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12/03/2013 - 07:51

Alstom 2003-2013: uma década de mudanças profundas

Patrick Kron foi nomeado presidente e CEO da Alstom em 11 de março de 2003. Na década entre 2003 e 2013, a empresa lutou para sobreviver de 2003 a 2005; em seguida, desfrutou de rápido crescimento entre 2006 e 2009, e por último lidou com a crise financeira e econômica de 2010 em diante. Em 21 de janeiro de 2013, o início da construção de quatro novas plantas para produzir aerogeradores offshore em Saint-Nazaire – as primeiras novas fábricas da Alstom na França em mais de 30 anos – foi um marco impressionante, o símbolo de uma empresa sólida, liderando os setores de geração de energia, transmissão e transporte ferroviário, com um catálogo de pedidos de quase 50 bilhões de euros; uma empresa firmemente determinada a enfrentar os desafios do novo mundo que surgem depois da crise, com as ferramentas e tecnologias industriais do amanhã à sua disposição.

Quando Patrick Kron foi nomeado presidente e CEO da Alstom, ele aceitou o leme de uma empresa em situação crítica, cuja própria sobrevivência estava em jogo. As decisões a serem tomadas e os esforços consideráveis nos anos seguintes terão um efeito profundo sobre a Alstom.

“Nunca desistir”: a espiral de descida na qual a Alstom se encontra em 2003 remonta à virada do século 21, quando sérias falhas de projeto que afetavam turbinas a gás recentemente adquiridas da ABB levaram a consideráveis dificuldades comerciais e financeiras. Problemas com a execução de contratos, especialmente no transporte ferroviário, e a falência de um grande cliente dos estaleiros da empresa pioraram a escassez financeira. A isto se soma uma falta de confiança entre clientes, fornecedores e credores, e até mesmo entre funcionários quanto à capacidade da empresa de manter o rumo – uma situação desastrosa para um negócio de longo prazo como o da Alstom. No período 2003/2004, os pedidos de compra do grupo encolhem para um ano de venda – bem abaixo do acumulado de dois a três anos. Os prejuízos líquidos somam mais de 1 bilhão de euros no exercício fiscal 2002/2003, seguidos por um prejuízo de 1,8 bilhões de euros em 2003/2004. A dívida alcança 5 bilhões de euros e os prejuízos sugam o capital da empresa. A Alstom está à beira do abismo. A maioria dos observadores sente que o destino da empresa está traçado.

Entretanto, Patrick Kron e a equipe administrativa totalmente renovada instituída por ele permanecem firmes em um política de "nunca desistir” e, decepcionando muitos observadores, as coisas mudam em menos de três anos – uma recuperação graças ao empenho considerável de funcionários, credores e acionistas. A Alstom reduz seu número de funcionários, de 110.000 em 2003 para 65.000 em 2006. Muitos ativos são vendidos, como o negócio de turbinas industriais em 2003, a divisão de transmissão e distribuição em 2004, a atividade de motores elétricos e conversores (Power Conversion) em 2005, e o sector da construção naval (Alstom Marine) em 2006. Fábricas são fechadas. Ao mesmo tempo, Patrick Kron deve superar uma crise de confiança entre os investidores e convencer os clientes de que a empresa é viável em longo prazo: ele dá um grande passo com dois aportes de capital consecutivos, dando à Alstom os recursos financeiros para mudar as coisas e estabilizar a base de acionistas, com o governo francês assumindo temporariamente uma participação minoritária a pedido dos acionistas em 2004. Enquanto isso, os incansáveis esforços da equipe técnica e de engenharia da Alstom conseguem resolver os problemas técnicos que afetam turbinas a gás de uma vez por todas.

