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01/03/2013 - 09:26

BNDES fomenta tecnologia para produção de cimento com resíduos da construção civil

Processo para fabricação do chamado cimento pozolânico não gera CO2, e pode reduzir as emissões de gases do efeito estufa (GEE).

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou a concessão de R$ 2,5 milhões, em recursos não reembolsáveis, para o desenvolvimento de uma tecnologia para produção de cimento elaborado com resíduos da construção civil.

O cimento pozolânico é obtido a partir da reciclagem da fração fina (grãos menores do que 0,15 mm de diâmetro) de Resíduos de Construção e Demolição (RCD). A tecnologia, inédita no mundo, leva à obtenção de um cimento de baixo custo, com alto potencial de exploração comercial. O material é totalmente obtido a partir do reaproveitamento de resíduos finos de obras civis e demolições — como cimento hidratado e cerâmica vermelha.

De acordo com nota do banco, os recursos são do Fundo Tecnológico (BNDES FUNTEC) e serão destinados ao Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT), empresa pública criada em 1975 para dar suporte às atividades didáticas experimentais da Escola Politécnica da USP no setor de construção civil.

A operação com o IPT possui interveniência da Intercement Brasil S/A, empresa do Grupo Camargo Corrêa, que aportará recursos próprios como contrapartida para a execução do projeto, bem como disponibilizará equipe profissional especializada.

“Caso a tecnologia desenvolvida apresente viabilidade técnica e comercial, caberá à Intercement implementar os mecanismos para sua efetiva introdução no mercado. O apoio do BNDES corresponde a 50% do valor total do projeto”, informou o banco.

O cimento de RCD, por possuir resistência mecânica inferior à do cimento tradicional, possui aplicações distintas, podendo ser utilizado como base estabilizada, no revestimento de pavimentos rígidos e no reaterro estabilizado de valas de água, esgoto e telefonia.

Impactos ambientais - O projeto prevê o desenvolvimento de um processo para a fabricação de cimento e agregados a partir da calcinação a baixas temperaturas (até 600ºC) da fração fina de RCD.

Diferentemente do que ocorre na fabricação do cimento convencional, não há geração de gás carbônico (CO2), apenas água. Assim, a única fonte de emissão de gases de efeito estufa (GEE) provém da energia utilizada para a produção (energia elétrica ou combustível).

“Os produtos obtidos pelo processo a ser desenvolvido poderão se diversificar para outras aplicações, como argamassas e pré-fabricados de concreto. Estes, em escala produtiva, poderão mitigar importantes emissões de gás carbônico (CO2) da indústria do cimento, além de levar a uma maior racionalização do consumo de recursos naturais, pela minimização ou substituição do uso de agregados naturais, como brita e areia”, frisou a nota.

“Além disso, a produção do cimento de RCD tende a reduzir a quantidade de resíduos de construção civil enviados para os aterros, auxiliando as empresas do setor no cumprimento da nova Política Nacional de Resíduos Sólidos”, destacou o banco.

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