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08/12/2012 - 08:06

Indústria de alimentação animal estima produção de 62 milhôes de ração em 2012


Setor deve fechar ano com movimento de R$ 47 bilhões de insumos.

São Paulo – A indústria de alimentação animal no Brasil deve fechar o ano com produção de 62 milhões de toneladas de ração e 2 milhões de toneladas de sal mineral, além de movimento de R$ 47 bilhões para aquisição de insumos nacionais e importados, segundo dados do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações). De janeiro a setembro deste ano foram consumidas 46,6 milhões de toneladas de rações e 1,6 milhão de toneladas de sal mineral, segundo a entidade. Se a previsão for confirmada, o resultado é um recuo de 3% na produção em comparação aos números de 2011.

Em 2011 a indústria de alimentação animal no Brasil havia produzido 64,5 milhões de toneladas de rações e mais 2,35 milhões de toneladas de sal mineral, um crescimento de 5,2% em relação à 2010. “O setor engatou a marcha à ré já no primeiro trimestre de 2012 e o recuo tem se intensificado por causa da coexistência de três fatores: alto custo do farelo de soja e do milho, baixos preços pagos aos produtores e desaceleração no ritmo exportador das carnes”, explica Ariovaldo Zani, vice-presidente executivo do Sindirações. “A descapitalização de muitos produtores independentes vem reduzindo o rebanho de suínos ao longo do ano, além do alojamento de matrizes, pintinhos e o abate de aves, que perdeu fôlego nos últimos meses”, completa.

A indústria produtora de frangos de corte e suínos, juntas, demandam mais de 70% das rações produzidas no Brasil e são formuladas com quase 90% da mistura de milho (subiu o preço em 40% nos primeiros 20 dias de julho por efeito da estiagem no cinturão produtor americano) e farelo de soja (mais que dobrou de preço de janeiro até agosto do corrente ano em razão da forte estiagem na Argentina e Brasil).

De acordo com Zani, é possível que no próximo ano a indústria de alimentação animal global e brasileira seja capaz de compensar a perda acumulada em 2012. Para isso, no entanto, será necessária a convergência de alguns fatores como a emergência da nova classe média brasileira e seu potencial de consumo, a recuperação dos empregos nos Estados Unidos, o redirecionamento dos investimentos para o mercado doméstico na China e “depositando muito otimismo” na interrupção do caos econômico na União Europeia.

Considerada as potencialidades da demanda doméstica e internacional por proteína animal, as projeções para 2020 revelam a oportunidade de produção brasileira de aproximadamente 40 milhões de toneladas de rações para frangos de corte, 6 milhões de toneladas para poedeiras, 19 milhões de toneladas para suínos, três milhões de toneladas para gado de corte, 7 milhões para gado leiteiro, mais de um milhão de toneladas para peixes e camarões, 3,5 milhões para cães e gatos e 2 milhões para caprinos, ovinos, equinos, etc, totalizando 81,5 milhões de toneladas (crescimento médio de 2,54% ao ano desde 2011). No caso dos suplementos, o crescimento médio de 8,1% poderá culminar na produção de quase 5 milhões de toneladas. A evolução prevista de 2011 até 2020 na demanda de rações é de 2,4% ao ano para frangos de corte, 2,7% para poedeiras, 2,1% para suínos, 2,3% para gado de corte, 3,0% para gado leiteiro, 12,3% para peixes e camarões, 4,9% para cães e gatos e 2,0% para ovinos, caprinos, equinos, etc.

"A indústria de alimentação animal local tem se esforçado para mitigar os desafios contemporâneos e contribuído sobremaneira para a sustentabilidade da cadeia de produção de proteína animal brasileira”, comenta o vice-presidente executivo do Sindirações. Segundo Zani, o índice de sucesso do setor privado, contudo, continua modulado pelas iniciativas do setor público frente à complexa e pesada carga tributária, escassez de financiamento para capital de giro, incapacidade de armazenamento das safras e infraestrutura logística, dependência extrema dos aditivos da química fina, restrição ao uso de tecnologia e burocracia na implementação da inovação, dentre outras.

.Índice de variação dos preços: .Fonte: CEPEA, Elaborado por Sindirações

.Estimativa de produção (milhões de toneladas):

.Estimativa de consumo de ração por espécie em 2012: .Fonte: Sindirações

Avicultura de corte-Apesar do inusitado recuo à vista, a avicultura de corte pode produzir até 13 milhões de toneladas de frango em 2012, caso a demanda cresça em resposta às festas de fim de ano. Até setembro, o setor consumiu 22,4 milhões de toneladas de ração e a previsão é alcançar pouco mais de 30 milhões de toneladas até o final do ano. A persistente fragilidade das economias na zona do Euro e o conflituoso cenário no Oriente Médio continuam atrapalhando o desempenho exportador, que pode embarcar menos de 4 milhões de toneladas de frango em 2012. O excedente no mercado interno durante o primeiro trimestre de 2012 pressionou os preços e ‘corroeu’ a rentabilidade do avicultor. A desvalorização permaneceu por todo segundo trimestre enquanto a alimentação encareceu. A melhora no preço pago ao produtor a partir de agosto, no entanto, não deve ser suficiente para compensar o reajuste determinado pelo aumento do preço do farelo de soja e do milho no segundo semestre.

