Pescados da costa do Pacífico ganham força no Brasil

Mais robustos e de melhor qualidade, peixes das costas chilena e peruana são procurados por restaurantes e redes varejistas.

São Paulo - O consumo de pescados no Brasil é de 9,75kg per capita, de acordo com o Ministério da Pesca em 2010. O valor, ainda considerado baixo se comparado a outros países, é 68% maior que o registrado em 2005. A falta de hábito, o preço dos pescados e a produção nacional, ainda acanhada, impedem um crescimento maior.

Entre os fatores responsáveis pelo aumento do consumo de pescados no Brasil está a importação. A participação de pescados de outros países cresceu 8,3% entre 2005 e 2010, chegando a 34% do consumo de peixes no país.

Os mercados mais promissores de pescados estão no Oceano Pacífico. Chile e Peru, dois dos maiores produtores e exportadores mundiais de pescados, despontam como potenciais fornecedores para o Brasil. Beneficiados pela riqueza de nutrientes da corrente de Humboldt e pela temperatura, os pescados locais são mais robustos, macios e saborosos que os nacionais.

Para o diretor da ABN8, empresa especializada em comércio exterior e pioneira na importação de pescados frescos da costa do Pacífico, Guilhermo Niezen, o mercado brasileiro ganha em qualidade com os produtos: "há um déficit de qualidade e variedade de peixes frescos no Brasil e o preço é alto, por isso a importação é uma alternativa viável", avalia.

Ainda segundo Niezen, restaurantes de alto nível, restaurantes japoneses, temakerias e sushi-bars são alguns dos mercados que necessitam de peixes de alta qualidade: "os sushi-men e donos destes estabelecimentos se ressentem com a pouca variedade de pescados brasileiros e, para agregar qualidade a seus pratos, procuram por produtos importados e encontraram o que desejavam com os peixes do Pacífico".

A tendência é que os pescados importados da América do Sul ganhem ainda mais força no Brasil, pois o consulado peruano fechou acordo para a promoção de peixes em grandes cadeias varejistas.