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10/11/2012 - 06:21

Como diferenciar manias cotidianas de transtornos psiquiátricos

Aliada ao tratamento medicamentoso, iniciativas como o projeto Tear promovem a reinserção social dos portadores de doenças psiquiátricas por meio de oficinas terapêuticas e profissionalizantes .

O ditado popular costuma dizer que “cada um tem sua mania”, mas quando a “mania” vira alteração de comportamento importante, causando prejuízo nas relações sociais e também no convívio familiar, a pessoa pode ter desenvolvido algum tipo de transtorno mental. Uma das dúvidas mais recorrente é saber diferenciar sintomas considerados normais de enfermidades como o transtorno bipolar (TB), o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), e a esquizofrenia. À primeira vista os sintomas relacionados com os três casos podem até ser parecidos, mas com o agravamento das doenças, as diferenças começam a se destacar e impactar negativamente na qualidade de vida do portador. Mesmo difundidas nos dias de hoje em programas populares e novelas, as doenças psiquiátricas ainda são facilmente confundidas entre si, o que atrasa o diagnóstico correto.

O transtorno bipolar é caracterizado pela alternância de humor, na qual, por um período, a pessoa passa por uma euforia anormal – fase maníaca - e, em outro, entra em estado de apatia e tristeza, sem estímulo para exercer funções que antes eram prazerosas – o estado depressivo. Além disso, a pessoa acometida pela doença geralmente apresenta, mesmo entre as duas fases, instabilidades de humor como irritabilidade, impulsividade e maior tendência de abusar de substâncias ilícitas. Parece muito simples identificar o TB, mas seu diagnóstico pode demorar a ser descoberto se os sintomas apresentados forem brandos e a família tolerante a eles.

O TB é uma doença presente em cerca de 3 à 5% da população, uma doença multifatorial, sendo causada por fatores estressores e predisposição genética. A doença geralmente se manifesta pela primeira vez em adultos, mas ela também pode aparecer em qualquer fase da vida. “O tipo de manifestação inicial mais comum é um quadro depressivo e por isso muitas vezes a doença é tratada de forma equivocada, o que pode até piorar os sintomas depressivos ou desencadear euforia nos pacientes. Os primeiros episódios de depressão são seguidos de fases de euforia e oscilações rápidas de humor que deterioram muito o funcionamento social e profissional da pessoa” ressalta Márcio Gerhardt, médico psiquiatra do Programa de transtornos afetivos do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clinicas da Universidade de São Paulo.

A detecção do TB exige um profissional com expertise no assunto, investigação cuidadosa da história pregressa e, muitas vezes, entrevistas com os familiares do paciente. O diagnóstico precoce é importante, pois pode prevenir recorrências e deterioração da qualidade de vida. “O TB é uma doença crônica, assim como hipertensão ou diabetes que, se não estabilizada, evolui para deterioração da inteligência e inúmeros prejuízos sociais. Apesar de não ter cura, é possível prevenir os episódios de alteração de humor com o tratamento adequado, que inclui vários tipos de medicamentos estabilizadores do humor. Além disso, é fundamental um trabalho de psicoeducação junto ao paciente e seus familiares, a fim de conscientiza-los da importância do tratamento e da desmitificação da doença mental”, orienta Gerhardt.

No transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), o indivíduo apresenta ideias intrusivas (obsessões) geradoras de muita ansiedade que necessitam de atos repetitivos para alívio (compulsões). Tais ideias ou comportamentos, que podem parecer absurdos para a própria pessoa acometida são incontroláveis, repetitivos e persistentes. O paciente é dominado por pensamentos desagradáveis - de natureza religiosa, agressiva, sexual, entre outros -, e sente dificuldade em tirá-los de sua mente, mesmo que lhe pareçam sem sentido. O sentimento de alívio surge apenas com a repetição de determinados comportamentos.

