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30/10/2007 - 10:14

FGV fecha parceria com a sgs para certificação no terceiro setor

O aumento do número do ONG’s em países em transição e desenvolvimento vem crescendo numa linha contínua. No Brasil, por conta dos diversos problemas sociais, esse número tem aumentado consideravelmente: 70% das organizações existentes, cerca de 300.000, foram criadas depois da década de 80 e 40%, nos anos 90. No total representam 5% do PIB nacional. Graças às doações públicas e privadas, estas organizações beneficiam-se de importantes recursos financeiros, de maneira a realizar suas operações sem fins lucrativos.

Contudo, a falta de eficácia e transparência na administração desses recursos acaba por comprometer a legitimidade do setor e pode até colocar em risco seu trabalho social e ambiental. Os constantes escândalos relacionados a desvio de dinheiro de doações, de não-cumprimento de padrões mínimos de qualidade de atendimento e até de organizações criadas para fins ilícitos, elevaram as preocupações da utilização do dinheiro arrecadado, gerando a necessidade de se assegurar transparência, eficiência e efetividade nos fundos conferidos a estas organizações.

Diante deste cenário, a Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV-EAESP), por meio de seu Centro de Estudos do Terceiro Setor (GVcets), acaba de fechar uma parceria com a SGS do Brasil - uma companhia de origem suíça, líder mundial em inspeções, verificações e certificações - para avaliação e certificação de desempenho das ONGs, para a utilização da metodologia internacional NGO Benchmarking da SGS .

“O acordo formado entre o GVcets e a SGS pretende difundir entre o Terceiro Setor a importância do alinhamento das ONGs com as expectativas de nossa sociedade que cobra cada vez mais transparência, ética e boa governança”, conta o professor Luiz Carlos Merege, coordenador do GVcets.

A metodologia internacional NGO Benchmarking provê às agências doadoras, organizações do Terceiro Setor, assim como mantenedores privados e sociedade uma avaliação independente de desempenho das entidades com base em 108 pontos verificáveis objetivamente extraídos de uma série de Códigos de Boas Práticas e Padrões Internacionais, que são divididos em nove dimensões: Conselho de Diretores, Estrutura Estratégica, Gerência de Integridade, Comunicações, Advocacia e Imagem Pública, Recursos Humanos, Angariação de Fundos, Alocação de Recursos e Controle Financial, Resultados das Operações e Melhoria Contínua.

Com a parceria, a FGV-EAESP desenvolverá uma 10ª dimensão que também será aplicada na certificação. Para que as organizações do terceiro setor assumam o papel de agentes transformadores da sociedade, abandonando suas práticas assistencialistas e substituindo-as por ações que tenham como objetivo a promoção do ser humano, a mudança social e a preservação do meio ambiente, o tema escolhido foi o “Compromisso Social”, que visa avaliar se as iniciativas realizadas são caracterizadas como promotoras de práticas que conduzam ao desenvolvimento do capital humano e do capital social.

A décima dimensão medirá o impacto da atuação das entidades com relação aos seguintes critérios: Indivíduo e Famílias (educação, habilidades, geração de empregos e renda, etc), Cultura Pública e Cidadania (educação cívica, mecanismos de participação, abertura para o controle social de suas ações, etc) e Local-Nacional (luta por direitos, participação política, influência na legislação, criação de redes, participação em movimentos, etc).

Para obter a certificação, a organização auditada deverá obter um número total de pontos iguais ou superior a 70%. O processo de certificação tem duração de aproximadamente seis dias e inclui entrevistas, exame de evidências documentárias e visitas às instalações da organização.

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