Usiminas: terceiro trimestre tem alta na receita e margens menores, analisa BB Investimentos

Receita sobe, mas margens operacionais sofrem dura queda.

No 3T12, a Usiminas apresentou resultado com boa evolução na receita líquida, que alcançou R$ 3,4 bilhões, um aumento de 5,1% em relação ao 2T12, tendo como principais motivos: (a) o aumento de vendas de produtos de maior valor agregado; (b) maiores preços de venda na Siderurgia e na Transformação do Aço; (c) maior participação das vendas no mercado interno e; (d) maior contribuição do segmento de Bens de Capital. Por outro lado, as margens operacionais da companhia sofreram pressão da ordem de 1,0 p.p. a 8,8 p.p. tanto na relação trimestral como anual, em razão da queda de volume em todas as unidades de negócios, além da alta dos custos.

A análise foi feita por Victor Penna do BB Investimentos.

Desempenho em mineração: este segmento apresentou receita líquida de R$ 154,2 milhões, com uma redução de 27,6% em comparação ao trimestre imediatamente anterior, tendo como principal consequência a queda no volume vendido e o forte declínio do preço do minério de ferro no mercado. Por estes mesmos motivos, o lucro bruto ficou em R$ 93,4 milhões, -33,4% T/T, com margem bruta de 60,6%, contra 65,8% no 2T12. Já o Ebitda foi de R$ 55,7 milhões, com diminuição de 44,3% em relação ao 2T12, e com margem de 36,1%.

Segmento de siderurgia: o desempenho do segmento de siderurgia foi marcado pela queda no volume, porém compensada pela alta nos preços no mercado interno e externo, somado à melhora no mix de produtos. Com isso, a ROL deste segmento ficou em R$ 3,0 bilhões, -4,0% quando comparada ao 2T12. Os custos, no entanto, acabaram por praticamente anular a receita líquida, uma vez que também ficaram em R$ 3,0 bilhões no período. O Ebitda da siderurgia foi de R$ 57,4 milhões, impactado pelo efeito extraordinário das despesas operacionais, que acabaram puxando a margem em 4,6 p.p. para baixo, encerrando o trimestre em 1,9%.

Resultado operacional: as despesas de SG&A consolidadas apresentaram uma elevação de 6,0% quando comparadas ao trimestre anterior, totalizando R$ 222,6 milhões no período. Já as Outras Despesas e Receitas Operacionais foram de R$ 61,3 milhões no 3T12, -183,2% em relação ao 2T12. Esta variação é consequência dos efeitos negativos extraordinários e não recorrentes de provisão de contrato de transporte com a MRS no valor de R$ 31,2 milhões e de provisão de contingências referentes a processo de aquisição de participações societárias no valor de R$ 30,9 milhões. Com isso, o Ebitda consolidado no 3T12 foi de R$ 149,7 milhões, equivalente a uma margem de 4,4%, -2,8 p.p. T/T e -7,0 p.p. A/A.

Resultado Financeiro e lucro líquido: “o resultado financeiro consolidado encerrou o período negativo em R$ 117,4 milhões, ante os R$ 255,7 milhões negativos no 2T12, devido à menor variação do dólar no período, resultando em um prejuízo líquido de R$ 124,9 milhões”, termina o analista.