. Variação nos índices de preço (ração e frango vivo):

Avicultura de postura-A produção de ração para postura de ovos alcançou 4 milhões de toneladas até setembro e pode alcançar 5,2 milhões de toneladas durante o ano de 2012, em resposta à estimativa do alojamento de mais de 85 milhões de pintainhas de postura e plantel total de 120 milhões de poedeiras. Enquanto a produção de ovos caiu 1,5%, a média de preço no atacado cresceu 25% e, diferentemente do apurado em 2011, a receita da exportação de ovos registrou aumento de quase 65% até agosto, ante mesmo período do ano passado.

Alojamento de pintainhas e índice preço do ovo: .*Estimativa | Fonte: Apinco, Adaptado por Sindirações.

.Bovinocultura de corte-A estimativa do setor de alimentação animal para bovinos de corte é produzir nesse ano pouco mais de 2,6 milhões de toneladas com redução de quase 3% em relação ao ano anterior, enquanto a taxa de confinamento deve manter estabilidade ou até seguir viés de baixa, por conta da opção dos pecuaristas pelo regime de ciclo único ou semiconfinamento. De janeiro a setembro de 2012, a demanda somou apenas 2,2 milhões de toneladas de rações, provavelmente por causa das chuvas atípicas no inverno que favoreceram as pastagens e contribuíram na antecipação da terminação dos animais confinados. O custo elevado da alimentação concentrada continua comprometendo a engorda ao cocho e limitado à liquidez de bois gordos, embora o mercado ofertado com vacas e novilhas poderá conter eventual supervalorização da arroba.

.Variação nos índices de preço: .Fonte: CEPEA, Adaptado por Sindirações.

Bovinocultura de leite-A estimativa do setor é de retrocesso de 2,5% e produção de 4,9 milhões de toneladas de rações para bovinocultura leiteira em 2012, resultado da tendência do pecuarista em reduzir investimentos na atividade na tentativa de melhorar sua margem bruta, por causa do alto custo da alimentação com concentrado e dos baixos preços pagos pelo leite desde maio. A limitação na oferta de leite se intensificou também em virtude da estiagem que abateu as regiões sudeste e centro-oeste e o final da safra na região sul.

.Variação nos índices: preço e captação do leite: .Fonte: CEPEA, Adaptado por Sindirações.

Suinocultura-A receita da exportação de carne suína até outubro desse ano já cresceu 4,5% e a quantidade embarcada 12%, apesar das dificuldades impostas pelos russos e o embargo da Argentina. A inviabilização de muitos pequenos e médios empreendimentos independentes acabou culminando até setembro na demanda de apenas 11 milhões de toneladas de ração porque o preço do animal vivo vinha em baixa desde o início do ano passado. A recuperação iniciada em julho ainda é insuficiente para abater a valorização expressiva dos insumos da alimentação e a profunda descapitalização dos suinocultores, que enfrentam uma crise sem precedentes. Alinhada à tendência de baixa, a indústria de alimentação animal deve produzir cerca de 15 milhões de toneladas de ração em 2012, recuo de mais de 2,5% em relação ao produzido em 2011.

.Índices de variação no preço (ração e suíno vivo): .Fonte: SPCS e Sindirações (baseado no Interior de São Paulo)

Cães e gatos-A produção estimada de alimentos para cães e gatos deve crescer aproximadamente 5% em 2012, alcançando cerca de 2,3 milhões de toneladas. Até setembro a demanda alcançou aproximadamente 1,83 milhão de toneladas impulsionada pela classe média emergente, que já representa mais da metade da população brasileira. Os animais de companhia são considerados membros das famílias desses proprietários que se estabeleceram no mercado de trabalho formal e tiveram sua renda aumentada, além de encontrar mais crédito ao seu alcance. Esse poder de consumo aumentado tem permitido exercitar a posse responsável por meio do oferecimento de alimentação industrializada, visita ao veterinário e desfrute dos serviços especializados em estética e acessórios.

Peixes e camarões: A demanda por ração para peixes estimada em 2012 é de 575 mil toneladas, caracterizada pelo contínuo crescimento que deve alcançar 15%. Somados os três trimestres a produção já alcançou 430 mil toneladas. A produção de camarões, por sua vez, poderia ser mais produtiva, todavia permanece adormecida por causa da falta de investimento apropriado que reage à ameaça da regulamentação ambiental e escassez de políticas públicas e instrumentos de incentivo voltados ao seu desenvolvimento. Em resposta, o consumo de rações para carcinicultura industrial deve atingir 75 mil toneladas no ano, enquanto até setembro já somou 56 mil toneladas.

.Produção da aquicultura e rações (mil toneladas):

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