Página Inicial
PORTAL MÍDIA KIT BOLETIM TV FATOR BRASIL PageRank
Busca: OK
CANAIS

18/10/2007 - 09:51

Tratamento da depressão ganha nova ótica na medicina

Novos dados sugerem que os médicos podem estar desconsiderando sintomas de depressão que são importantes para os pacientes, tais como dor e ansiedade.

Viena, Áustria - Os médicos e os pacientes com depressão julgam de forma diferente a gravidade e a melhoria dos sintomas após a farmacoterapia, de acordo com dados apresentados no dia 16 de outubro, em uma importante conferência de neuropsicofarmacologia realizada em Viena, na Áustria. Os dados sugerem que os médicos podem não estar considerando sintomas que são importantes para os pacientes, tais como a dor e a ansiedade(1).

Os resultados baseiam-se em uma análise post-hoc de um estudo europeu, duplo cego, com grupo-controle com placebo, multicêntrico, realizado em adultos com transtorno depressivo maior (MDD, sua sigla em inglês) e dor não específica (n=327). Essa análise pretendia comparar como os pacientes e os médicos avaliam a gravidade geral da doença no início e a melhora dos sintomas durante um tratamento de curto prazo de uma depressão grave, independentemente do grupo de tratamento (1). Os resultados revelaram que os médicos que tratam esses pacientes consideram apenas os sintomas depressivos classificados pelo médico (conforme a Escala de Avaliação para Depressão de Montgomery & Asperg ou MADRS) quando avaliam o nível de doença do paciente e se está havendo melhora. Os pacientes, por sua vez, consideram também a dor e ansiedade quando avaliam sua própria melhora (1).

"Evidências anteriores sugerem que tratar os sintomas emocionais e físicos da depressão aumenta a possibilidade de remissão", disse Koen Demyttenaere, professor do Departamento de Psiquiatria do Hospital Universitário Gasthuisberg, de Leuven, Bélgica, e principal autor desse estudo. "Esses resultados qualitativos enfatizam a necessidade de considerar também um amplo espectro de sintomas, inclusive dor e ansiedade, no tratamento de pacientes com transtorno depressivo maior e dor associada."

Resultados do estudo - As duas principais descobertas desta nova análise são: Gravidade da doença -No início do estudo, a avaliação do médico sobre a gravidade geral da doença foi consideravelmente prognosticada segundo a gravidade da depressão (usando a MADRS como instrumento de avaliação) e ideação paranóica (conforme medidos pela Lista de Sintomas, ou SCL-90-R); a dor não foi levada em consideração (1).

Depois de oito semanas de tratamento, a avaliação dos médicos sobre a gravidade geral da doença foi consideravelmente prognosticada segundo a diminuição da gravidade da depressão (MADRS), que ocorreu em mulheres e pacientes mais jovens. Os médicos, mais uma vez, não consideraram a dor como um fator no prognóstico da gravidade da doença (1).

Melhora da doença: a melhora geral da doença no final do estudo, medida pela Impressão Clínica Global de Melhora (CGI-I), foi prognosticada pelos médicos de forma significativamente positiva segundo a diminuição da gravidade classificada segundo a MADRS; pela diminuição do desconforto causado por sensibilidade interpessoal (medido pela SCL-90-R); e negativamente prognosticada segundo o fator de idade mais avançada (1). Em contrapartida, a classificação da melhora avaliada pelo paciente incluiu melhora da dor. Fatores importantes de prognóstico de melhora avaliada pelo paciente (conforme medido pela escala de Impressão Clínica Global de Melhora) foram diminuição da gravidade da dor (com base em uma dor média, conforme medida pela escala de Inventariação Sucinta a Dor [BPI]), depressão e ansiedade de acordo com os subdomínios da SCL-90-R (1).

Nesse estudo, a comparação entre a melhora da doença avaliada pelo paciente (PGI-I) e a melhora avaliada pelo médico (CGI-I) foi feita através de estatísticas descritivas e um modelo de prognóstico. Em 44,7% dos casos, houve discrepância nas avaliações de melhora. Nos casos de discrepância, a melhora média foi geralmente considerada mais alta pelos médicos que pelos pacientes (36,3% versus 8,4%), independentemente do tratamento. Uma diminuição menor na gravidade da depressão avaliada pela MADRS, interferência da dor na relação com outras pessoas e na sensibilidade interpessoal prognosticaram uma menor discrepância entre a melhora considerada pelo paciente e a considerada pelo médico. Uma diminuição menor da gravidade da dor classificada pelo paciente (BPI) e depressão (SCL-90-R) apresentou um prognóstico significativo de uma maior discrepância entre a melhora classificada pelo paciente e pelo médico, sendo que a melhora classificada pelo médico foi mais alta.

