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25/10/2012 - 06:19

Vale: lucro líquido de R$ 3,3 bilhões no 3T12, equivalente a R$ 0,65 por ação


A remuneração aos acionistas alcançou US$ 3,0 bilhões, equivalente a R$ 1,1865 por ação ordinária ou preferencial, a ser paga a partir de 31 de outubro de 2012, totalizando US$ 6,0 bilhões em 2012, equivalente a R$ 2,2617 por ação ordinária ou preferencial. Os investimentos, excluindo aquisições, atingiram US$ 4,3 bilhões no 3T12, em linha com o 2T12. Nos primeiros nove meses do ano (9M12), os investimentos totalizaram US$ 12,3 bilhões, 8,4% acima dos US$ 11,3 bilhões no mesmo período de 2011.

Rio de Janeiro – A Vale S.A. (Vale) teve um desempenho financeiro no terceiro trimestre de 2012 que refletiu os desafios decorrentes da volatilidade dos preços em queda, que ocorre devido à desaceleração do crescimento econômico global, combinando os efeitos da demanda menor por minérios e metais com expectativas negativas. Nossos principais indicadores financeiros, contudo, apesar de enfraquecidos em comparação com o trimestre anterior, permaneceram sólidos.

De acordo com comunicado da empresa e comentários do diretor-executivo de Finanças e Relações com Investidores da Vale, Luciano Siani.

Segundo o executivo, a mineração é fundamentalmente uma indústria cíclica e, portanto, exposta à alta volatilidade de preços. Neste ambiente e à luz das perspectivas de expansão mais moderada da economia mundial nos próximos anos, maior produtividade e custos menores serão de suma importância para prosperar em um mercado global competitivo.

“A Vale está cada vez mais determinada a elevar seus níveis de eficiência na gestão do capital, pois sua prioridade é maximizar a criação de valor para os acionistas, mantendo um balanço sólido para preservar o grau de investimento1. Investimentos em ativos de classe mundial - com longa vida, baixo custo e produção de alta qualidade e capacidade de expansão, como Carajás S11D e Moatize - são o nosso foco na execução de projetos. Neste contexto, a diversificação ainda é prioridade estratégica, desde que o investimento em ativos fora do minério de ferro se prove capaz de criar valor significativo”, frisa Siani.

A venda de ativos que não acrescentam valor irá melhorar a alocação de capital e liberar fundos para ajudar no financiamento de investimentos em ativos de classe mundial, permitindo um uso apenas moderado do balanço nessa fase do ciclo.

Em paralelo aos esforços para otimizar a gestão de capital, estamos desenvolvendo iniciativas para racionalizar a estrutura de custos das atividades operacionais e corporativas.

“A melhoria significativa na nossa abordagem para o requerimento de licenças ambientais está sendo recompensada, com a concessão de licenças críticas para continuar a executar operações de mineração e logística no Brasil, bem como para o desenvolvimento de projetos, como Serra Sul S11D”, continua.

A competitividade do negócio de minério de ferro está sendo reforçada por iniciativas que visam reduzir custos, aumentar a produtividade, melhorar a qualidade e ampliar a rede de distribuição global. As mais importantes são a execução de projetos com base nas reservas de alta qualidade de Carajás Adicional 40 Mtpa, Serra Sul S11D, o start-up de produção da mina de N5 Sul em Carajás, com teor de ferro de 67,1%, e o uso de tecnologia para combater os efeitos do envelhecimento dos recursos minerais nos sistemas Sul / Sudeste.

Como líderes globais em minério de ferro, em termos de volume e qualidade da produção e das reservas, vamos continuar nos beneficiando de um cenário de crescimento e transformação estrutural das economias emergentes.

“Acreditamos firmemente que a execução de estratégia ancorada numa disciplina rigorosa na alocação de capital e na exploração da riqueza de nossos recursos minerais nos permitirá entregar valor substancial ao longo dos próximos anos”,observa Luciano. Os principais destaques do desempenho da Vale no 3T12 foram os seguintes: a receita operacional totalizou R$ 22,2 bilhões, 7,0% abaixo dos R$ 23,9 bilhões no 2T12. O decréscimo foi resultado de menores preços realizados.

.O lucro operacional, medido pelo EBIT (lucro antes de juros e impostos), se reduziu para R$ 5,4 bilhões, 30,5% menor que no 2T12. Excluindo os efeitos não recorrentes relacionados à provisão dos royalties de mineração (CFEM), o EBIT alcançou R$ 6,5 bilhões.

.A margem do lucro operacional de 30,1%, medido pela margem EBIT, após excluir o efeito da provisão da CFEM.

. O lucro líquido foi de R$ 3,3 bilhões no 3T12, equivalente a R$ 0,65 por ação.

. A geração de caixa, medida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), foi de R$ 7,6 bilhões - 24,9% abaixo do trimestre anterior. Excluindo o efeito de itens não recorrentes, a geração de caixa somou R$ 8,7 bilhões no 3T12. Nos últimos 12 meses findos em 30 de setembro de 2012, o Ebitda foi de R$ 41,7 bilhões, excluindo itens não recorrentes.

.Os investimentos, excluindo aquisições, atingiram US$ 4,3 bilhões no 3T12, em linha com o 2T12. Nos primeiros nove meses do ano (9M12), os investimentos totalizaram US$ 12,3 bilhões, 8,4% acima dos US$ 11,3 bilhões no mesmo período de 2011.

.A remuneração aos acionistas alcançou US$ 3,0 bilhões, equivalente a R$ 1,1865 por ação ordinária ou preferencial, a ser paga a partir de 31 de outubro de 2012, totalizando US$ 6,0 bilhões em 2012, equivalente a R$ 2,2617 por ação ordinária ou preferencial.

