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23/10/2007 - 10:37

Crescimento sustentável depende da redução dos gastos públicos e da carga tributária

Pesquisa sobre a evolução das prioridades do País é apresentada no 2º Encontro Nacional da Indústria.

Os industriais brasileiros consideram insuficientes os avanços alcançados nos dez temas considerados prioritários pelo setor para garantir o crescimento sustentável do Brasil. Essa é a opinião dos dirigentes de sindicatos de todo o país, que avaliaram a evolução da Agenda do Crescimento, elaborada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

A pesquisa, que consolida a opinião de 538 sindicatos industriais recolhidas em 26 encontros estaduais, realizados de agosto a outubro deste ano, foi apresentada no 2º Encontro Nacional da Indústria (ENAI), aberto na manhã do dia 22 de outubro, no Hotel Blue Tree, em Brasília. “O acervo de informações proporcionado por essa pesquisa vai orientar, no futuro, posicionamentos e ações da CNI”, afirmou o presidente da entidade, Armando Monteiro Neto.

O levantamento, apresentado pelo diretor-executivo da CNI, José Augusto Coelho Fernandes, ouviu os industriais sobre os temas infra-estrutura, financiamento, desburocratização, inovação, educação, política comercial e de acesso a mercados, redução de gastos públicos, tributação, relações do trabalho e meio ambiente. Os quatro últimos receberam as piores avaliações, sendo que em tributação o desempenho se aproxima do retrocesso.

Os melhores desempenhos ficaram com os temas inovação, financiamento, educação e política comercial e acesso a mercados. “Em nenhum tema houve avanço expressivo”, disse Fernandes. Ele destacou, no entanto, que a maioria dos consultados espera um futuro melhor. A avaliação sobre a redução dos gastos públicos foi próxima do retrocesso. Dentro desse tema, o controle dos gastos correntes teve a pior avaliação dos entrevistados: 50% identificaram retrocesso, enquanto 34% não perceberam avanço.

Tributação foi o tema que teve a pior avaliação. Entre as várias questões examinadas, a redução da carga tributária se destacou negativamente. Segundo a pesquisa da CNI, 46% apontaram retrocesso e 32% não identificaram mudanças.

No item infra-estrutura, predominou a visão de que não houve avanço. Os industriais, contudo, avaliaram um pouco mais positivamente a criação de marcos regulatórios e a transferência de serviços para a iniciativa privada.

Um dos temas melhores avaliados foi o financiamento. O destaque ficou com a queda da taxa de juros e o aumento da disponibilidade de recursos: 61% dos entrevistados disseram que tiveram pequenos avanços e outros 15% consideraram que houve avanços significativos.

Nas relações do trabalho, entretanto, a visão dominante entre os empresários é de que não houve evolução. A pior avaliação ficou com a redução dos gastos com contratação: 20% afirmaram que houve retrocesso.

Na desburocratização, a pesquisa mostrou que há falta de avanços. O destaque positivo é o acesso aos serviços do governo pela internet (e-gov).

A inovação recebeu a melhor avaliação dos industriais: é o único tema em que é majoritária a visão de avanço. O melhor resultado está na promoção da capacitação tecnológica empresarial. De acordo com o levantameno, 58% registraram algum avanço.

No tema educação, foram observados avanços, em particular nas iniciativas para universalizar a educação básica de qualidade, apontadas por 52% dos entrevistados.

Em relação à política comercial e de acesos a mercados, predomina a falta de avanço, mas a percepção de pequenos avanços é mais expressiva que a de retrocesso. Os programas de promoção das exportações tiveram a melhor avaliação: 52% dos empresários disseram que houve avanços.

Finalmente, em meio ambiente – que teve a quarta pior avaliação –, a maior reivindicação é a simplificação dos procedimentos de licença ambiental. O item incentivo a práticas de gestão ambiental registrou o maior avanço.

Na opinião de Fernandes, o 2º ENAI, do qual participam 1.200 líderes empresariais, tem a responsabilidade de definir o que é prioritário para o crescimento. “É preciso aproveitar esse fórum, por sua representatividade, para definir que combustível é preciso ser usado para a economia garantir o crescimento sustentável.” Para ele, não dá para agir em todas as frentes.

“O país tem que utilizar o capital político para fazer as reformas com maior impacto sobre a sustentabilidade do crescimento. É preciso fazer escolhas."

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