Esses resultados são uma evidência da importância relativa de sintomas diferentes na depressão do ponto de vista do paciente e da necessidade de ir além e incluir outros elementos, e não só os principais sintomas depressivos, ao se tratar de pacientes deprimidos.

Metodologia - Os dados foram derivados de um estudo de duplo cego, com grupo-controle com placebo, multicêntrico, realizado na Bélgica, Finlândia, França, Alemanha e Eslováquia em pacientes ambulatoriais com 18 anos de idade ou mais que apresentavam transtorno depressivo maior (gravidade da doença no início definida segundo a Escala de Avaliação da Depressão de Montgomery & Asperg [MADRS] superior ou igual a 20 e escala de Impressão Clínica Global de Gravidade [CGI-S] superior ou igual a 4) e dores moderadas não atribuíveis a uma síndrome de dor orgânica diagnosticada (Formulário Curto de Inventariação Sucinta a Dor [BPI-SF], pontuação média de gravidade da dor superior a ou igual a 3). Os médicos foram solicitados a classificar a gravidade da depressão utilizando as escalas MADRS e Melhora e Gravidade-CGI. Os pacientes foram solicitados a avaliar a dor usando BPI-SF, sintomatologia psicológica (inclusive depressão) com a lista de sintomas de 90 itens revisada (SCL-90-R), e melhora geral após farmacoterapia com a Impressão Global de Melhora de Paciente (PGI-I). Usando um limite de cinco por cento, foram executadas regressões multivariáveis como análises post-hoc para identificar os fatores de diagnóstico da avaliação da doença no início e no final do estudo (LOCF, última observação efetuada). O estudo foi patrocinado pela Eli Lilly and Company e pela Boehringer Ingelheim GmbH.

Adepressão - O transtorno depressivo maior (MDD) afeta cerca de 121 milhões de pessoas em todo o mundo (2). A Organização Mundial de Saúde estima que a depressão será uma das principais causas de invalidez nos países desenvolvidos até 2020, seguida apenas por doenças isquêmicas do coração em todo o mundo (3). Pode ocorrer a qualquer pessoa de qualquer idade, raça ou etnia; no entanto, as mulheres apresentam quase o dobro de chance de ter depressão em relação aos homens (4). Apesar de ser uma das mais freqüentes queixas nos consultórios psiquiátricos, no ambiente de tratamento (5) (6) é geralmente não diagnosticada ou não recebe o tratamento adequado (2) (7).

Isso pode ocorrer porque pessoas deprimidas geralmente apresentam sintomas físicos e não queixas emocionais; em um estudo de grande porte, 69% dos pacientes com MDD apresentaram apenas sintomas físicos como motivo para consultar um médico (8).

A eliminação completa dos sintomas, ou remissão, é o principal objetivo do tratamento da depressão. Tratar todo o espectro de sintomas físicos e emocionais até a remissão diminui significativamente o risco de recaída (9).

Eli Lilly and Company e Boehringer Ingelheim - Em novembro de 2002, a Eli Lilly and Company e a Boehringer Ingelheim assinaram um contrato de longo prazo para desenvolver e comercializar, juntos, o hidrocloreto de duloxetina. Essa parceria cobre indicações de neurociência na maioria dos países fora dos Estados Unidos e Japão, com poucas exceções.

Eli Lilly and Company - A Lilly, uma importante corporação com foco em inovação, está criando uma carteira crescente dos melhores produtos farmacêuticos na sua categoria usando o que existe de mais atual em pesquisas realizadas nos seus próprios laboratórios em todo o mundo e a partir de colaborações com importantes organizações científicas. Com sede em Indianápolis, Indiana, a Lilly fornece respostas através de medicamentos e informações para algumas das mais urgentes necessidades médicas do mundo de hoje.

Perfil da Boehringer Ingelheim - O grupo Boehringer Ingelheim é uma das 20 principais companhias farmacêuticas do mundo. Com sede em Ingelheim, Alemanha, atua mundialmente em 47 países e possui 38.400 empregados. Desde sua fundação, em 1885, a companhia, de propriedade familiar, tem um compromisso com pesquisa, desenvolvimento, fabricação e comercialização de novos produtos de alto valor terapêutico para medicina veterinária e humana.

Em 2006, a Boehringer Ingelheim registrou vendas líquidas de 10,6 bilhões de euros e gastou 1/5 das vendas líquidas no seu maior segmento comercial, de remédios com receita médica, em pesquisa e desenvolvimento. | www.boehringer-ingelheim.com

Enviar Imprimir


© Copyright 2006 - 2024 Fator Brasil. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Tribeira