. Manutenção de um balanço sólido com baixa alavancagem, medida pela relação dívida total/LTM Ebitda ajustado, igual a 1,4x, e um longo prazo médio da dívida de 10,3 anos, e baixo custo médio, 4,6% por ano em 30 de setembro de 2012.

.Estratégia, crescimento e criação de valor -A Vale está cada vez mais determinada em elevar seus níveis de eficiência na gestão do capital, pois a prioridade é maximizar a criação de valor para os acionistas, mantendo um balanço sólido para preservar os nossos ratings de crédito. Iremos concluir projetos em execução, enquanto despesas com P&D estão sendo reduzidas, o que produzirá um portfólio de projetos menor e mais seleto no futuro, com elevadas taxas de retorno esperadas e maior potencial para a criação de valor.

Foram encerradas determinadas iniciativas de exploração mineral casos onde os custos eram superiores aos retornos esperados ajustados pelo risco. Desse modo, é bastante provável que 2012 represente o pico de nosso capex ao longo dos próximos anos. Investimentos em ativos de classe mundial - com longa vida, baixo custo, produção de alta qualidade e capacidade de expansão, como Carajás S11D e Moatize- são o nosso foco na execução de projetos. Neste contexto, a diversificação ainda é uma prioridade estratégica, porém somente se o investimento em ativos fora do minério de ferro se prove capaz de criar valor significativo.

Vendas de ativos que não acrescentam valor irá melhorar a alocação de capital e liberar fundos para ajudar no financiamento de investimentos em ativos de classe mundial, permitindo uso apenas moderado do balanço nessa fase do ciclo. Em paralelo aos esforços para otimizar a gestão de capital, estamos desenvolvendo iniciativas para racionalizar a estrutura de custos das atividades operacionais e corporativas.

“A competitividade de nosso negócio de minério de ferro está sendo reforçada através de iniciativas que visam cortar custos, aumentar a produtividade e melhorar a qualidade. As mais importantes são a execução de projetos com base nas reservas de alta qualidade de Carajás e o uso de tecnologia para combater os efeitos do envelhecimento das nossas reservas nos sistemas Sul / Sudeste. O avanço significativo na nossa abordagem para o requerimento de licenças ambientais está sendo recompensado. Esse ano, obtivemos um total de 52 licenças, que foram críticas para a execução de operações de mineração e logística no Brasil. Recebemos, ainda, a licença prévia do Serra Sul S11D, um projeto muito importante para a oferta futura de minério de ferro, bem como a licença de operação da mina N5 Sul, em Carajás”, adianta o comunicado.

A mina de N5 Sul tem 1,025 bilhão de toneladas métricas de reservas provadas e prováveis e um teor médio de Fe de 67,1%. Com previsão para iniciar a produção até o final deste ano, ela fornecerá em torno de 25% do run-of-mine (ROM) de Carajás em 2013, aumentando a qualidade e contribuindo para a redução de custos operacionais. N5 Sul é importante por fortalecer a posição da Vale como líder global na produção de minério de ferro de alta qualidade.

Os quatro projetos Itabiritos – Conceição, Conceição II, Cauê e Vargem Grande – serão dedicadas à reposição de capacidade perdida, assim como a adicionar capacidade líquida. O resultado mais importante será o aumento do teor de Fe para além de 65% e a redução acentuada do teor de sílica, por meio da construção/adaptação de plantas com fases adicionais de britagem e peneiramento.

“Uma frota estimada de 20 navios Valemax estará operando até o final de 2012, aumentando a competitividade global do nosso negócio de minério de ferro. Da mesma forma, a nossa rede de distribuição global está sendo expandida, com novos portos capazes de receber os navios Valemax, construção do centro de distribuição na Malásia e outras estações de transbordo flutuantes na Ásia”, adianta em comunicado.

As operações de três plantas de pelotização – Tubarão I & II e São Luís – estão sendo interrompidas temporariamente para acomodar o efeito do enfraquecimento cíclico da demanda, enquanto o feed está sendo direcionado à ampliação da oferta de minério de ferro sinter feed. O tamanho e o desempenho do nosso negócio de carvão melhorarão significativamente com o desenvolvimento das operações de mineração e logística em Moçambique, aproveitando um sistema logístico integrado mina-ferrovia-porto e a produção de premium hard coking coal, que será feita em larga escala até 2015.

O negócio de metais básicos está encontrando meios de continuar a operar sem ajuda financeira do restante da companhia, com redução de custos e aumento de produtividade, e ao mesmo tempo se beneficiando da expansão da capacidade de produção de cobre - Salobo I & II e Lubambe. Algumas minas de níquel no Canadá, que pela própria idade não se mostram rentáveis, serão fechadas2. A produção de níquel refinado não será afetada, pois as perdas serão compensadas pela maior produtividade em Sorowako.

Perspectivas dos negócios -O panorama econômico global apresenta vários desafios. O crescimento do PIB global desacelerou desde meados do ano passado e tem girado em torno de 2-2,5% nos dois últimos trimestres, o ritmo mais fraco desde o início da atual recuperação cíclica no 2T09e bem abaixo da tendência de longo prazo. Apesar dos riscos, esperamos que a atividade econômica se fortaleça gradualmente nos próximos meses, impulsionada pelas economias emergentes. A expansão, porém, deve ocorrer em ritmo moderado.

Os preços de metais industriais, muito mais do que os de energia e commodities agrícolas, tendem a ser influenciados predominantemente por flutuações na atividade econômica, fundamentalmente na produção industrial, e por expectativas quanto ao futuro.

