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22/12/2012 - 06:49

Desmobilização da Petrobras pode representar carência de caixa e prejudicar sua sustentabilidade

Os problemas apresentados pela Petrobras em 2012refletem-se com crescente ênfase na sua performance na Bolsa de Valores. Os acionistas estão cada vez mais preocupados com as fontes de geração de caixa e a contínua pressão do governo em limitar a reposição dos preços decorrentes dos aumentos de insumos em sua produção. O petróleo é uma commodity, e qualquerproblema decorrente de impacto político ou ambiental provoca o aumento ou redução do produto. A planta industrial brasileira na produção de petróleo, que é um produto poluente, está se tornando cada vez mais cara em virtude do aumento de insumos, salários e outros gastos para sua manutenção, além dos investimentos necessários no pré-sal, que ainda tem um custo significativo e poderá colaborar para o faturamento no futuro.

Na contramão dessa situação, temos os problemas decorrentes da necessidade de combustível no Brasil que a Petrobras ainda não consegue suprir. Recentemente, a importação de petróleo foi de 30% das necessidades existentes no consumo interno, com preços que oscilam entre o mercado interno e internacional. Isso demonstra que, na prática, a autossuficiência ainda está longe de ser conquistada e que talvez a saída não esteja tão e somente no pré-sal, que já gera brigas em virtude da distribuição dos royalties.

A atenção foi redobrada no momento em que a Petrobras, necessitando de caixa para cumprir com os seus projetos de investimentos, está alienando parte dos seus negócios no mundo, como: Nova Zelândia, Golfo do México e, recentemente, a Argentina. Embora a empresa possa justificar que a venda de ativos é em decorrência de investimentos potencialmente mais fortes no mercado interno, que gerariam maior valor agregado, isso pode significar dificuldades em contrair empréstimos mais baratos para financiar as explorações no pré-sal ou outra matriz energética.

Outra alternativa de angariar recursos para manutenção ou expansão seria a chamada de capital através da Bolsa de Valores, mas, como a ação da estatal teve seu valor sensivelmente reduzido em virtude da queda da sua lucratividade e dividendos pagos aos investidores, um novo lançamento agora poderia não ter sucesso. Isso poderia ser mais um indicador negativo de que a empresa vem enfrentando dificuldades em seu caixa. A desmobilização nesse momento poderá estrategicamente prejudicar seus negócios futuros, principalmente pela redução do número de parcerias e uma concorrência mais acirrada com as companhias internacionais que exploram o mesmo segmento. Está na hora de colocar os pés no chão e tomar cuidado para que uma gigante do petróleo não acabe perdendo mais valor em sua marca.

.Por: Reginaldo Gonçalves, coordenador de Ciências Contábeis da FASM (Faculdade Santa Marcelina).

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