Página Inicial
PORTAL MÍDIA KIT BOLETIM TV FATOR BRASIL PageRank
Busca: OK
CANAIS

29/11/2012 - 07:58

IESS apresenta projeções dos custos da expansão e do envelhecimento da população no Brasil até 2030

Gastos da saúde suplementar vão superar R$ 80 bilhões.Despesas do SUS com assistências ambulatorial e hospitalar podem crescer 150%.Benefícios da Previdência Social devem atingir 46,1% do PIB.

O Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) apresentou no dia 27 de novembro (terça-feira), em São Paulo, durante o seminário internacional “Projeções do custo do envelhecimento no Brasil”, estimativas das despesas nas áreas de saúde pública e suplementar, além de previdência social, até 2030, geradas por conta da mudança demográfica que vai acontecer no País nos próximos anos.

Em 2010, o Brasil contava com 190,8 milhões de habitantes, sendo 11% de idosos (a partir de 60 anos de idade). Para 2030, a estimativa do IBGE é que o total de idosos atingirá 40,5 milhões de brasileiros, ou 19% da população, de 216,4 milhões. A projeção do IESS analisa, portanto, o momento posterior ao chamado “bônus demográfico”, período em que a parcela da população em idade ativa é maior do que a da população dependente. A previsão é que o bônus demográfico termine entre 2020 e 2025, como resultado do crescimento mais acelerado da população idosa.

Saúde pública-Os gastos do Sistema Único de Saúde (SUS) com assistências ambulatorial e hospitalar podem atingir, em 2030, até R$ 63,5 bilhões, um crescimento de quase 150% em relação aos R$ 25,5 bilhões despendidos a estes serviços em 2010. A assistência ambulatorial compreende procedimentos realizados por profissionais de saúde no âmbito do ambulatório, sem necessidade de internação hospitalar, como consultas, exames diagnósticos, terapias e procedimentos clínicos e cirúrgicos. Já a assistência hospitalar abrange procedimentos com finalidade diagnóstica, procedimentos clínicos, cirúrgicos e transplantes de órgãos, tecidos e células realizados em regime de internação hospitalar.

Apenas como impacto do aumento e envelhecimento da população, os gastos com serviços ambulatoriais e hospitalares seriam de R$ 35,8 bilhões em 2030, um incremento de mais de 50% no período. Considerando, ainda, o crescimento das taxas de utilização do SUS e dos gastos médios por atendimento, projeta-se o cenário mais realista, no qual as despesas atingirão R$ 63,5 bilhões.

Previdência Social-Os gastos previdenciários e assistenciais do governo devem atingir 46,1% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2030. Um crescimento de 27,4 pontos porcentuais em relação ao patamar registrado em 2010, de 18,7% do PIB, segundo as estimativas do IESS.

A estimativa considera, na visão do IESS, um cenário realista, com crescimento médio do PIB de 2% ao ano, de 2010 a 2030, e manutenção da regra de reajuste do salário mínimo, sendo que o principal fator para o incremento dos gastos com o Regime Geral da Previdência Social (RGPS) e da Lei Ordinária de Assistência Social (LOAS) são a expansão demográfica e o envelhecimento da população. A projeção indica, ainda, que o total de aposentados e assistidos no Brasil deve crescer 89,77%, saltando de 20,65 milhões, em 2010, para 39,2 milhões, em 2030.

Se admitido um cenário mais otimista, com crescimento médio do PIB de 4% ao ano, no mesmo período considerado, os gastos previdenciários e assistenciais teriam um impulso ainda maior. Neste caso, os gastos do setor atingiriam 57,1% do PIB nacional.

Saúde suplementar-Os gastos do setor de saúde suplementar no País devem ultrapassar R$ 80 bilhões em 2030, o que representará um crescimento de mais de 35% em relação aos R$ 59,2 bilhões despendidos pelas operadoras em 2010, somente como consequência do crescimento do total de beneficiários de planos de saúde e, principalmente, da parcela de idosos.

Para projetar o avanço dos gastos do setor nas próximas décadas, o IESS construiu dois cenários considerando o “efeito demográfico puro”, sem aplicar qualquer indicador inflacionário ou de frequência de utilização dos serviços, o que elevaria ainda mais os valores projetados – os idosos realizam mais consultas do que os bebês de até quatro anos e o número de internações da população que tem entre 60 e 69 anos é o dobro daquela com idade entre 40 e 49 anos. No primeiro cenário, ao considerar a utilização de uma amostra de operadoras de planos individuais e a projetando para o conjunto de todo o mercado, concluiu-se que as despesas atingiriam R$ 83,1 bilhões em 2030 e, em 2050, saltariam para R$ 104,7 bilhões.

Já no segundo, valendo-se de uma amostragem de operadoras de autogestão e a extrapolando para todo o mercado, a estimativa atingiu patamares ainda mais elevados, de R$ 87,6 bilhões para 2030 e de R$ 117,5 bilhões em 2050.

“O fato de a população envelhecer não é ruim para o negócio de saúde suplementar. Se houver equilíbrio financeiro entre o que se gasta e os valores recebidos pelas operadoras, estamos falando de um mercado muito significativo e, não por outro motivo, as grandes corporações globais do setor estão de olho no Brasil”, avalia o superintendente-executivo do IESS, Luiz Augusto Carneiro. “Enxergamos uma grande oportunidade, mas que poderá se tornar um risco, porque o problema não está em envelhecer, mas em não haver equilíbrio entre o valor cobrado e as despesas da área.”

Perfil-O Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) é uma entidade sem fins lucrativos com o objetivo de promover e realizar estudos sobre saúde suplementar. O Instituto busca preparar o Brasil para enfrentar os desafios do financiamento à saúde, como também para aproveitar as imensas oportunidades e avanços no setor em benefício de todos que colaboram com a promoção da saúde e de todos os cidadãos. O IESS é uma referência nacional em estudos da saúde suplementar pela excelência técnica e independência, pela produção de estatísticas, propostas de políticas e a promoção de debates que levem à sustentabilidade das operadoras e contínua qualidade no atendimento aos beneficiários.

Enviar Imprimir


© Copyright 2006 - 2024 Fator Brasil. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Tribeira