Portanto, a tendência de baixa nos preços de minério de ferro, níquel e cobre, entre outros, encontra-se alinhada com a desaceleração cíclica do crescimento da produção industrial global e as expectativas negativas sobre a evolução da economia global3.

No 2T11, teve início um ciclo de baixa da expansão da produção industrial, cujo crescimento, nos últimos meses, ficou próximo de zero. Entretanto, em setembro, o global manufacturing PMI aumentou pela primeira vez em cinco meses, o que pode ser interpretado como um sinal de início de reversão de tendência.

Os indícios mais encorajadores vieram do aumento da razão novas encomendas/estoques de bens acabados, o que é consistente com a alta das vendas globais de varejo e sugere que o ciclo de estoques, que tem impedido a expansão do produto industrial, está chegando ao fim. Portanto, esperamos que a produção industrial ganhe força neste final de ano, fomentando a demanda global por minerais e metais.

Nos últimos dois anos e meio, três crises na Zona do Euro geraram elevação nos níveis de incerteza em escala global. Cada uma delas foi seguida de respostas tímidas de política econômica, o que deixa espaço para recorrência num futuro próximo. A resistência por parte de alguns países europeus em ceder parcela de soberania nacional cria barreiras à adoção de uma união fiscal e bancária na Zona do Euro, um passo importante para a consolidação da união monetária da região. Ao mesmo tempo, interesses específicos colocam obstáculos à implantação de reformas estruturais essenciais ao aumento da competitividade da maioria dos membros da Zona do Euro. A vontade política de preservar o euro torna o ajuste factível, ainda que venha ocorrendo em ritmo lento. Consequentemente, é bem provável que a economia europeia se expanda também em ritmo bastante lento nos próximos anos.

Nos EUA, a recuperação atual tem sido mais fraca do que recuperações de recessões passadas, devido aos problemas deixados pela crise financeira. Por um lado, o setor privado norte-americano sofreu profundo ajuste, formando alicerces para uma expansão mais sólida. As empresas vêm apresentando fluxos de caixa e lucros em ascensão, bancos e famílias se desalavancaram, custos trabalhistas caíram em relação a competidores europeus e asiáticos, o mercado imobiliário se estabilizou – deixando de ser entrave ao crescimento – e a revolução do gás natural e petróleo de fontes convencionais está diminuindo a dependência dos EUA às importações e elevando a competitividade da indústria.

Por outro lado, a elevada razão dívida/PIB e a falta de resolução política em como se evitar o chamado “abismo fiscal” – que envolve contração fiscal de mais de meio trilhão de dólares em 2013 – são fontes de incerteza e têm impedido a economia dos EUA de crescer mais rapidamente no curto prazo. A economia japonesa está se recuperando do desastre natural do ano passado, embora continue a sofrer com a deflação e com uma demanda persistentemente fraca.

Os efeitos colaterais da falta de confiança nas políticas dos países desenvolvidos e, em particular, da crise de dívida soberana na Zona do Euro, sobre o resto da economia mundial não estão restritos ao canal do comércio internacional. Eles têm contribuído para a elevação da incerteza, o que é nocivo à expansão econômica global.

O investimento, o consumo de bens duráveis e os planos de contratação de mão de obra são afetados negativamente pela incerteza macroeconômica. Entre outros efeitos, isto causa redução dos retornos esperados de projetos e do apetite de investidores e credores para financiar investimentos. Neste contexto, empresas com restrições de liquidez tendem a reduzir gastos com P&D, o que, por sua vez, provoca perdas no crescimento da produtividade ao longo do tempo.

O anúncio de novas rodadas de medidas não convencionais de política monetária pelos principais bancos centrais do mundo - o Fed (QE3) e o BCE (OMT) - contribuiu para melhorar a percepção de risco e para mitigar os riscos de cauda associados a um potencial desmantelamento da Zona do Euro4. Em decorrência de um nível de confiança mais elevado, os mercados financeiros tiveram forte alta, bem como os preços de commodities, inclusive de metais básicos, mas o quanto isso impactará o crescimento econômico de forma sustentável dependerá, obviamente, de como esses mercados se comportarão nos próximos meses.

Após a forte recuperação da Grande Recessão de 2008/2009, o crescimento do PIB das economias emergentes desacelerou, passando de um ritmo de 9% ao ano no 4T09 para algo em torno de 5,5% recentemente.

O arrefecimento do ritmo de expansão da economia chinesa – o maior mercado emergente e a segunda maior economia do mundo – é causado tanto por fatores cíclicos quanto estruturais. Parte do desaquecimento decorre da normalização de políticas macroeconômicas após o amplo programa de estímulos a investimentos de capital, lançado em reação ao choque financeiro global de 2008.

O principal desafio da economia chinesa é evitar a chamada armadilha da renda média, quando economias emergentes em rápida expansão podem estagnar após atingir níveis intermediários de renda per capita. Mais especificamente, tal desafio significa para a China a manutenção das altas taxas de crescimento da produtividade nos últimos trinta anos, o que foi relativamente fácil de alcançar dados os baixos níveis preexistentes de eficiência e a realocação de grandes contingentes de mão de obra da agricultura de subsistência para a indústria. Com o desaparecimento de tais condições, os vultosos investimentos de capital tendem a encontrar, cada vez mais, retornos decrescentes.

O modelo de crescimento da China tem que ser alterado para que se obtenha mais eficiência de capital, o que, dentre outras implicações, permitirá uma composição mais equilibrada da expansão da demanda agregada, com menor relevância para o investimento e maior para o consumo.

