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13/12/2012 - 07:11

Serviços de mobilidade e logística precisam de mais investimentos para a Copa

A pouco mais de 500 dias da Copa do Mundo no Brasil, a diferença entre o que os órgãos públicos falam sobre o andamento das obras de infraestrutura e o que os veículos de comunicação mostram, ou até mesmo percebemos em nosso dia a dia, é cada vez maior.

Acompanhei de maneira bem próxima os jogos Panamericanos realizados na cidade do Rio de Janeiro em 2007, uma vez que trabalhava para uma empresa na cidade. Na ocasião, o Brasil escapou de fazer feio, muito por causa do verdadeiro mutirão promovido pelos órgãos públicos que, no último momento, tomaram providências paliativas como, por exemplo, a operacionalização de faixas de trânsito especiais para veículos que participaram do evento; aumento do policiamento nos pontos turísticos e nas arenas das competições; e remoção dos moradores de rua para albergues.

O cenário apresentado até o momento leva a crer que na Copa do Mundo de 2014 não será diferente. Ações paliativas tentarão amenizar os problemas já conhecidos da cidade: trânsito, segurança e mobilidade. Passada a Copa e desviados os olhos do mundo, tudo volta a ser como era antes.

Os governos, nas três esferas do poder, deveriam aproveitar a oportunidade que uma Copa do Mundo traz - da entrada dos muitos e rentáveis afluxos financeiros - para realizar mudanças perenes nas infraestruturas das cidades-sede. Se pouco estamos fazendo em construções de anéis viários, linhas de metrô e aumento de capacidades de aeroportos, não é muito o que estamos empreendendo no quesito “serviços”.

De maneira geral, o brasileiro é um povo que presta bons serviços. Nossa cidade é referência em muitos deles: restaurantes e hotéis são bons exemplos disso. Porém, há ainda outros que precisam de mais atenção, como é o caso dos serviços que trabalham com logística e mobilidade. Em uma cidade como São Paulo, conhecida internacionalmente pelo seu trânsito, ter algum plano de melhoria nestas áreas e profissionais qualificados para a função é de fundamental importância para receber bem os inúmeros turistas que desembarcarão durante o período.

Peguemos como exemplo um serviço específico – o de táxi - pelo fato de ser muito requisitado em eventos que envolvem grande concentração de pessoas. O comportamento de alguns taxistas (não podemos generalizar) em acontecimentos como o show da banda U2, realizado em abril de 2011 em São Paulo, pode ser visto como verdadeira crônica de uma tragédia anunciada do que poderá ocorrer nos jogos da Copa do Mundo. Existem relatos de pessoas que tiveram que pagar duzentos e cinquenta reais para serem transportadas do estádio do Morumbi para a Avenida Luis Carlos Berrini. Para quem não conhece São Paulo, estamos falando de um trajeto de cinco quilômetros.

Medidas – algumas cosméticas e outras não - têm sido tomadas para melhorar os serviços de táxi.

Como exemplo de medida cosmética, tem-se a iniciativa da Prefeitura de São Paulo de exigir que os taxistas afixem faixas quadriculadas nas laterais de seus taxis. De que adianta ter táxis padronizados e motoristas mal treinados? Em que isto ajuda a reverter o quadro que aponta que 71,2% de taxistas paulistanos - segundo pesquisa realizada pela São Paulo Turismo (SPTuris) em abril deste ano - não falam outra língua senão o português?

Já o programa Taxista Nota 10, promovido pelo SEBRAE, em parceria com o SEST (Serviço Social do Transporte) e o SENAT (Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte), é um verdadeiro exemplo de mudança estrutural perene, pois oferece aos taxistas cursos à distância de gestão de negócios e de línguas estrangeiras, capacitando e possibilitando a melhoria de vida desses profissionais.

Outra medida que poderia ser tomada pelas autoridades é a intensificação na fiscalização para coibir a cobrança de valores exorbitantes nas corridas de táxi. As prefeituras das cidades-sede da Copa do Mundo desenvolveriam um sistema de venda de corridas de táxi pré-pagas de ida para e de volta dos estádios e locais de realização dos eventos. O preço de cada corrida seria estabelecido de acordo com o bairro onde a corrida se originaria ou se destinaria. Então, os torcedores se dirigiriam aos locais de embarque definidos nos bairros (para as corridas de ida) e nos estádios (para as corridas de volta). Por sua vez, os taxistas que quisessem aderir ao programa embarcariam os clientes nesses locais pré-definidos.

Portanto, é fundamental que haja investimentos, não apenas financeiros, mas principalmente nos serviços de mobilidade e logística do país. Caso contrário, não haverá nenhuma razão para se ter lutado tanto para realizar a Copa no Brasil, uma vez que não acontecerão mudanças perenes na infraestrutura do País. E, se os serviços para atender os turistas não funcionarem satisfatoriamente, perderemos talvez nosso único chamariz até aqui: o de roteiro turístico agradável e relaxante.

Se praticamente já perdemos o jogo da melhoria perene da infra-estrutura, estamos no começo do segundo tempo da partida dos serviços. Pelo menos para os serviços de táxi ainda dá tempo de virar o jogo.

. Por: Nathan Vasconcelos Ribeiro, diretor Executivo da e-flows| Perfil d o Taximov - Lançado em julho de 2011, o Taximov é um sistema de solicitação de táxi por telefone ou internet, seja do computador, notebook ou smartphone. O sistema localiza o táxi mais próximo do cliente, com até sete quilômetros de distância, e que melhor atenda aos requisitos solicitados. É possível também monitorar todas as corridas em tempo real. O serviço está disponível na região metropolitana de São Paulo. [www.taximov.com.br].

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