Página Inicial
PORTAL MÍDIA KIT BOLETIM TV FATOR BRASIL PageRank
Busca: OK
CANAIS

05/12/2012 - 07:57

Transformando ideias em dinheiro

O Brasil é visto atualmente como o grande “celeiro do mundo”. Grande produtor agrícola e commodities, a extração de matéria prima e alimentos sempre fizeram parte do DNA da economia do país. Basta olhar para a bolsa de valores, que até muito recentemente era dominada pela Vale e Petrobras, além de outros insumos básicos que ainda possuem um peso enorme na economia do país.

No entanto, principalmente nos grandes centro urbanos, uma nova forma de produção vem ganhando força. É aquela que ao invés de terra, petróleo ou minérios, depende de cérebros, experiências e habilidades. Estamos falando dos produtos da economia criativa.

No mundo de hoje, nunca foi tão fácil realizar alguma atividade criativa. Se antes para ser escritor era preciso um longo processo de busca, rejeições e negociações com editoras, hoje é possível publicar livros pela internet, sem falar em outros formatos que um aspirante a escritor tem em suas mãos.

Fábio Zugman, autor do livro Criatividade sem segredos, define essa como a grande característica do momento em que vivemos. “Hoje, basicamente em todas as áreas, as barreiras de produção, distribuição e financeiras caíram tanto que é possível atuar, de modo realista, em basicamente qualquer área criativa que se deseje. Além disso, o acesso à informação nunca foi tão grande. Antes, o conhecimento ficava fechado aos círculos acadêmicos, aos livros, e a quem tivesse condições de pagar por ele. Hoje, é possível encontrar boas referências, aulas e até cursos inteiros na Internet.” O resultado disso tudo é que o trabalho criativo nunca foi tão valorizado. A habilidade de transformar esse conhecimento em algo diferente, segundo o autor, será algo cada vez mais valioso. A grande questão é, como transformar ideias em dinheiro?

Fábio Zugman diz que muitas pessoas erram ao pensar que a criatividade é algo “mágico”, que acontece sem controle e por isso mesmo não pode ser planejado e adaptado ao mercado. “Isso é um grande erro. Um médico que acerta um diagnóstico difícil pode estar utilizando sua criatividade de um modo bastante direcionado. O mesmo pode ser dito de um artista que pensa em que público atingir antes de começar a produzir sua obra.” diz o autor.

Para Zugman, há algumas questões essenciais que precisam ser levadas em conta na hora de transformar criatividade em dinheiro. Primeiro, não é preciso abandonar o trabalho. “Esqueça isso de largar tudo de uma hora para outra. Muitos grandes empreendimentos começaram como passatempos de seus criadores, algo que eles trabalhavam durante o tempo livre. Se você possui um emprego, não precisa largá-lo para buscar outros interesses. Comece gradualmente a colocar seus produtos no mercado, até sentir que é possível largar sua principal fonte de renda”.

Em segundo lugar, nunca esqueça que criatividade é um negócio. “Ao longo dos anos, cansei de ver pessoas que se consideravam incompreendidas. Na verdade, essas pessoas se enganam dizendo que ninguém as entende, quando na verdade o esforço de entender o público deveria partir delas.” seja uma empresa, um aplicativo de celular ou qualquer outra coisa, é preciso pensar se existe um público para seu produto, quanto ele estaria disposto a pagar, e o que você poderia fazer para ser objeto de desejo desse público.

Por último, é preciso lembrar que criatividade envolve erros. Pessoas criativas erram, e erram muito. Procure errar mais, de forma mais rápida, mas cometa erros menores. Isso te permite aprender e adaptar sua iniciativa à situação. Não aposte todas as suas fichas em um grande projeto. Lembre-se: Tudo que é novo pode dar errado. Você pode se concentrar em um projeto, mas é sempre bom ter um plano B, C, D... isso também ajuda a alternar projetos quando você estiver cansado ou sem ideias para seu projeto principal, e lhe dará algo em que trabalhar caso sua iniciativa principal dê errado.

O autor-Fábio Zugman é paulistano e tem 32 anos. É professor universitário, doutorando em Administração pela FEA-USP e Mestre em Administração pela UFPR. É autor dos livros Empreendedores esquecidos (Elsevier, 2011); Administração para profissionais liberais (Elsevier, 2005); Governo eletrônico: saiba tudo sobre essa revolução (Livro pronto, 2006); O mito da criatividade (Elsevier, 2008); e coautor de Dicionário de termos de estratégia empresarial (Atlas, 2009); Criatividade sem segredos (Atlas, 2010).

Enviar Imprimir


© Copyright 2006 - 2024 Fator Brasil. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Tribeira