Em linha com essa necessidade de mudança, as autoridades chinesas se abstiveram de lançar um novo programa de estímulos significativos, e se espera que a nova liderança deva manter essa linha de atuação, a não ser que a economia esteja beirando a recessão, o que não é o caso. É provável que a transição rumo a um novo modelo de crescimento continue, gradual e cautelosamente. Observam-se, neste sentido, movimentos iniciais: algum grau de liberalização da taxa de juros, maior flexibilidade cambial e o uso do renminbi para o comércio e o investimento internacional, bem como alguns experimentos locais de liberalização financeira.

Isso não significa que o processo de desenvolvimento econômico chinês tenha chegado ao fim. Pelo contrário, espera-se que a China cresça, em média, 6% a 7% por ano até o final desta década – ritmo de expansão muito expressivo para uma economia já de dimensões consideráveis – com elevados investimentos para sanar necessidades de moradia e infraestrutura. Consequentemente, a China deve continuar a exercer forte pressão sobre a demanda por minérios e metais, inclusive por minério de ferro.

Como líderes globais em minério de ferro, por volume e qualidade de produção e de reservas, continuaremos a nos beneficiar desse cenário. O potencial de crescimento de longo prazo da demanda por minério de ferro advém, principalmente, das necessidades de instalar 300 milhões de novos moradores em cidades, nos próximos 20 anos, e de aliviar o déficit habitacional existente. Como em outros lugares da Ásia, as cidades chinesas tendem a ser densamente povoadas, e, como resposta, a construção de um crescente número de arranha-céus – bem mais intensivos em aço do que os prédios residenciais típicos de 10-12 andares as grandes cidades no Ocidente.

A urbanização requer não só investimento em imóveis residências, mas também investimentos em construção não residencial e infraestrutura urbana, além de maiores gastos de consumo com automóveis e outros bens duráveis, o que ajudará a sustentar a demanda por minério de ferro e metais básicos.

Além disso, com a elevação do consumo a um papel mais proeminente no crescimento econômico chinês, haverá maior demanda por automóveis – o número de veículos na China ainda é bem inferior ao de outras economias emergentes – bem como por outros bens de consumo duráveis e por proteínas, o que aumentará a demanda por minério de ferro, carvão, metais básicos e fertilizantes.

No curto prazo, dados recentes sugerem que a pior parte da desaceleração da economia chinesa de seu no primeiro semestre deste ano, como havíamos indicado em nosso relatório do 2T12. Em relação ao mesmo período do ano anterior, o PIB se expandiu 7,4% no 3T12, um crescimento menor do que o de 7,6% do 2T12, mas em base sequencial (que é o movimento relevante a se observar), estima-se que o PIB real anualizado e com ajuste sazonal tenha avançado 7,5% no 3T12, recuperando-se da média inferior a 7% do 1S12.

Em setembro, a produção industrial cresceu 9,2% a/a, enquanto do lado da demanda doméstica, as vendas a varejo se expandiram 14,2% a/a e os investimentos em ativos fixos aumentaram 22,2%, o melhor desempenho desde novembro de 2011.

Apesar da ausência de grandes mudanças nas condições de crédito imobiliário, dados trimestrais apontam para uma recuperação na venda de imóveis, que cresceram 6% a/a no 3T12 após queda de 7,7% a/a no 2T12, contribuindo para reduzir o estoque de imóveis não vendidos e estimular construtoras desenvolver novos projetos. Dados divulgados pelo National Bureau of Statistics e Soufun continuam a indicar uma estabilização de preços de imóveis.

Claramente, não esperamos um novo boom na construção, apenas crescimento moderado, ainda assim melhor do que as fortes flutuações promovidas por políticas econômicas nos últimos dez anos. Os investimentos em infraestrutura de transporte – outra importante fonte de demanda por minérios e metais – aceleraram no 3T12, financiados, sobretudo, por emissões de títulos de dívida de governos locais. Os investimentos em projetos iniciados recentemente, que são um indicador antecedente do investimento fixo, têm se recuperado, avançando 29,8% no 3T12 e totalizando crescimento de 25,7% nos primeiros nove meses do ano.

A produção de cimento, produto só pode ser mantido em estoque por um período limitado de tempo, apresentou recuperação de 12% a/a em setembro frente a 7% a/a em junho, refletindo forte demanda em razão da retomada de investimentos em ferrovias e rodovias.

A queda dos preços de minério de ferro tem sido interpretada como o resultado de um enfraquecimento da demanda da China. Na realidade, as importações chinesas aumentaram 8,7% nos primeiros nove meses de 2012 comparadas ao mesmo período do ano anterior. Ao alcançar 552 milhões de toneladas métricas (Mt) – um aumento de 48 Mt – a produção atingiu um pico, estando longe de mostrar qualquer enfraquecimento. A redução dos preços é, sim, explicada por uma combinação menor demanda no resto do mundo - que gerou uma realocação da oferta de outros países para o mercado chinês - e de perspectiva mais negativa quanto ao desempenho da economia global, inclusive da China.

O crescimento das importações chinesas de minério de ferro se deve, em parte, à substituição de produtores locais de alto custo, já que a produção de aço cresceu apenas 1,2% de janeiro a setembro de 2012, atingindo ritmo anual em torno de 700 Mt. Produtores de alto custo marginal tendem a determinar um piso para o preço, que, após alcançar um mínimo na primeira semana de setembro, se recuperou, flutuando entre US$ 110-115.

Em razão da liquidez e do crescimento do mercado de minério de ferro chinês, os preços elevados atraíram muitos produtores de alto custo marginal de outros países. Em 2000, os exportadores tradicionais – Austrália, Brasil, Índia e África do Sul – supriram 95% das importações chinesas. Porém, com o tempo, a participação de fornecedores não tradicionais – 16 países em 2000, 56 países em 2011 – atingiu 22%. Em um ambiente de preços baixos, muitos deste produtores não chineses também terão que sair do mercado.

