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Rio abriga projeto para capacitação de ex-detentos

“O tempo que passei na cadeia seria suficiente para fazer quatro faculdades”. Essa afirmação, sem qualquer traço de amargura, é de Ronaldo Monteiro, preso em 1991 por extorsão mediante seqüestro. Hoje, aos 47 anos, ele festeja a consolidação da Incubadora de Empreendimentos para Egressos (IEE), um projeto de qualificação profissional e desenvolvimento de negócios dirigida exclusivamente a ex-detentos, projeto pioneiro na América Latina.

O Centro de Integração Social e Cultural (CISC), que idealizou a Incubadora, trabalha com a Petrobras desde janeiro e, no último dia 29, este apoio foi formalizado. A estimativa é que sejam criadas oportunidades de empregos diretos para 250 egressos. O processo de incubação, que pode durar até dois anos, garantiu para a primeira fase uma verba de R$ 409 mil para custear remuneração de consultores, professores, facilitadores e técnicos, além de bolsas de estudos para os alunos, com benefícios e auxílio para transporte e lanche.

Na primeira fase, o IEE recebeu 391 inscrições, o que representa 3,3% dos 24 mil internos de todo o Estado do Rio. A meta agora é ampliar o projeto para atender um maior número de interessados, que assumem o compromisso de empregar ex-detentos, o que confere um caráter multiplicador à iniciativa.

Administração, empreendedorismo, marketing, economia, informática, comércio, desenvolvimento organizacional e recuperação de créditos são os cursos oferecidos aos 25 primeiros alunos, selecionados pelo perfil empreendedor, base familiar, com ensino fundamental e idade superior a 21 anos. “A iniciativa permite trabalhar com pessoas extremamente desacreditadas, que precisam de uma chance para romper o processo de exclusão”, resume o gestor do projeto na Petrobras, Fernando Francisca.

A IEE, por meio do Cisc, fechou também uma parceria com a Incubadora Afro-Brasileira, que transfere tecnologia em empreendedorismo e incubação de negócios. Para Monteiro, além da capacitação, é importante conhecer a realidade destas pessoas. “Esse trabalho visa resgatar a auto-estima e o respeito a essas pessoas. Trabalhamos de igual para igual; entendemos a linguagem desse público”.

Pesquisas do Sebrae mostram que a taxa de mortalidade dos empreendimentos que não passam por incubadoras é de 30% a 61% no primeiro ano; 40% a 68% no segundo e fica entre 55% e 73% no terceiro ano do empreendimento. Com apoio de incubadoras, a taxa de sobrevida é de 82%. “Pela experiência e conhecimento acumulados, acho que a parceria com o Sebrae é estratégica. Já começamos um namoro com a unidade de São Gonçalo e acho que tem tudo para dar em casamento”, brinca Monteiro. | Por: Sebrae/RJ

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