Em busca do crescimento -A Alstom emerge deste plano de recuperação enfocando seus negócios principais: geração de energia e infraestruturas de transporte ferroviário. Com uma organização simplificada, a Alstom prioriza qualidade de fabricação e a boa execução do contrato, colhendo os frutos de mais de 2.000 iniciativas de melhoria da qualidade lançadas durante a crise. A empresa recupera a confiança dos clientes, e as vendas voltam aos eixos. No período 2005/06, o Grupo anuncia um lucro líquido de 178 milhões de euros, depois de prejuízos em quatro anos consecutivos. A carteira de pedidos mais uma vez ultrapassa 30 bilhões de euros no ano seguinte.

Em 26 de abril de 2006, o governo francês vende sua participação de 21% na Alstom para a Bouygues, com um ganho de capital de 1 bilhão de euros. As ações da Alstom - rebaixadas a ações de centavos na bolsa de valores de Paris no ponto central da crise - voltam para o CAC 40 três meses depois. As dívidas foram quase todas pagas. Em 2006, Patrick Kron observa que a Alstom está "de volta aos trilhos" e em posição de olhar para o futuro.

A empresa então embarca em uma ambiciosa estratégia de crescimento lucrativo, implementada em todas as frentes e apoiada por uma forte demanda em seus mercados globais. A Alstom desenvolve a mais ampla variedade de produtos e serviços em infraestrutura de geração de energia, abrangendo todas as fontes de energia: carvão, gás, nuclear, petróleo, hidreletricidade, geotérmica e biomassa – uma oferta que seria expandida ao longo dos próximos anos através da expansão da Alstom para energia eólica e energia marinha.

Algumas conquistas durante este período ilustram os sucessos da empresa, como os equipamentos da Represa de Três Gargantas na China, a maior usina hidrelétrica do mundo, a venda de 60 turbinas a gás em todo o mundo, e um pedido para a turbina a vapor mais potente do mercado (1.750 MW) para usina nuclear de Flamanville, na França.

Em transporte ferroviário, a Alstom amplia seu portfólio ao desenvolver negócios de sinalização, infraestrutura e manutenção, reforçando sua posição de liderança no mercado de trens de altíssima velocidade. O grupo também emplaca outros sucessos notáveis, entregando, por exemplo, um metrô totalmente automatizado em Cingapura e recebendo um pedido para fornecer as locomotivas cargueiras mais potentes do mundo na China. A linha Citadis de veículos leves sobre trilhos se torna um produto portador da bandeira Alstom, recebendo pedidos de muitas cidades ao redor do mundo.

Mesmo no ápice da crise, a empresa jamais deixou de investir em modernização e expansão de seus recursos industriais e no desenvolvimento de sua tecnologia. A Alstom aumentou seu orçamento anual de P&D, chegando a 800 milhões de euros. Com isto, o orçamento foi provido de recursos vitais para seu futuro, levando a inovações revolucionárias. A Alstom Power, por exemplo, foi pioneira em 2008 quando colocou em operação o sistema de captura de carbono usando a tecnologia de oxicombustão na usina de SchwarzePumpe na Alemanha. A Alstom Transporte, por sua vez, comprova sua capacidade de inovação batendo um novo recorde mundial de velocidade ferroviária de 574,8 kmh com a composição V150 no dia 3 de abril de 2007. A maioria das inovações usadas para bater o recorde será encontrada posteriormente no AGV, a quarta geração de trens de altíssima velocidade da Alstom, revelada no começo de 2008. Após estes sucessos, vieram outros marcos, incluindo poderosos aerogeradores offshore e tecnologias de transmissão de energia, tais como a HVDC e as redes inteligentes.

A evolução do quadro de funcionários da Alstom reflete este crescimento renovado, passando de 67.000 em 2006 para 82.000 empregados em 2009. Hoje, o grupo emprega mais de 90.000 pessoas.

O desafio do novo mundo ao sair da crise -A crise financeira de 2008 e a subsequente crise econômica global impactam severamente os mercados da empresa. Em 2009, o consumo global de eletricidade cai pela primeira vez em quase 60 anos. A demanda por novas usinas cai para metade do seu nível anterior. Os mercados tradicionais da Alstom - Oeste Europeu e Estados Unidos - são os mais afetados. A Alstom anuncia uma queda acentuada no recebimento de pedidos (39%) ao final do ano fiscal de 2009/10, a primeira recessão em seis anos.