A queda acentuada dos preços de minério de ferro no início de setembro foi causada por uma desestocagem por parte dos produtores, e até então não existem indicações de uma recomposição de estoques. Na parte final da cadeia de produção, os traders de aço, que mantêm a maior parte de estoques na China, liquidaram parte de seus estoques nos últimos meses, eliminando excessos.

O desempenho de indicadores antecedentes do mercado imobiliário, a recuperação de gastos com infraestrutura e a desestocagem de minério de ferro e aço criam um potencial para futuros aumentos da demanda por minério de ferro e por uma moderada elevação de preços. Além disso, esperamos que a demanda não chinesa por minério de ferro ganhe força, como resultado de um melhor desempenho de algumas economias emergentes como Brasil, Índia e o sudeste asiático em 2013.

Os preços de cobre e níquel reagiram positivamente aos anúncios de políticas monetárias dos principais bancos centrais.O aumento do preço do níquel foi impulsionado pelo crescimento na produção de aço inoxidável após o fim do verão no hemisfério norte. Porém, a reação dos produtores de nickel-in-pig-iron – cujo preço mínimo para manter seu negócio lucrativo deve girar em torno de US$ 17.000 por tonelada métrica – e o aumento dos estoques causaram uma desaceleração nos preços.

O caso do cobre é um tanto diferente, pois os estoques da LME estão baixos e a produção foi negativamente impactada por greves no Chile. Consequentemente, os preços têm se mantido estáveis ao redor de US$ 8.000 por tonelada métrica.

Receita -A receita operacional totalizou R$ 22,241 bilhões no 3T12, 7,0% abaixo dos R$ 23,910 bilhões no 2T12. A queda foi consequência da redução dos preços de minério de ferro e pelotas - R$ 3,030 bilhões - parcialmente compensada por maiores volumes de vendas de minério de ferro, o que acrescentou R$ 657 milhões para a receita.

A receita gerada pela venda de bulk materials – minério de ferro, pelotas, manganês, ferro ligas, carvão metalúrgico e térmico – representou 69,0% da receita operacional no 3T12, abaixo dos 73,6% do 2T12. A participação de metais básicos subiu para 16,1% em relação a 14,6% no trimestre anterior. Houve, também, aumento da participação de fertilizantes para 10,0% de 7,6% no 2T12. Os serviços de logística contribuíram com 4,1% do total da receita e outros produtos com 0,8%.

As vendas para a Ásia representaram 52,3% da receita total, ligeiramente acima dos 51,5% do último trimestre, enquanto que as Américas aumentaram sua participação, subindo para 27,2% no 3T12 em relação a anteriores 26,3%, devido ao aumento de vendas para o Brasil. As vendas para a Europa perderam parte da participação com 18,0% contra 19,0% no trimestre anterior. A receita das vendas para o Oriente Médio representou 1,3% no 3T12 contra 2,2% no 2T12, enquanto que a contribuição do resto do mundo atingiu 1,1%. Considerando as vendas por país, a China foi responsável por 32,0% no 3T12, seguida pelo Brasil com 21,4%, o Japão 11,2%, a Alemanha 6,0%, Coreia do Sul 4,7% e Itália 2,6%.

O lucro líquido foi de R$ 3,328 bilhões no 3T12, equivalente a R$ 0,65 por ação, ficando abaixo dos R$ 5,314 bilhões no 2T12.

As despesas financeiras líquidas totalizaram R$ 1,845 bilhão, contra os R$ 5,144 bilhões no 2T12, quando tivemos uma forte apreciação do dólar americano (USD) em relação ao real (BRL). A variação monetária e cambial reduziu o lucro em R$ 604 milhões, devido à apreciação do USD de 0,5% contra o BRL no 3T12.

A receita financeira foi de R$ 178 milhões, abaixo dos R$ 230 milhões no trimestre anterior. As despesas financeiras aumentaram para R$ 1,398 bilhão em comparação a R$ 1,112 bilhão no 2T12. A marcação a mercado das debêntures participativas causou um efeito negativo não caixa de R$ 674 milhões, comparado aos R$ 132 milhões no 2T12.

O efeito líquido da marcação a mercado das transações com derivativos foi uma despesa não caixa no lucro de R$ 21 milhões, contra R$ 804 milhões no 2T12. Houve um efeito líquido positivo no fluxo de caixa de R$ 193 milhões.

Composição do efeito de derivativos: .Os swaps de moedas e taxas de juros produziram um efeito negativo não caixa de R$ 100 milhões. Houve um impacto positivo no fluxo de caixa de R$ 73 milhões.

.As posições com derivativos de níquel produziram um efeito positivo não caixa de R$ 76 milhões. Houve um impacto negativo no fluxo de caixa de R$ 95 milhões.

.As transações de derivativos relacionadas ao bunker oil causaram um efeito positivo de R$ 2 milhões no fluxo de caixa.

O resultado de equivalência patrimonial totalizou R$ 313 milhões, apresentando ligeiro aumento em relação aos R$ 310 milhões no 2T12. Este resultado foi gerado, essencialmente, pelas coligadas não consolidadas dos negócios de bulk materials com R$ 399 milhões – Samarco R$ 346 milhões – e logística com R$ 85 milhões – MRS R$ 74 milhões. Investimentos no segmento de metais básicos e outros causaram um efeito negativo no lucro líquido de R$ 115 milhões e R$ 56 milhões, respectivamente.

