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13/11/2012 - 06:08

Certificação do analista: hora de mudar

Uma das grandes aspirações da APIMEC foi a adoção da autorregulação da categoria de analistas e profissionais de investimentos, nos moldes das práticas adotadas nos países desenvolvidos e especialmente naqueles que possuem moderno e eficiente mercado de capitais. Antes a regulamentação e fiscalização da atividade eram funções da Comissão de Valores Mobiliários – CVM.

Foram anos de conversas e discussões com a equipe técnica da CVM até se chegar a um ponto ótimo de entendimento no qual a APIMEC tinha plena consciência das dificuldades e de sua capacidade de assumir os enormes desafios da autorregulação e a CVM havia se convencido que de fato a APIMEC apresentava condições de se preparar e se instrumentalizar para vencer todos os desafios de um passo tão relevante.

Assim, em 2010, a APIMEC NACIONAL assumiu a função de autorregulação da atividade de analista de valores mobiliários nos termos da instrução CVM 483/2010. Ao observarmos os resultados, tomando como base as informações da APIMEC e considerarmos setembro de 2010 como ponto de partida, é possível perceber alguns fatos, nem todos positivos. Até agosto de 2012, o número de profissionais certificados evoluiu de 211 para 289, o número de profissionais credenciados passou de 889 para 716, redução de 24% e o número de licenciados cresceu de 69 para 304 profissionais.

Se a autorregulação e o programa de certificação representam a grande conquista da APIMEC e todos concordam com isso, porque que os resultados não confirmam tal assertiva? É inquietante e desafiador responder a essa questão! No entanto, uma conclusão é obvia: o programa de certificação como posto foi de encontro dos interesses dos analistas quando deveria ir ao encontro dos interesses e expectativas dos mesmos.

Logo, é imperioso redefinir o programa de certificação ajustando-o não só aos reais interesses dos analistas, mas também, às necessidades do mercado. Atender apenas a legislação é necessário, mas não é suficiente. Considerando-se o mercado como um todo, faz sentido que a APIMEC NACIONAL adote um planejamento estratégico redefinindo seus objetivos e prioridades em função da realidade atual do mercado de capitais no âmbito do mercado brasileiro e internacional.

Impõe-se a revisão de sua Governança Corporativa de forma a dotá-la de uma gestão colegiada, participativa, eficiente e totalmente transparente, buscando em todos os aspectos filosóficos e administrativos uma perfeita sintonia e complementaridade com as APIMECs REGIONAIS.

Devem ser elaborados planos e programas pela APIMEC NACIONAL em consonância com as APIMECs REGIONAIS, no sentido de desenvolver e aumentar o número de Analistas e Profissionais de Investimentos, com o objetivo de incrementar a participação de novos empreendimentos no mercado de capitais, criando ambiente favorável ao aumento significativo de investidores nacionais e internacionais. Mercado de Capitais forte pressupõe, entre outros aspectos, empresas atuantes, investidores nacionais e internacionais e analistas capacitados e certificados.

A APIMEC NACIONAL precisa adotar medidas objetivas e claras no sentido de assegurar o fortalecimento das APIMECs REGIONAIS, garantindo suas participações no programa de certificação de forma a torná-lo mais eficiente, abrangente e mais próximo dos analistas e dos profissionais de investimentos. O revigoramento das APIMECs REGIONAIS se impõe como medida necessária, prioritária e indispensável para uma ampla e democrática recuperação do mercado de capitais.

O Programa de Certificação do Analista necessita ser revisto, atendendo os aspectos legais, com a finalidade de formar profissionais plenamente habilitados, para atender às exigências dos mercados de trabalho nacional e internacional, visando à melhoria e compatibilização com os maiores interesses dos analistas e profissionais de investimentos e, propiciando fundamento técnico ao indispensável processo de reciclagem e reeducação profissional. O exame de certificação deve ser revisto no sentido de aprimorar a forma de apurar o real conhecimento técnico do analista e o atual modelo de fiscalização que deverá priorizar uma ação mais profilática e preventiva, utilizando critérios racionais e transparentes com amplo respeito ao profissional.

Por fim, há que se destacar a necessidade da adoção de uma política de marketing junto às empresas que necessitam do trabalho desses profissionais, junto aos profissionais para que se possa entender que no mundo atual a certificação e a educação continuada integram a competitividade do mercado de trabalho e, junto às universidades para que haja adequado entendimento de que o analista certificado tem um campo de trabalho muito significativo nos mercados nacional e internacional.

.Por: Paulo Ângelo Carvalho de Souza, é candidato à presidência da APIMEC NACIONAL e atual presidente do Instituto Mineiro de Mercado de Capitais; Conselheiro de Administração e Fiscal de Companhias de capital aberto e fechado e Sócio da Consultoria & Gestão de Negócios -PARRCONSULT. Foi diretor e Conselheiro da ABRAPP; presidente da APIMEC MG, Conselheiro da APIMEC NACIONAL e do IBCPI. Atuou como administrador de Carteira de Valores Mobiliários, orofissional de Investimento e analista de Valores Mobiliários. Sua formação é graduado em Engenharia Civil pela UFMG, com cursos de pós-graduação em Engenharia Econômica pelo Instituto de Engenharia Econômica e Administração, MBA Executivo em Finanças pelo IBMEC e Direito de Economia e da Empresa pela Fundação Getúlio Vargas em 1997.

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