Para lidar com tempos difíceis, a Alstom se baseia na experiência de muitos anos para desenvolver a sua pegada internacional, especialmente em países emergentes. São países como China, Brasil, Rússia e outros países onde o crescimento continua forte que geram 60% dos pedidos, retomando o crescimento no ano fiscal de 2010/11. Este novo equilíbrio nos mercados globais é um ponto de virada. A Alstom não seria pega de surpresa: o grupo aproveitou sua base estabelecida nestes mercados para investir em novas fábricas e centros de pesquisa próximos aos mercados de China, Brasil, Índia e Cazaquistão. Parcerias são desenvolvidas também em geração de energia: por exemplo, com a BHEL na Índia e com a AtomEnergoMash na Rússia; em transporte ferroviário, com a fabricante Transmashholding, abrindo novas oportunidades para a Alstom no enorme mercado ferroviário russo.

A Alstom mantém seu bom momento apesar do clima econômico tenso, comprando de volta as atividades de transmissão de energia vendidas à Areva alguns anos antes, o que leva à criação de um novo setor, a Alstom Grid. Com vendas de 4 bilhões de euros, essa aquisição aumenta significativamente o tamanho do Grupo, permitindo que a Alstom fortaleça sua posição em mercados promissores como o de corrente contínua de alta tensão (HVDC) e redes inteligentes.

Alstom também busca outras aquisições direcionadas, principalmente em tecnologias emergentes. É o caso da energia renovável, na qual a Alstom já é um nome central como resultado de sua posição de liderança em energia hidrelétrica. Depois de ganhar uma posição de sucesso no mercado de energia eólica através da aquisição da Ecotècnia, especialista espanhola em energia eólica, e reforçar sua posição em energia solar e térmica através de uma participação na empresa americana BrightSource Energy, a Alstom adquire uma empresa da Rolls-Royce em 2012 que desenvolve soluções em energia marinha.

Em 2011, para preparar a empresa para o novo mundo pós-crise com todos os seus desafios técnicos, comerciais e geográficos, Patrick Kron decide reformular o grupo em quatro setores: Thermal Power, Renewable Power, Grid e Transporte. Ele também reforça e revitaliza significativamente a alta administração. Fortalecido por uma sólida posição financeira, uma ampla gama de produtos e serviços de ponta e uma equipe de vendas dinâmica que registra pedidos de quase 50 bilhões de euros até o fim do ano fiscal de 2011/12, a Alstom termina a década em um bom momento – uma conquista da qual funcionários podem se orgulhar. A empresa enfrenta desafios, assim como seus concorrentes. E deve estar pronta para outros desafios, enquanto continuamente otimiza seus custos, adaptando seu modelo de crescimento e modernizando de sua tecnologia.

Apesar destes desafios, a Alstom adaptou-se para permanecer na vanguarda das empresas multinacionais de setores vitais para o futuro econômico e social do nosso planeta: geração de energia, transmissão de energia, e transporte.

Patrick Kron: uma carreira na indústria-Patrick Kron nasceu em Paris, em 26 de setembro de 1953. É formado pela École Polytechnique e pela Paris École des Mines.

Ele começou sua carreira no Ministério da Indústria da França, no qual trabalhou de 1979 a 1984, antes de ingressar no Grupo Péchiney.

De 1984 a 1988, Kron assumiu responsabilidades operacionais em uma das fábricas mais importantes do Grupo na Grécia, tornando-se gerente dessa subsidiária grega.

De 1988 a 1993, ocupou vários cargos operacionais e financeiros sênior no Péchiney, primeiro gerenciando um grupo de atividades no processamento de alumínio e, por fim, como Presidente da Divisão de Eletrometalurgia.

Em 1993, tornou-se membro do Comitê Executivo do Grupo Péchiney e foi nomeado Presidente do Conselho da empresa Carbone Lorraine de 1993 a 1997.