Investimentosn-Excluindo aquisições, o capex nos primeiros nove meses do ano totalizou US$ 12,253 bilhões, com aumento de US$n945 milhões em relação aos US$ 11,308 bilhões investidos no mesmo período de 2011. Nossos investimentos refletem o foco no crescimento orgânico como prioridade estratégica. Do total de investimentos, 75% foram destinados a financiar o crescimento, envolvendo execução de projetos e pesquisa e desenvolvimento (P&D). É muito provável que 2012 seja o ano de pico de investimentos nos próximos anos.

Os investimentos somaram US$ 4,289 bilhões no 3T12. Investimentos de US$ 2,797 bilhões foram destinados à execução de projetos, US$ 364 milhões a P&D e US$ 1,128 bilhão à sustentação das operações existentes. A alocação dos investimentos por segmento de negócios foi de US$ 2,376 bilhões em bulk materials, US$ 1,019 bilhão em metais básicos, US$ 531 milhões em fertilizantes, US$ 135 milhões em serviços de logística para carga geral, US$ 69 milhões em geração de energia, US$ 36 milhões em projetos siderúrgicos e US$ 123 milhões em atividades corporativas e outros segmentos de negócios.

Os investimentos na sustentação das operações existentes no 3T12 de US$ 1,128 bilhão foram concentrados nos ativos de minério de ferro, metais básicos e logística. Os investimentos em manutenção de minério de ferro incluíram: (a) substituição e aquisição de novos equipamentos (US$ 114,3 milhões); (b) expansão de barragens de rejeitos e pilhas de resíduos (US$ 65,7 milhões); (c) melhoria da infraestrutura (US$ 56,8 milhões); (d) iniciativas para melhorar os padrões atuais de saúde e segurança e conservação ambiental (US$ 48,3 milhões).

Os investimentos na sustentação das operações de metais básicos foram destinados principalmente para: (a) desenvolver corpo mineral e aumentar as taxas de recuperação e o teor nas minas de níquel (US$ 59,6 milhões); (b) o projeto AER - redução de emissão atmosférica (US$ 89,2 milhões); (c) aquisição de equipamentos relacionados com a melhoria dos processos de produção nas minas de cobre (US$ 18,0 milhões). A manutenção de ferrovias e portos no Brasil somou investimentos de US$ 162,3 milhões.

No 3T12, investimentos em P&D compreenderam US$ 146 milhões em exploração mineral, US$ 200 milhões em estudos conceituais, de pré-viabilidade e de viabilidade de projetos e US$ 18 milhões para desenvolver novos processos, inovações e adaptações tecnológicas.

Estamos desenvolvendo os quatro projetos Itabiritos - Conceição, Conceição II, Cauê e Vargem Grande – cujo objetivo é melhorar a qualidade do minério de ferro nos sistemas Sul e Sudeste em adição à reposição da capacidade perdida e expansão de capacidade. Estes projetos estão abordando o empobrecimento das reservas no Quadrilátero Ferrífero no Brasil, permitindo a concentração de minérios de baixo teor para alto teor, o que melhorará a qualidade do nosso minério de ferro.

Os projetos Itabiritos envolvem plantas de processamento com estágios adicionais de britagem, peneiramento e moagem. Conceição Itabiritos e Vargem Grande Itabiritos envolvem a construção de plantas adicionais, enquanto Conceição Itabiritos II e Cauê Itabiritos são projetos para adaptação das plantas existentes.

A operação de cobre Lubambe – anteriormente Konkola North – produziu o primeiro concentrado de cobre neste mês. Compreende uma mina subterrânea, usina e infraestrutura relacionada, e está localizada no cinturão de cobre da África, na Zâmbia, com uma capacidade nominal de produção de 45.000 toneladas métricas por ano de cobre em concentrado. Esta operação é parte de nossa joint venture com a African Rainbow Minerals Limited, que possui uma participação de 80% na operação, sendo que os 20% restantes são detidos pela Zambia Consolidated Copper Mines Ltd. A joint venture firmou contratos com smelters locais de cobre para vender os concentrados de Lubambe.

Gestão do portfólio de ativos -Em linha com o objetivo da Vale de ser a melhor empresa de recursos naturais em retorno aos acionistas, continuamos a implementar o programa de gestão ativa de portfólio, com a alienação de ativos não estratégicos.

No 3T12, assinamos um acordo de venda por US$ 600 milhões e posterior afretamento de longo prazo de 10 navios large ore carriers com Polaris Shipping Co. Ltd. Estes navios foram adquiridos em 2009/2010 e convertidos de oil tankers para ore carriers, cada um com capacidade de aproximadamente 300.000 DWT, a fim de que a Vale tivesse à sua disposição uma frota marítima dedicada ao transporte de minério de ferro para seus clientes. Além de liberar capital, a transação preserva a capacidade da Vale de transporte marítimo de minério de ferro, tendo os navios à disposição mas eliminando os riscos de propriedade e operação.

Em outubro, em conformidade com um contrato firmado com o Sultanato de Omã, concluímos a transferência de 30% de nossa operação de pelotização no distrito industrial de Sohar, em Omã, para Oman Oil Company, uma subsidiária integral do Sultanato, por US$ 71 milhões.

O desempenho dos segmentos de negócios.: Minerais ferrosos - As vendas de minério de ferro e pelotas alcançaram 78,171 Mt, 3,9% acima do 2T12. Os embarques de minério de ferro somaram 66,205 Mt, 5,1% a mais do que no 2T12, enquanto as vendas de pelotas somaram 11,966 Mt, ficando um pouco abaixo das 12,277 Mt vendidas no último trimestre.

