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30/11/2012 - 06:30

Meios de pagamento e a inclusão socioeconômica


De olho nas classes C, D e E, diversas empresas de Meios de Pagamento estão iniciando, consolidando ou diversificando suas operações no Brasil. Já não é de hoje que empresas americanas e europeias, de olho no potencial do público consumidor brasileiro, decidiram iniciar suas operações, e, inclusive, inserir novos produtos e conceitos antes não encontrados por aqui. Ainda há ações pontuais de órgãos públicos promovendo mecanismos de meios de pagamento como recurso de fomentar a economia local.

O público alvo de muitas destas empresas são os clientes não bancarizados, que hoje representam mais de 50% da população brasileira, por meio da disseminação dos cartões pré-pagos, disponibilizados nas mesmas bandeiras de grandes empresas de cartões de crédito e débito. Os benefícios da entrada deste produto fomentam não somente a economia, como também a questão social: é oferecer a oportunidade de inclusão no sistema bancário a esse público, facilitando o seu dia-a-dia e também educando seus usuários a uma nova forma de pagar suas contas e realizar suas compras.

Em paralelo a entrada destes novos produtos vem os benefícios sociais como consequência. Há organizações que estão fortalecendo seu papel social e mudando a vida de dezenas de milhares de brasileiros por meio de ações sociais. Um exemplo positivo que está ainda em fase piloto é o programa de Moeda Social Digital Jamari, para o município de Ariquimes (RR), onde o foco são pessoas com renda mensal de até três salários mínimos que receberão um cartão com um limite baixo para ser usado em compras no comércio local.

Num segundo momento, na fase de ampliação desse programa para os outros municípios, o intuito é fortalecer a economia das cidades que sofrem com a evasão de divisas, fomentando o desenvolvimento da economia local. Esta iniciativa está sendo coordenada pelo Governo com o apoio do Banco do Povo.[i]

Outro programa de inclusão financeira em destaque acontece na cidade do Rio de Janeiro, no morro do alemão, promovido pela VISA em parceria com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). Este programa tem como foco a educação da população com relação à gestão de suas finanças pessoais, treinamento e orientação para ingressar no sistema bancário, o que deve acontecer em outro momento.

Quem também está de olho no público C, D e E, são as empresas que oferecem aplicativos para pagamento via celular. A Paypal é um exemplo que, em parceria com a operadora Vivo[ii] busca oferecer uma forma segura de pagamentos e recebimentos nos aparelhos de celulares menos sofisticados, com foco nos usuários da modalidade pré-pago para suas recargas. Desde 2011 Paypal e Vivo tem uma parceria exclusiva para todas as recargas feitas através de seu site.

As empresas privadas estão expandindo seus negócios de olho no grande potencial de ganhos financeiros e expansão para um mercado que, há alguns anos, não conhecia e não consumia produtos como este: falando da população bancarizada, muitos não tinham acesso a cartões de crédito, não realizavam compras pela internet e jamais imaginaram realizar compras e pagamentos pelo seu celular. Porém, estas empresas estão exercendo um papel social imensurável: o de recuperar a auto estima de uma população com grande potencial de consumo, mas há muito tempo esquecida.

Além do papel social, devemos esperar uma mudança no mercado de trabalho brasileiro para o ano de 2013, pois enfrentaremos um boom de contratações para esse setor. Há muitos “start ups” acontecendo no Brasil, de empresas Brasileiras, Americanas e Europeias, que procuram espaço nesse vasto campo de negócios.

Nestes mercados, as áreas de tecnologia e comercial devem sofrer maior impacto. Assim como todo negócio que se inicia, a busca por profissionais com a expertise técnica necessária torna-se fundamental para a concretização das empresas: seja para estruturar o modelo tecnológico e viabilizar as operações, como desenvolver clientes e iniciar uma estratégia forte de prospecção e posicionamento de marca.

O reflexo é aquilo que nós já vimos acontecer muitas vezes: trava-se uma verdadeira batalha entre as empresas para atrair estes talentos, as estratégias de retenção destes talentos muitas vezes não são mais suficientes e impulsiona um “turn over” acima da média no mercado e, por fim, cria-se uma bolha salarial, onde profissionais sem preparo e senioridade passam a assumir posições estratégicas com salários muito acima do que condiz sua experiência e conhecimento. E cria-se, por fim, aquilo que nós consultores gostamos de chamar de mercado de candidatos - eles assumem o poder de decisão sobre as empresas.

A inclusão nos meios de pagamento não só favorecerá em nível social as classes C, D e E, mas agregará à economia brasileira um novo poder de consumo. A você, executivo e empresário, cabe refletir sobre a preparação necessária para enfrentar esse novo momento.

.[i] Site da Cardnews, acessado em outubro de 2012 |[ii] Reportagem publicada no Valor Econômico em agosto de 2012.

.Por: Giovana Cervi, vice-presidente e responsável pelo setor financeiro da Asap – consultoria de recrutamento e seleção de executivos, com 10 escritórios no Brasil-.

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