FDA aprova tratamento inovador para artrite reumatoide

A Pfizer acaba de receber da FDA (agência regulatória de medicamentos e alimentos nos EUA) a aprovação de Xeljanz (citrato de tofacitinibe) para tratamento de adultos com artrite reumatoide (AR) moderada à grave, que tiveram intolerância ou não responderam adequadamente à terapia com metotrexato*. Trata-se do primeiro medicamento modificador do curso da doença com administração oral (diferentemente dos biológicos atuais) aprovado nos últimos 10 anos, que possui ainda um diferencial importante: ao contrário de outras terapias para AR, que costumam atuar em alvos fora das células, o tofacitinibe atua nas vias intracelulares que desencadeiam os processos inflamatórios, especificamente inibindo a proteína janus quinase (JAK) – substância que tem um importante papel no aparecimento desta doença. Xeljanz inaugura, assim, uma classe de tratamento para AR: inibidores de janus quinase – JAK.

Esse mecanismo é responsável por proporcionar melhorias clinicamente significativas em portadores da doença e os estudos com Xeljanz apontaram que pacientes com AR moderada a grave apresentaram redução significativa dos sinais e sintomas da doença, além de aprimoramento na função física – ou seja, na realização de atividades rotineiras. Característica bastante importante já que, segundo estudos europeus, entre 20% e 30% dos pacientes tornam-se incapazes para o trabalho durante os três primeiros anos do aparecimento da doença1. A expectativa é de que Xeljanz chegue ao mercado brasileiro em 2013.

Sobre artrite reumatoide -A artrite reumatoide é uma doença inflamatória crônica, que acontece devido a uma disfunção do sistema imunológico do indivíduo. A doença atinge aproximadamente 2 milhões de brasileiros, que convivem constantemente com dor e inchaço articular persistente, diminuição de flexibilidade e amplitude no movimento, perda de peso, cansaço sem causa aparente. Estatísticas indicam que 66% das pessoas com AR perdem anualmente cerca de 40 dias de trabalho2.

Em geral, a AR começa nas articulações das mãos e dos pulsos de forma simétrica, isto é, afeta as mesmas articulações de cada lado do corpo. A doença é considerada sistêmica, podendo acometer outros órgãos do corpo. Não existe uma cura definitiva para artrite reumatoide, apesar de os tratamentos existentes serem cada vez mais capazes de controlá-la. Por isso, é importante estabelecer o diagnóstico precoce e aplicar terapias avançadas para conseguir o controle da doença – que incluem mudanças no estilo de vida, uso de medicamentos e até cirurgia para os casos mais graves. Vale ressaltar que apenas o reumatologista pode indicar o melhor tratamento ao paciente.