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20/10/2007 - 10:30

Novo Mundo dentro do Velho Mundo

Entre as inúmeras polêmicas do mundo do vinho, certamente as discussões sobre as diferenças entre os vinhos do "Velho Mundo" e do "Novo Mundo" são, além de atemporais, as que mais me chamam a atenção.É um tema que envolve, principalmente, a diversidade cultural e as diferenças nos hábitos do consumo de vinhos e , por isso mesmo, é um campo fértil para um debate sem fim. Entende-se por "Velho Mundo" os vinhos produzidos por métodos tradicionais europeus de vinificação, refletindo em vinhos quase sempre de baixa alcoolicidade e menor extrato.

Atualmente, os principais ícones do estilo Velho Mundo são, em sua maioria pequenos produtores franceses e italianos. Já o "Novo Mundo" está representado pelos vinhos californianos, sul-americanos, australianos e sul-africanos, com seus vinhos concentrados, de teor alcóolico freqüentemente maior que 14° e com marcante presença do uso do carvalho. Nos últimos tempos, uma mudança de mentalidade nos vinhateiros vem ocorrendo em quase todas as partes do mundo.Alguns produtores do "Novo Mundo" tem buscado fazer vinhos de maior elegãncia, enquanto produtores europeus buscam tornar seus vinhos mais frutados e acessíveis.

Nesse contexto de revoluções, a região do Alentejo, ao sul de Portugal, vem se destacando por ser a que produz os vinhos ao melhor estilo "Novo Mundo" dentro da Europa. Mesmo em Portugal, esse estilo não se verifica comumente em outras regiões. A outra grande região portuguesa, o Douro, ainda tem muito o peso do país tradicional, com uso quase exclusivo de castas nativas, apesar dos esforços da nova geração.

No Alentejo, os inovadores se utilizam de uvas ibéricas como Aragonês, Castelão, Trincadeira, Rabo de Ovelha, Arinto e Antão Vaz, e mesclam com variedades internacionais, como Cabernet Sauvignon, Syrah, Carignan e Chardonnay, entre outras, aliadas à modernização da vitivinicultura, movimento iniciado no princípio dos anos 90 pela vinícola Herdade do Esporão.Mais de uma década depois, outros produtores seguiram o caminho e o resultado é uma oferta cada maior de excelentes rótulos oriundos da região.Dos últimos vinhos alentejanos que tive oportunidade de degustar, alguns tintos se destacaram: o Herdade das Albernoas tinto 2004, com seu paladar macio, é um dos mais acessíveis, assim como o Casa de Santa Vitória Tinto 2004. Um patamar acima está o D'Avillez 2001, vinho de excelente relação custo x benefício.

Já a Sociedade Agrícola da Lagarteira produz uma grande linha de ótimos tintos, Encostas de Estremoz, com destaque para os varietais Touriga Nacional 2004 e Alicante Bouschet 2004. A medalha de ouro dos tintos do Alentejo em 2007 vai para o fantástico Herdade do Paço do Conde Reserva 2004. Com seus 14,5° de teor alcoólico, é um vinho robusto e intenso, porém de grande elegância e complexidade aromática. Ao aproveitar as castas do país e a tradição portuguesa de fazer vinhos, e acompanhando novas tecnologias e experiências, o Alentejo consegue a fusão de dois mundos ricos e aparentemente opostos, colocando, assim, o Novo Mundo dentro do Velho Mundo.

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. Por: Cesar Galvão é especialista em vinhos e um dos proprietários do portal www.vinhosdoc.com.br | Por: Informativo Malagueta.

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