De 1995 a 1997, comandou o Setor de Embalagens Alimentares e de Saúde do Péchiney e ocupou o cargo de CEO da American National Can Company, em Chicago, Estados Unidos.

De 1998 a 2002, Patrick Kron foi CEO da Imerys antes de ingressar na Alstom.

É CEO da Alstom desde 1º de janeiro de 2003 e Presidente e CEO desde 11 de março de 2003.

Patrick Kron foi premiado com a medalha da Legião da Honra da França no dia 30 de setembro de 2004, e é Grande Oficial da Ordem do Mérito desde 18 de novembro de 2007.

Patrick Kron também tem assento no Conselho de Administração da Bouygues e é diretor da Association Française des Entreprises Privées (AFEP). Ele também é membro do Conselho de Administração da sociedade coral "Les Arts Florissants".

Linha do tempo da Alstom: 2003–2013: 2003 -Em 11 de Março, Patrick Kron, diretor da Alstom desde 2001 e presidente desde o início do ano, torna-se Presidente e CEO da empresa.

A Alstom é salva da falência quando o governo francês aborda a Comissão Europeia em Bruxelas com um plano para intervir. Les Chantiers de l’Atlantique (Alstom Marine) entregua o Queen Mary 2, o maior cruzeiro transatlântico já construído.

2004.: Janeiro: A Alstom vende suas atividades de transmissão e distribuição de energia (T&D) para a Areva. Novos pedidos de turbinas a gás: três GT26 para a Gas Natural (Espanha). A Comissão Europeia aprova plano do governo francês de adquirir uma participação na Alstom em julho.

2005 -A Alstom desfaz-se de seus investimentos em conversão de energia (motores e conversores elétricos) através de uma aquisição da sociedade por seus administradores.

2006-A Alstom vende sua divisão Marine (estaleiro) à Aker Yards. Bouygues compra a participação de 21,03% que o governo francês mantinha na Alstom, que é logo em seguida aumentada para 31%.

2007-A Alstom estabelece um novo recorde mundial de velocidade sobre trilhos: 574,8 km/h. A Alstom ganha posição em energia eólica através da aquisição da fabricante espanhola Ecotècnia. A Alstom cria a Alstom Foundation.

2008-A Astom revela seu trem de altíssima velocidade AGV de quarta geração. A Alstom coloca em operação a primeira unidade de captura de carbono com oxicombustão na fábrica SchwarzePumpe, na Alemanha. A Alstom cria uma joint venture com a AtomEnergoMash na Rússia para produzir ilhas convencionais para usinas nucleares.

2009-A Alstom adquire uma participação de 25% na Transmashholding, maior produtora da Rússia de locomotivas e equipamentos ferroviários.

2010 -Após a aquisição conjunta do negócio de T&D da Areva junto à Schneider Electric, a Alstom absorve a divisão de Transmissão para criar um terceiro setor, a Alstom Grid.

2011-Alinhada aos novos desenvolvimentos no mercado de energia, a Alstom reestrutura seu negócio em quatro setores: Transporte, Grid, Thermal Power e Renewable Power.

2012-A Alstom dá um salto estratégico em energia eólica offshore com um pedido de 240 x 6 MW geradores na França.

2013 -A Alstom inicia as obras de construção de suas duas primeiras fábricas de aerogeradores offshore em Saint-Nazaire (França).

Perfil - A Alstom é líder global em infraestrutura ferroviária e geração e transmissão de energia, e está na vanguarda de tecnologias inovadoras e amigáveis ao meio ambiente. A Alstom constrói o trem mais rápido e o metrô automatizado de maior capacidade do mundo, fornece soluções de usinas integradas turnkey e serviços associados para uma ampla gama de fontes de energia, incluindo hidrelétrica, nuclear, a gás, carvão e eólica, e oferece várias soluções para transmissão de energia, com foco em redes inteligentes.

O Grupo emprega 92.000 pessoas em mais de 100 países. Registrou vendas de €20 bilhões e fechou aproximadamente €22 bilhões em pedidos entre 2011 e 2012.

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