Já a esquizofrenia tem maior incidência em jovens entre 25 e 30 anos e se caracteriza, principalmente, por sintomas psicóticos e um curso com deterioração grave. Os pacientes podem apresentar os chamados “sintomas negativos” que são os primeiros a serem observados, como a perda do interesse em assuntos de seu meio social e o distanciamento da família, muitas vezes, com indiferença de sentimentos. Essa fase pode durar anos até que os sintomas “produtivos” ou psicóticos apareçam. Os sintomas produtivos são mais facilmente identificados e se caracterizam pelos delírios e pelas alucinações. “É neste período que o portador da enfermidade apresenta ideias delirantes, geralmente de cunho paranoico, dirigido a pessoas próximas e isso geralmente deixa o paciente completamente incapacitado de realizar suas atividades diárias” explica Gerhardt.

A esquizofrenia pode comprometer as funções cognitivas em todas as fases, mas se descoberta em estágio inicial e tratada adequadamente, é capaz de ser controlada e atenuar o prejuízo no aprendizado de novas funções e até no trabalho. Para Gerhardt, o papel da família é muito importante para o diagnóstico precoce e também para o tratamento. “Qualquer pessoa que reconheça uma mudança de comportamento brusca em um familiar que tenha consequências graves na maneira como essa pessoa costuma funcionar, deveria procurar um psiquiatra assim que possível. A intervenção precoce, logo no primeiro surto, é a medida que mais evita os danos devastadores da doença no comportamento da pessoa ao longo da vida” finaliza o médico.

Atualmente, existem medicamentos disponíveis no mercado que são capazes de reduzir os efeitos colaterais normalmente atribuídos à classe de estabilizadores de humor. Entre essas opções, está Geodon (cloridrato de ziprasidona), indicado para o tratamento da fase de manutenção e fase aguda da doença bipolar e da prevenção de recorrência em pacientes bipolares. O medicamento também é utilizado para portadores de esquizofrenia. Além de ser eficaz, o produto tem a vantagem de não apresentar alguns dos efeitos adversos associados aos demais antipsicóticos atípicos, como ganho de peso excessivo e indução à síndrome metabólica (aumento do colesterol, triglicérides e da glicemia).

Apoio e estímulo aos portadores são fundamentais - É sabido que o ambiente familiar pode contribuir para a reintegração do indivíduo portador de transtorno psiquiátrico na sociedade. Muitas vezes, os distúrbios provocam perda da noção da realidade, e, por isso, o apoio da família tem grande importância na recuperação. Outro aspecto importante a ser considerado é o oferecimento de atividades e ocupações a esses pacientes, evitando o afastamento e estimulando o desenvolvimento social e cognitivo.

Existem muitas iniciativas que promovem a reinserção social desses portadores. Um bom exemplo é o Projeto Tear – Oficinas de Trabalho Terapia e Arte – uma iniciativa da Pfizer em parceria com a Prefeitura de Guarulhos, Associação Saúde da Família e Associação Cornélia Vlieg. O Tear é uma atividade de transformação da realidade das pessoas com transtornos psiquiátricos por meio de oficinas terapêuticas e profissionalizantes. De acordo com Cristiane Santos, Gerente de Comunicação Corporativa da Pfizer, o oferecimento de oportunidade de trabalho a esse indivíduo pode ajudar na sua inclusão na sociedade. “O Tear promove atividades que respeitam as possibilidades de cada paciente em tratamento. Com isso, é possível resgatar o processo de aprendizado e permitir a expressão dos sentimentos, além de contribuir para o fortalecimento das relações sociais, conscientização e reaproximação da família do paciente”, salienta.

As oficinas realizadas pelo Tear são: vitral & velas, mosaico, encadernação & papelaria artesanal, papel reciclado artesanal, serigrafia & personalização, tear & costura e marcenaria & machetaria. Os produtos desenvolvidos nas oficinas de trabalho são comercializados para empresas que fazem encomendas e também na Loja Tear. Os valores obtidos com as vendas são revertidos para os usuários, contribuindo assim para a geração de renda dos atendidos e para a sustentabilidade das atividades.

As enfermidades mais comuns - A adoção de alguns hábitos saudáveis, como evitar o consumo de álcool, nicotina e drogas estimulantes, manter uma rotina diurna, manter o convívio social com parentes e amigos e participar de grupos de apoio também ajudam a controlar as enfermidades mentais. O ideal é sempre procurar ajuda de um especialista quando suspeitar que uma dessas doenças possa acometer você ou um membro de sua família. Saiba identificar e diferenciar os sintomas mais comuns:

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