No 3T12, a Vale vendeu 32,9 Mt de minério de ferro e pelotas – 42,1% das nossas vendas – na base CFR, contra 28,1 Mt no 2T12. É importante notar que a receita reportada de minério de ferro e pelotas é líquida dos custos de frete marítimo, o que significa que os preços FOB são comparáveis aos preços CFR. A distribuição das nossas vendas de acordo com o sistema de precificação foi a seguinte: 16% VRP, 32% média do trimestre corrente e 52% média mensal e spot.

A menor redução no preço das pelotas do que no preço de minério de ferro é devida à proporção maior de vendas VRP. O preço da pelota é maior do que o de minério de ferro por três razões principais: (a) o custo de transformação do minério de ferro para pelotas; (b) o maior teor médio de Fe das pelotas; (c) o teor de 2,0% de umidade nas pelotas, mais baixo em relação ao no minério de ferro.

Uma parcela adicional da nossa produção de minério de ferro será direcionada à ampliação da oferta de sinter feed, reduzindo, consequentemente, a oferta de pellet feed para o processo de pelotização. Isto se dá em resposta à evolução da composição da demanda por matérias primas da indústria do aço ao longo do ciclo, em que se evidencia retração do consumo de pelotas em favor de maior utilização de sinter feed.

Em razão desses movimentos cíclicos da indústria do aço, as operações da planta de pelotização de São Luís foram interrompidas temporariamente a partir de 8 de outubro, enquanto as plantas de Tubarão I e II serão temporariamente interrompidas a partir de 13 de novembro de 2012. As pessoas empregadas nessas plantas serão realocadas para outras atividades operacionais da Vale.

A participação da China nas vendas de minério de ferro e pelotas cresceu para 49,1% se comparado aos 43,7% no 2T12. A participação da Europa caiu para 17,9% em comparação com os 19,6%, enquanto as vendas ao Japão aumentaram para 10,9% contra 9,5% no 2T12.

A receita gerada com as vendas de minério de manganês caiu para R$ 116 milhões em relação aos R$ 123 milhões no 2T12, devido à queda do volume vendido para 446.000 toneladas métricas no 3T12, 12,5% abaixo do 2T12. As vendas de ferroligas somaram 31.000 toneladas métricas, muito abaixo das 99.000 toneladas métricas vendidas no 2T12, gerando receita de R$ 111 milhões, ante R$ 253 milhões no 2T12.

A redução significativa do volume de vendas e da receita de ferroligas se deve ao acordo de venda das nossas operações de ferroligas de manganês na Europa. Apesar da venda ainda estar sujeita ao cumprimento de certas condições precedentes, não estamos mais consolidando os resultados financeiros e de produção dessas operações. As vendas de minerais ferrosos – minério de ferro, pelotas, manganês e ferroligas – geraram receita total de R$ 14,889 bilhões no 3T12, diminuindo 12,7% em relação aos R$ 17,059 bilhões no 2T12.

Excluindo o efeito não recorrente da provisão relacionada à CFEM de R$ 1,1 bilhão, a margem EBIT de minerais ferrosos foi de 52,2% no 3T12, contra 58,4% no 2T12.

O ebitda para as operações de minerais ferrosos totalizou R$ 7,741 bilhões no 3T12, caindo 29,9% em relação ao 2T12. A redução se deveu aos impactos negativos de menores preços de venda, provisão relacionada à CFEM, maior CPV e menores dividendos de empresas coligadas não consolidadas. Estes efeitos foram parcialmente compensados por maiores volumes de venda e menor SG&A. Excluindo o efeito não recorrente da provisão relacionada à CFEM, o Ebitda foi de R$ 8,841 bilhões no 3T12.

Carvão-A receita de vendas de carvão totalizou R$ 457 milhões no 3T12, 15,9% menor do que os R$ 543 milhões no 2T12, principalmente devido à queda no volume de carvão térmico após a conclusão da venda de ativos na Colômbia no final de junho.

No 3T12, os embarques totais de carvão foram de 1,377 Mt, contra 2,259 Mt no trimestre anterior. Os embarques de carvão foram compreendidos por 1,148 Mt de carvão metalúrgico – contra 1,152 Mt no 2T12 – e 229.000 t de carvão térmico – ante 1,107 Mt no 2T12.

Retomamos nossas operações de carvão metalúrgico em Carborough Downs, em Queensland, no final de agosto, após a paralisação determinada pela detecção de níveis anormais de monóxido de carbono na mina, estando ainda em processo de ramp-up para atingir níveis normais de produção. Simultaneamente, o processo de ramp-up de Moatize, em Tete, Moçambique, teve o ritmo reduzido devido a restrições logísticas.

A receita dos embarques de carvão metalúrgico foi de R$ 415 milhões, 7,5% maior do que no 2T12. O aumento foi determinado por um maior preço médio de vendas. Como as vendas foram precificadas com defasagem, a receita do 3T12 não foi afetada pela forte queda recente do preço de carvão metalúrgico. Logo, a receita do 4T12 deve ser impactada por esta recente queda nos preços.

A receita proveniente das vendas de carvão térmico caiu para R$ 42 milhões de R$ 157 milhões no 2T12, devido a menores volumes vendidos. O aumento do preço realizado ajudou a amenizar a queda nos volumes vendidos. O Ebitda para o segmento de carvão foi - R$ 136 milhões contra - R$ 204 milhões no 2T12, excluindo a perda proveniente da venda de ativos.

Metais básicos -A receita do segmento de metais básicos e subprodutos foi de R$ 3,582 bilhões, um pouco acima do total de R$ 3,491 bilhões, verificado no 2T12.

