 regiões analisadas, 17 apresentaram quadro negativo, 12 ficaram positivas e sete regiões encerraram o mês estáveis.

Matão foi a cidade que apresentou a maior alta com taxa de 2,36% em setembro, impulsionada por Produtos Alimentícios (11%) e Produtos de Metal, exceto Máquinas e Equipamentos (0,30%). A região de Santo André registrou ganho de 0,92% também sob influência positiva dos setores de Produtos de Metal, exceto Máquinas e Equipamentos (2,57%) e Produtos de Minerais Não Metálicos (2,16%). Enquanto São Caetano do Sul subiu 0,62%, influenciado por Máquinas e Equipamentos (0,69%) e Produtos de Metal, exceto Máquinas e Equipamentos (2,4%).

Entre as cidades com desempenho negativo, destaque para Cubatão que computou a queda mais expressiva do mês com 1,96%, abatida pelas perdas em Celulose, Papel e Produtos de Papel (-7,32%) e Metalurgia (-3,01%). Santos fechou o mês com baixa de 1,14%, pressionado pelo desempenho ruim dos setores de Confecção de Artigos do Vestuário (-8,03%) e Produtos Químicos (-5,04%). São José dos Campos encerrou setembro também com queda de 0,85%, com perdas em Produtos de Borracha e Material de Plástico (-2,44) e Produtos Alimentícios (-2,10%).

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