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09/01/2013 - 11:28

Documentário sobre moradores de rua será exibido em Nova Iorque

Nos dias 28 e 30 de janeiro, o documentário “Quando a casa é a rua”, baseado nas pesquisas da professora do Departamento de Serviço Social da PUC-Rio Irene Rizzini e dirigido e produzido por Thereza Jessouroun, será exibido na Universidade Boston College, Boston, e na New School University, Nova Iorque. O encontro tem o intuito de fomentar a discussão a respeito da situação dos moradores de rua e é promovido pelos conselheiros do Fetzer Institue.

O filme, organizado e patrocinado pelo Fetzer Institute, em parceira Danielle Strickland, diretora do CODENI (Colectivo Pro Derechos de la Niñez), traz os depoimentos de dois ex-moradores de rua, um da Cidade do México e o outro do Rio de Janeiro. Em aproximadamente 35 minutos, o mexicano Javier e o carioca Fábio Moska contam como era a rotina das ruas, falam dos motivos que os levaram a sair de casa e como conseguiram superar o vício das drogas e do álcool e reconquistar uma vida de dignidade.

Além dos testemunhos dos personagens principais, a produção também retrata o cotidiano de alguns moradores de rua em ambas as cidades, mostrando como fazem para sobreviver. Questões como a violência doméstica, a solidão das ruas e a dependência das drogas e do álcool, a indiferença por parte da sociedade e o sonho de ter uma vida e uma família também são abordadas no filme.

A cineasta Thereza Jessouroun - diretora de “Alma de Mulher”, “Dois Mundos”, “Dois Mundos - Versão Libras” e “Clarita”- foi responsável por dar vida ao projeto de Irene dando corpo ao média-metragem, desde o roteiro até a edição final.

Segundo a cineasta, houve um processo de triagem para que se chegasse aos personagens: muitos não se sentem à vontade para dar entrevistas, outros se encontram comprometidos pelo uso de drogas. Uma das dificuldades foi encontrar maiores de idade dispostos a conversar, já que a legislação exige que menores sejam filmados mediante autorização dos responsáveis. Como na maioria das vezes essas crianças não têm contato com os pais, optou-se por jovens adultos. “Ao se abordar jovens de rua se procede da mesma maneira do que com qualquer outro entrevistado. Temos que nos aproximar do universo do entrevistado”, explica Jessouroun. O material produzido no Rio levou cerca de cinco meses, o que possibilitou uma relação de confiança entre cineasta e entrevistado. Já no México as escolhas foram mais rápidas devido à necessidade de pré-produção em filmagens no exterior.

Em setembro de 2012, o documentário foi lançado em Assis, Itália, na conferência “Global Gathering: A Pilgrimmage of Love and Forgiveness – Encontro internacional, organizado pelo Fetzer Institute”. Em novembro foi exibido pela primeira vez no Brasil, no auditório da PUC-Rio e em dezembro estreou no México.

Com o rico material nas mãos, Irene Rizzini objetiva ajudar a promover um amplo debate sobre o tratamento dado à população infantil e adolescente em situação de rua, principalmente diante dos grandes eventos internacionais que ocorrerão no Brasil - sobretudo no Rio em 2014 (Copa do Mundo) e 2016 (jogos Olímpicos). “Nossa meta é debater o filme em inúmeras localidades. Já temos uma lista grande de convites em todo o Brasil e em muitos países. Após o carnaval, vamos trabalhar para promover uma discussão mais aprofundada sobre situações de vulnerabilidade vivida tanto pelos adultos quanto pelas crianças de rua”.

Perfil-Irene Rizzini atualmente é professora do Departamento de Serviço Social da PUC-Rio e diretora do CIESPI (Centro Internacional de Estudos e Pesquisas sobre a Infância), em convênio com a PUC-Rio. É Socióloga, doutora pelo Instituto Universitário de Pesquisa do Rio de Janeiro (IUPERJ), com formação em Psicologia pela Universidade Santa Úrsula, e mestre em Serviço Social pela Universidade de Chicago (School Of Social Service Administration). Além disso, é autora dos livros “Acolhendo crianças e adolescentes: experiências de promoção do direito a convivência familiar e comunitária no Brasil”, “O século perdido: raízes históricas das politicas para a infância no Brasil”, “Institucionalização De Crianças No Brasil” e “Vida nas Ruas”.

Em âmbito internacional foi presidente da Rede internacional de intercâmbio de pesquisa na área da infância (Childwatch International Research Network 2002-2009) e professora visitante na Universidade de Notre Dame, Estados Unidos, em Ciências Sociais com foco em Estudos Latino-americanos em 2006. Em 2009 recebeu o prêmio Guggenheim, que contempla trabalhos de campo em antropologia.

Devido aos trabalhos acadêmicos e sociais desenvolvidos, Rizzini foi convidada em 2010 para fazer parte do Conselho de Educação do Instituto Fetzer.

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