A receita das vendas de níquel foi de R$ 1,843 bilhão no 3T12 - R$ 354 milhões abaixo do trimestre anterior. A redução dos embarques afetou negativamente a receita em R$ 279 milhões, enquanto os preços impactaram negativamente em R$ 130 milhões. Embarques de níquel reduziram-se para 55.000 t em comparação as 63.000 t no 2T12, refletindo a queda na produção.

A receita de cobre totalizou R$ 1,317 bilhão no 3T12 contra R$ 893 milhões no 2T12. O aumento foi resultante dos maiores embarques de cobre, que alcançaram 84.000 t no 3T12 contra 61.000 t no 2T12. O crescimento das vendas das operações do Brasil e maiores embarques de concentrados de cobre produzidos em Voisey’s Bay, que tendem a se concentrar no segundo semestre do ano devido às restrições para navegação impostas pelas condições climáticas, contribuíram para a maior receita. Adicionalmente, maiores preços de venda contribuíram com R$ 33 milhões para o aumento na receita.

No 3T12, a receita de PGMs (metais do grupo da platina) foi de R$ 182 milhões, 19,1% abaixo do 2T12. As vendas de ouro alcançaram 48.000 onças troy, aumentando em 50,0% na comparação trimestral, e gerando receita de R$ 168 milhões.

A margem EBIT de metais básicos foi de -19,8% no 3T12, contra -17,7% no 2T12. Excluindo as despesas préoperacionais em Onça Puma (R$ 176 milhões) e as despesas de start-up e de ajustes de estoque em VNC (R$ 293 milhões), a margem operacional se torna -6.7%.

O Ebitda foi de R$ 344 milhões no 3T12, 31,5% abaixo do 2T12. O decréscimo de R$ 158 milhões foi devido principalmente aos menores preços e volume de venda.

Fertilizantes-No 3T12, a receita total de vendas de fertilizantes continuou aumentando, alcançando R$ 2,221 bilhões, 22,4% maior do que os R$ 1,814 bilhão no 2T12. Foi um recorde para um trimestre. Diferentemente de minérios e metais, os preços de fertilizantes permanecem estáveis pois são influenciados pelo ciclo agrícola, que é mais orientado pela oferta e mais afetado pelas condições climáticas.

A receita de potássio foi de R$ 158 milhões no 3T12, ligeiramente menor do que os R$ 159 milhões registrados no trimestre anterior. O principal motivo para essa queda foi o menor volume de vendas - 146.000 t comparadas com 164.000 t no 2T12, que foi parcialmente compensado pelo aumento no preço médio de vendas.

A receita de venda dos produtos fosfatados alcançou R$ 1,589 bilhão no 3T12, 28,2% maior na comparação trimestral, devido ao aumento de volume vendido, R$ 201 milhões, e de preços de quase todos os produtos fosfatados, R$ 98 milhões. O total de embarques de MAP foi de 362.000 t, TSP 245.000 t, SSP 753.000 t e DCP 120.000 t. As vendas de rocha fosfática foram de 798.000 t, 7,0% maior do que os 746.000 t no 2T12, com a continuação do processo de ramp-up de Bayóvar.

As vendas de fertilizantes nitrogenados foram de R$ 421 milhões, aumentando em 11,1% em comparação com R$ 379 milhões no 2T12. Ambos os preços de vendas e os volumes vendidos aumentaram no 3T12. As vendas de outros produtos somaram R$ 53 milhões neste mesmo período.

A margem EBIT para o negócio de fertilizantes foi de 4,5% no 3T12, ligeiramente menor do que os 4,8% no trimestre anterior. Os custos continuaram aumentando como resultado da paralisação de uma planta de produção de amônia e da refinaria de Araucária, o que levou à compra de amônia e ureia, com vistas a cumprir contratos. O EBITDA para o segmento de fertilizantes aumentou para R$ 407 milhões no 3T12 em relação aos R$ 354 milhões no 2T12, devido principalmente a maiores preços de venda.

Serviços de logística-O segmento de serviços de logística gerou receita de R$ 913 milhões no 3T12, um aumento de 14,3% em comparação aos R$ 799 milhões do trimestre anterior.

A receita proveniente de transporte ferroviário de carga geral aumentou 9,2%, atingindo R$ 626 milhões contra R$ 573 milhões no 2T12. O aumento foi influenciado pelo período de safra no Brasil, que começa no segundo trimestre e se estende pelo terceiro trimestre.

As ferrovias da Vale – Carajás (EFC), Vitória a Minas (EFVM), Norte-Sul (FNS) e Centro-Atlântica (FCA) – transportaram 8,036 bilhões de tku10 de carga geral para clientes no 3T12, um aumento de 38,9% na comparação trimestral, refletindo um aumento de 17,9% nos volumes de produtos agrícolas e 7,8% de transporte de combustível. As principais cargas transportadas por nossas ferrovias no 3T12 foram produtos agrícolas (55,3%), insumos e produtos siderúrgicos (26,2%), materiais de construção e produtos florestais (11,8%), combustíveis (6,4%) e outros (0,4%).

A receita com serviços portuários totalizou R$ 287 milhões, contra R$ 226 milhões no 2T12. Nossos portos e terminais marítimos movimentaram 5,481 Mt de carga geral, abaixo dos 6,421 Mt do 2T12. No 3T12, a margem EBIT foi -6,0%.

O Ebitda Melhorou no 3T12, subindo para R$ 78 milhões em comparação com R$ 17 milhões no 2T12.

.[Vídeo com os comentários do diretor-executivo de Finanças e Relações com Investidores da Vale, Luciano Siani,sobre os resultados do terceiro trimestre de 2012 [http://saladeimprensa.vale.com/pt/home/imprensa.asp].

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