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27/10/2007 - 08:51

Eletronuclear vai retomar obras de construção da usina Angra 3 em 2008

O presidente em exercício da Eletronuclear, Luis Hiroshi Sakamoto, disse, no dia 26 de outubro, na audiência pública da Comissão Especial da Assembléia Legislativa do Rio que está acompanhando os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no estado, que o Governo federal irá retomar a construção da Usina Angra 3 em 2008. Segundo ele, as obras recomeçarão assim que os estudos sobre os custos mínimos de tarifa para a geração de energia, os gastos para a conclusão do empreendimento e a apreciação dos contratos existentes, já iniciados, forem concluídos. "Nossa expectativa é de que esses estudos estejam prontos em dezembro de 2007 e, por isso, podemos pensar na retomada das obras para o início de 2008", revelou. Durante o encontro, o presidente da comissão, deputado Rodrigo Neves (PT), também questionou a Eletronuclear sobre os impactos sócio-ambientais do empreendimento. "Essa usina representa um grande avanço na questão do fornecimento de energia não só para o Rio, mas para todo o País. Somaremos esforços para que ele se viabilize, contemplando as preocupações sociais e ambientais registradas nesta audiência", declarou o parlamentar.

Com o cumprimento do cronograma elaborado pela Eletronuclear, a Usina Angra 3 entrará em operação comercial em maio de 2014, tendo uma potência elétrica de 1.350 MW (megawatts), gerando, anualmente, 10,9 milhões de MWh (megawatts/hora). A Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, onde funcionam Angra 1 e 2, e no mesmo local em que será construída Angra 3, terá capacidade de atender a 80% do consumo de energia elétrica do Estado do Rio. De acordo com o superintende de Empreendimentos da Eletronuclear, Luiz Manoel Messias, 70% do orçamento de R$ 7,3 bilhões destinados à conclusão das obras serão totalmente gastos no Brasil. "A construção de Angra 3 foi contratada junto com a de Angra 2, em 1976. Os equipamentos necessários para o funcionamento das usinas, que seria um dos maiores gastos estrangeiros, foram adquiridos na mesma época. Temos 13.500 toneladas de equipamentos em excelente estado de armazenamento. Portanto, R$ 2,9 bilhões serão investidos em engenharia nacional, construção civil, montagem eletromecânica, comissionamento e testes e R$ 430 milhões, na carga inicial de combustível nuclear", explicou Messias, acrescentando que, durante a construção da usina, serão gerados 15 mil empregos diretos e indiretos e que, na fase de operação, 500 empregos diretos surgirão.

Em relação aos impactos ambientais, Messias informou que o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (Rima) comprovam uma geração de energia limpa, com um índice muito baixo de interferência no meio ambiente. "O EIA-Rima de instalação da Usina Angra 3 demonstra uma ausência de impacto ambiental. Em relação à operação, os monitoramentos periódicos realizados nas usinas já existentes demonstram esse baixíssimo índice", revelou, acrescentando que o Ibama realizou uma vistoria na área em outubro e não constatou nenhuma irregularidade. "Todo grande empreendimento tem impactos ambientais na região em que está instalado. Com esse não seria diferente, mas entendo que as mudanças econômicas mundiais tornam essa obra fundamental para o País", ressaltou o presidente da Comissão de Economia da Alerj, deputado André Corrêa (PPS). Para ele, algumas questões ainda precisam ser resolvidas. "Precisamos encontrar uma solução definitiva para o descarte de resíduos e rejeitos das usinas. O gerador de vapor da Usina Angra 1 precisa ser substituído. É necessário que os planos de emergência sejam aperfeiçoados, além da garantia dos investimentos em compensação sócio-ambiental", apontou.

Em resposta aos questionamentos do parlamentar, o presidente da Eletronuclear revelou que o local de armazenamento de resíduos e rejeitos das usinas tem capacidade para funcionar com segurança por, pelo menos, mais 15 anos. "Os resíduos armazenados são monitorados regularmente. O ideal seria que eles fossem reprocessados para reutilizarmos os combustíveis existentes, mas ainda não temos tecnologia para isso", apontou Sakamoto. Sobre a substituição do gerador de vapor, a Eletronuclear informou que a troca será feita em setembro de 2008. Quanto às compensações sócio-ambientais, Sakamoto afirmou que a empresa realiza suas obrigações, investindo em melhores condições de saúde e educação para a população da região, além de melhorias dos patrimônios culturais. "Além dos investimentos que fazemos em parceria com as prefeituras, estamos em ampla negociação com o Governo federal para instalação do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet), no ano que vem, em Angra, para qualificarmos a mão-de-obra da região", assegurou, acrescentando que os investimentos também serviram para a implantação de dois novos batalhões do Corpo de Bombeiros no município e para adaptar as escolas da região para servirem de abrigo em caso de emergência. "Assim sendo, a usina fica cercada por quatro batalhões dos bombeiros, um em Paraty e outros três em Angra, sendo os dois novos localizados no Frade e no lado leste", concluiu.

No dia 9 de novembro, uma comissão de deputados irá a Angra visitar as usinas Angra 1 e 2 e o local onde será erguida a Usina Angra 3.

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