Pepe Vargas, ministro do Desenvolvimento Agrário, abre o Brasil Rural Contemporâneo 2012

"Quando as pessoas passarem pela Feira, podem ter certeza que atrás de cada produto está um conjunto de políticas públicas que viabilizam a agricultura familiar. Mas, acima de tudo, está o trabalho, a vocação e a identidade cultural desta agricultura que tem gente que trabalha no campo, que produz agricultura, cultura, que produz o Brasil Rural Contemporâneo." A fala do ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, marcou a abertura da VIII Feira Nacional da Agricultura Familiar e Reforma Agrária - Brasil Rural Contemporâneo.

O evento que vai até domingo (25/11), na Marina da Glória (RJ), reúne 650 expositores, que juntos representam o trabalho de mais de 400 mil agricultores familiares brasileiros - cerca de 10% do universo da agricultura familiar do País. Um dos destaques dessa edição é a presença feminina. Pela primeira vez, a maior parte, 53%, dos dirigentes das organizações econômicas que expõem são mulheres.

Se declarando "fiel consumidora" dos produtos da agricultura familiar, a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Tereza Campello, marcou presença na cerimônia de abertura da Feira. Para ela, ao longo das oito edições, o Brasil Rural Contemporâneo tem cumprido o papel de tirar a ideia de que o meio rural é atrasado e de dar visibilidade para o setor nas grandes cidades brasileiras.

A ministra também frisou a importância de ações conjuntas entre os dois ministérios para o desenvolvimento econômico e social do Brasil. "Uma parte da população no meio rural ainda é extremamente pobre e a forma para tirá-los da pobreza é este mesmo caminho encontrado e construído por estes agricultores que aqui estão. Agricultores com tecnologia de ponta, com capacidade. A feira para nós também vai ser uma inspiração de como construir não só um Brasil Rural Contemporâneo moderno, dinâmico, inclusivo, mas também construir um Brasil Sem Miséria", afirmou.

Trabalho e qualificação -Atualmente, a agricultura familiar é responsável por um terço do valor bruto da produção agropecuária brasileira e ocupa, aproximadamente, 75% da mão de obra empregada no campo, cerca de 12 milhões de brasileiros. São homens e mulheres que produzem a ampla maioria dos alimentos consumidos no País.

Ressaltando a necessidade de conciliar o talento e a criatividade dos agricultores familiares com a visão de mercado, o presidente-diretor do Sebrae Nacional, Luiz Barreto, falou sobre o papel da instituição no auxílio aos agricultores familiares para que os produtos sejam comercializados da melhor forma no cotidiano e, em especial, na Feira. "Tem sido um momento especial em que somos uma vitrine de como é importante, rica e diversa a produção do nosso país e desses agricultores que fazem a diferença, que mudam e desenvolvem o Brasil", ponderou.

Trabalho conjunto-A abertura do Brasil Rural Contemporâneo também foi espaço para firmar parcerias e acordos. Durante o evento foi lançada a campanha Brasil Orgânico Sustentável, para promover o consumo sustentável durante a Copa de 2014. Também foi assinada portaria interministerial que cria o prêmio Empresa Parceira do Plano Brasil Sem Miséria, com intuito de valorizar as iniciativas do setor privado que contribuam no combate à extrema pobreza.

Representando os agricultores familiares participantes da Feira, a produtora Maria José Ferreira Alves, da Cooperfruto, cooperativa que trabalha com o extrativismo sustentável no estado do Tocantins, elogiou a iniciativa do ministério e se mostrou ansiosa pelos resultados. "Este evento é maravilhoso e esperamos aqui boas vendas", revelou a agricultora.

Brasil Rural Contemporâneo 2012 -Em uma área coberta de 40 mil m², o evento reunirá, em cinco dias, 650 expositores e organizações da agricultura familiar de todas as regiões do país, trazendo a diversidade, a cultura e a riqueza de um povo que produz a maioria dos alimentos que chegam à mesa dos brasileiros. Considerada a maior feira do gênero da América Latina, as sete edições do Brasil Rural Contemporâneo reuniram, ao todo, mais de 850 mil pessoas. Na última edição (em Brasília, em 2010), o movimento resultou na comercialização de cerca de 750 toneladas de produtos. [ www.mda.gov.br/feira].