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19/10/2007 - 09:32

Modelo de financiamento imobiliário no México é bom exemplo para o Brasil

Em 2006, sistema mexicano financiou três vezes mais unidades residenciais do que o brasileiro. Estudo que compara realidade do mercado nos dois países será apresentado durante evento em São Paulo.

Os modelos de financiamento imobiliário adotados no México e no Brasil não apresentam diferenças substanciais. Apesar disso, o sistema mexicano vem somando melhores resultados do que o brasileiro: no ano passado, foram financiadas, no México, 675 mil unidades residenciais, enquanto no Brasil esse total chegou a apenas 214 mil. Por que isso acontece? A resposta está no estudo “O Financiamento Imobiliário Residencial no México e sua Comparação com a Realidade Brasileira”, que será apresentado durante o VII Seminário da Sociedade Latino Americana de Estudos Imobiliários (LARES, na sigla em inglês de Latin American Real Estate Society), em São Paulo, nos dias 25 e 26 de outubro.

Segundo o autor do trabalho, o engenheiro Alessandro Vedrossi, mestre pela Escola Politécnica da USP e diretor executivo da GMAC-RFC para a América Latina, empresa especializada em investimentos e financiamento imobiliário do grupo GMAC Financial Services, há duas razões fundamentais que explicam o sucesso do modelo mexicano: o governo e as instituições privadas do país vêm trabalhando continuamente para buscar soluções que favoreçam a obtenção de crédito para compra da casa própria e o México apresenta um quadro mais longo de estabilidade macro-econômica do que o Brasil. “Esses dois fatores favoreceram a criação de um sistema menos burocrático e mais criativo do que o brasileiro, embora, na prática, os modelos dos dois países sejam semelhantes”, observa ele.

O México criou alguns instrumentos que têm se mostrado eficientes como forma de facilitar o acesso ao crédito imobiliário. Um deles é o Infonavit, similar ao nosso Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). A diferença entre eles é que o saldo existente na conta de um trabalhador cadastrado no Infonavit pode ser utilizado mensalmente para abater a dívida com a casa própria. Já o dinheiro do FGTS é liberado apenas para dar a entrada no imóvel. Depois disso, é possível somente fazer amortizações do saldo devedor a cada dois anos.

De acordo com Vedrossi, o fato de, no Brasil, o crédito para financiamento da casa própria ser direcionado da poupança é um entrave adicional, pois limita a quantidade de dinheiro disponível. “No México não há essa limitação”, lembra. Para alavancar o mercado, os mexicanos criaram a Sociedad Hipotecaria Federal (SHF), um banco de fomento que, num primeiro momento, teve como objetivo dar funding às empresas do mercado de crédito imobiliário. Hoje, a SHF atua junto às companhias hipotecárias dando garantia para as operações de financiamento.

“O México é um bom exemplo de país em desenvolvimento que está conseguindo reduzir o problema do déficit habitacional com empenho governamental e ações regulatórias consistentes. O Brasil, que tem uma economia maior e mais diversificada, tem muito a aproveitar do modelo mexicano”, ressalta Alessandro Vedrossi.

O estudo “O Financiamento Imobiliário Residencial no México e sua Comparação com a Realidade Brasileira” será apresentado no primeiro dia do VII Seminário da Sociedade Latino Americana de Estudos Imobiliários, que acontece nos dias 25 e 26 de outubro, nas dependências da Escola Politécnica da USP. Mais informações em www.lares.org.br, (11) 3091-5430 ou [email protected]

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