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15/11/2012 - 07:57

Reciclagem, destino do produto eletrônico

Com a constante mudança tecnológica e a variedade de opções, os produtos eletrônicos tem grande rotatividade. Hoje, todos os materiais eletrônicos podem e devem ser reciclados, ainda mais pela velocidade na qual os produtos de última geração passam a ser obsoletos em questões de meses ou até dias, dependendo da concorrência dos fabricantes. Outro fator que contribui muito para o descarte dos nossos resíduos eletrônicos é a questão do status social que esse produto representa na sociedade. Um exemplo típico são os aparelhos celulares, que têm modelos novos lançados praticamente todas as semanas.

Televisores, aparelhos de DVDs, videocassetes, celulares, cartuchos de impressoras, placas diversas, hard disk (HD’s), mouses, teclados, monitores, fontes de computadores, laptops, calculadoras e videogames são exemplos de produtos que podem e devem ser reciclados.

Devemos dar a destinação correta para o lixo eletrônico, pois o mesmo é repleto de metais pesados e substâncias tóxicas que causam diversas doenças, até mesmo câncer. Esse material descartado em locais não adequados, tais como lixões e aterros controlados, acabam liberando com o tempo resíduos químicos pesados, contaminando fortemente o solo e o lençol freático.

Com base nos dados coletados pelo Greenpeace, descartamos hoje no Brasil de 20 a 50 toneladas de lixo eletrônico. Sabendo do risco desse produto, imagine a destruição que faria em nosso meio ambiente quando descartado de forma incorreta.

Os lixões de diversas regiões do Brasil acabam recebendo produto eletrônico em grande quantidade, mas que poderia ser destinado em diversas organizações não governamentais, associações, fundações, hospitais e até em museu de eletrônico.

Em 2008 foi realizado o projeto “Mutirão do Lixo Eletrônico”, em parceria com a Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, que objetivou o recolhimento correto de pilhas, baterias, celulares e carregadores dos postos instalados pela capital e em 372 municípios. O que mais surpreendeu foi a participação popular que ajudou a recolher cerca de 50 toneladas de resíduos eletrônicos.

A rotulação dos produtos é um ponto muito importante para informar o consumidor o que deve ser descartado em lixo comum, bem como orientar sobre pontos de coleta de lixo tecnológico, com endereço e telefone de contato dos responsáveis pelo descarte. Depois de coletado, esse lixo eletrônico é desmontado e todos os componentes são separados, como placas, fios, plásticos e vidros, reaproveitando o PVC, ouro, prata, platina, cobre dos componentes eletrônicos e etc. Existem processos simples, como obtenção do plástico, e os muito sofisticados que exigem tecnologia e muita segurança, como separação de metais nobres e materiais tóxicos.

No computador, por exemplo, os plásticos vão para empresas recicladoras, os tubos dos monitores são cortados em via úmida e geram óxidos metálicos, as placas passam por moagem e separação química e, depois, é realizado o banho e a separação interna para retirar os metais que estão agregados na matéria-prima. Todo o processo é químico e após o reprocessamento dos resíduos tecnológicos são obtidos sais e óxidos metálicos, que serão utilizados nas indústrias de cerâmicas, refratárias e indústrias químicas.

Lógico que esse processo não é simples. Da mesma forma como foi desenvolvido, dependerá de tecnologia para ser reciclada. Por isso a preocupação da Política Nacional de Resíduos Sólidos em tratar de logística reversa. O importante é saber que existe um caminho e que ele pode – e deve – ser trilhado.

.Por: Alessandro Azzoni, consultor de meio ambiente e especialista em orçamento público. Formado em Ciências Econômicas, com pós-graduação em Mercado Financeiro Internacional na Suíça, Azzoni é conselheiro reeleito do CADES (Conselho Regional de Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável e Cultura de Paz) Vila Mariana. Envolvido com diversas causas, é ainda coordenador da Comissão Socioambiental da Distrital Sudeste da Associação Comercial, membro do CONSEG (Conselho Comunitário de Segurança) e do conselho dos moradores em situação de rua da Vila Mariana, conselheiro do CADES Municipal pela Associação Comercial de São Paulo e do distrito sudeste.

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