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23/02/2013 - 07:23

Cientista brasileiro fará biópsia em pinguim na Antártica

Para revelar os detalhes incompreendidos da temperatura do corpo humano.

A ciência está cheia de mistérios ainda não descobertos pelos estudiosos. Os humanos são uma espécie única no nosso planeta e muitos detalhes permanecem distantes da razão. Um deles, muito longe de ser compreendido, é o controle da temperatura interna dos seres vivos, em especial, dessas aves maravilhosas que resistiram a catástrofe ocorrida há 60 milhões de anos quando animais imensos como os dinossauros desapareceram da face da Terra.

A principal causa de morte em atletas não é o infarto do miocárdio e sim a hipertermia, que é a elevação da temperatura do corpo humano a níveis capazes de comprometer ou colapsar seu metabolismo. Algumas vezes, a hipertermia é causada pela suscetibilidade genética. Como isso pode ser evitado? Ainda não há nenhum método comprovado cientificamente.

Para melhorar o conhecimento dos cientistas sobre a temperatura corporal, o patologista neuromuscular Beny Schmidt, chefe do Laboratório de Patologia Neuromuscular da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e fundador do laboratório da especialidade na Escola Paulista de Medicina, tem o projeto de realizar biópsias musculares em Pingüins Antárticos Reis.

O médico fará suas pesquisas na Antártica, de 3 a 8 de março, acompanhado de uma equipe composta pelo Almirante Marcos Silva Rodrigues, coordenador do projeto brasileiro PRO-ANTAR (Programa Antártico Brasileiro), e de Ulisses Capozzoli, mestre em Ciências pela USP e editor-chefe da revista Scientific American Brasil.

O objetivo é entender o papel das mitocôndrias no processo de controle da temperatura. Por que o pinguim, entre todas as aves, chocam seus ovos no gelo? É o único animal da Terra que consegue sua formação em temperaturas baixíssimas, e talvez a resposta esteja neles.

O congelamento das biópsias com o estudo histoquímico das fibras musculares do pinguim rei, assim como a análise dos 13 genes do DNA mitocondrial contido nessas células, deverá ter valor científico importante para toda a ciência.

Os fragmentos musculares obtidos num grupo de seis aves serão analisados no laboratório de Patologia Neuromuscular da Unifesp pelo chefe do setor, Beny Schmidt.

Além da análise de mitocôndrias, serão estabelecidos o padrão histológico muscular do pingüim rei, atividades oxidativas de suas respectivas musculaturas e o padrão constitucional do tipo de fibra muscular predominante no músculo posterior da perna dos pingüins reis. Essas informações poderão ser valiosas para os humanos em áreas específicas do conhecimento, como a medicina esportiva, anestesia e patologia muscular.

Perfil - Beny Schmidt é chefe do Laboratório de Patologia Neuromuscular e professor adjunto de Patologia Cirúrgica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Ele e sua equipe são responsáveis pelo maior acervo de doenças musculares do mundo, com mais de dez mil biópsias realizadas, e ajudou a localizar, dentro da célula muscular, a proteína indispensável para o bom funcionamento do músculo esquelético - a distrofina. Beny Schmidt possui larga experiência na área de medicina esportiva, na qual já realizou consultorias para a liberação de jogadores no futebol profissional e atletas olímpicos. Foi um dos criadores do primeiro Centro Científico Esportivo do Brasil, atual Reffis, do São Paulo Futebol Clube, e do CECAP (Centro Esportivo Clube Atlético Paulistano).

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