Interfarma e Biominas Brasil apresentam guia de inovação farmacêutica no Rio de Janeiro

Roadshow tem objetivo de demonstrar como a publicação pode ajudar pesquisadores e pequenas empresas de biotecnologia na invenção de novos medicamentos.

São Paulo – A Interfarma - Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa - e a Fundação Biominas Brasil realizaram no Rio de Janeiro, no Parque Tecnológico do Rio, o 3º Roadshow de apresentação do livro “Da bancada ao mercado: Guia Prático para Inovação Farmacêutica. A publicação visa auxiliar pesquisadores, empresas de biociências e potenciais parceiros no desenvolvimento de seus projetos. O livro está organizado conforme as etapas principais do processo de inovação – começando pela identificação de uma oportunidade a partir de resultados promissores em bancada e de uma demanda não atendida do mercado.

Para divulgação do livro entre pesquisadores de universidades e centros de pesquisa em biotecnologia, está sendo realizado um roadshow ao longo do semestre que inclui diversas cidades do Brasil. O lançamento aconteceu dia 06 de setembro na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP), em São Paulo. No Rio de Janeiro, o evento terá apresentação da médica geneticista Dafne Horovitz, do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (Fiocruz), que fará uma palestra sobre “Doenças raras e doenças negligenciadas”.

O que motivou a publicação foi a percepção de que existe uma distância entre as empresas que investem fortemente na pesquisa farmacêutica e os pesquisadores e pequenas empresas de biotecnologia que também pesquisam inovações. O guia tem objetivo de promover a aproximação, além de reunir todas as informações necessárias para quem está iniciando um estudo.

Um dos desafios que o Brasil enfrenta no processo de inovação é o baixo registro de patentes em relação ao grande número de trabalhos publicados. As biociências, ou ciências da vida, representam a área de estudo com maior potencial no país e concentram 42,2% dos pesquisadores com título de doutor. Mesmo assim, a produção tecnológica é fraca quando se verifica a representatividade brasileira no depósito internacional de patentes. Com mais de oito mil artigos científicos publicados em periódicos no período de 2000 a 2008, em 2009 o Brasil tinha conseguido registrar 103 patentes, quase a metade da Rússia e seis vezes menos do que a Índia.

A nova publicação foi desenvolvida por especialistas que têm no seu dia a dia o relacionamento com instituições de pesquisa e com a indústria. Com essa visão, o texto procura indicar ao pesquisador as formas de avaliar a atratividade do seu projeto, as fontes de informação tecnológica, recursos e de mercado, conhecimentos básicos sobre proteção intelectual, etapas de desenvolvimento e estabelecimento de parcerias. O guia inclui também um glossário – com termos que facilitam a interação com parceiros privados – e enfatiza a importância de seguir um roteiro de ações, evitando atalhos que frequentemente desvalorizam o projeto.

“O lançamento desse livro em parceria com a Biominas faz parte dos esforços da Interfarma para aumentar a aproximação entre os pesquisadores e as empresas inovadoras, além de impulsionar o desenvolvimento farmacêutico em nosso país”, afirma o presidente executivo da Interfarma, Antônio Britto. “Com esse objetivo também criamos em conjunto o Programa de Inovação Biotecnológica em Saúde Humana no Brasil, que promove seminários e outras atividades junto a esse público,” completa ele.

A Interfarma é uma entidade setorial, sem fins lucrativos, que representa empresas e pesquisadores nacionais ou estrangeiros responsáveis por promover e incentivar o desenvolvimento da indústria de pesquisa científica e tecnológica no Brasil voltada para a produção de insumos farmacêuticos, matérias-primas, medicamentos e produtos para a saúde.

Fundada em 1990, a Interfarma possui atualmente 43 empresas associadas. Hoje, esses laboratórios são responsáveis pela venda, no canal farmácia, de 78% dos medicamentos de referência do mercado e também por 43% dos genéricos produzidos por empresas que passaram a ser controladas pelos laboratórios associados. | Site: [www.interfarma.org.br].