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24/10/2012 - 20:45

O segredo do Plano B

Constrangedor! Esta é a definição mais amena que se pode atribuir ao recente episódio de paralisação, por 45 horas, do Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), devido ao defeito no trem de pouso de um cargueiro. O incidente gerouprejuízos de dez milhões de reais à Azul Linhas Aéreas, que mantém sua base de operações no local e que teve de suspender uma infinidade de voos. Também foram seriamente prejudicadas cerca de 25 mil pessoas, que tiveram sua agenda de trabalho, lazer e compromissos abruptamente alterada.

É inadmissível que um aeroporto com tamanha importância para o sistema aéreo nacional não consiga solucionar com agilidade um problema com razoável recorrência no mundo da aviação, que é a quebra de uma aeronave em solo. O exemplo negativo e suas graves consequências são oportunos para que os gestores empresariais, de organizações de todos os portes, tenham em mente a alta relevância de estruturar programas de contingência para as principais atividades-meio e fim, de modo que acidentes e incidentes não as interrompam.

Quanto mais importante é o sistema para o bom funcionamento da empresa, mais deverá ser objeto dessa preocupação e o desenvolvimento de estrutura preventiva/alternativa. Para prestadores de serviços de logística, por exemplo, é essencial ter soluções previamente estabelecidas para suprir panes em veículos de entrega; para um restaurante, é necessário fornecedor alternativo de carnes, peixes, temperos, bebidas e ingredientes em geral; para uma grande indústria produtora de aço, é imprescindível ter fornos elétricos alternativos para a fusão da chamada sucata; e, claro, como todos no mundo contemporâneo são dependentes da informática, é decisivo contar com um projeto bem-sucedido para não parar tudo ante uma eventual falha da rede.

Esses são exemplos simples, mas muito ilustrativos sobre o significado dos planos de contingência, cuja existência e eficácia são exigências da gestão empresarial. Não se pode expor as organizações, de todas as áreas de atividade, ao risco de paralisar seu trabalho por longo tempo devido à inexistência de programas alternativos. Estes, ademais, não podem ser baseados no empirismo e na improvisação. É necessário estruturá-los de maneira organizada, metódica e testada em condições reais, de modo a garantir sua eficiência.

No caso de Viracopos, ficou muito claro que, mesmo ante o risco maior de paralisação devido ao fato de o aeroporto contar com apenas uma pista, não havia qualquer programa prévio para evitar que um incidente parasse as operações por quase dois dias. Fica a lição: nem sempre podemos evitar o acaso, mas é nosso dever e responsabilidade administrá-lo com a devida competência. Para isso, é imprescindível ter o bom e velho Plano B, estruturado, tecnicamente adequado e exequível!

.Por: Roni de Oliveira Franco é administrador de empresas, sócio da Trevisan Gestão & Consultoria e professor da Trevisan Escola de Negócios. E-mail: [email protected].

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