Competição internacional avaliada pela NASA com participação da Equipe AeroRio, do CTC/PUC-Rio

Campeã na Classe Advanced da SAE Brasil Aerodesign, equipe carioca será única representante brasileira na categoria em torneio nos EUA que vai contar com avaliação da agência espacial norte-americana numa das etapas.

Depois de muitos preparativos, finalmente chegou a grande hora. Começou no dia 15 de março (sexta-feira), a SAE Aerodesign East Competition, nos EUA, a mais importante competição de aerodesign do mundo. O torneio terá a participação da equipe AeroRio, formada por alunos de Engenharia do Centro Técnico Cientifico da PUC-Rio (CTC/PUC-Rio). O time carioca ganhou o direito de participar da competição após ter conquistado o inédito 1º lugar na competição nacional, realizada em 2012. Primeira e única equipe do Rio de Janeiro a participar do torneio internacional na classe Advanced, a AeroRio conta com projetos ambiciosos e ajuda de grandes empresas para surpreender o mundo. Os campeões mundiais serão conhecidos no domingo [17 de março].

Na etapa de sistemas embarcados, em que é avaliada a eletrônica do avião e o que ele é capaz de fazer de forma autônoma, o julgamento está a cargo de ninguém menos do que a NASA, a agência espacial norte-americana. Para conquistarem os melhores resultados, as equipes devem seguir as diretrizes de projeto estipuladas pela NASA e a que se apresentar com a melhor eletrônica embarcada receberá o prêmio "NASA System Engineering Award 2013".

Por tudo isso, Mauro Speranza Neto, coordenador da AeroRio e professor do Departamento de Engenharia Mecânica do CTC/PUC-Rio, considera que o campeonato internacional tem um nível de dificuldade ainda maior do que o nacional: “A exigência técnica por parte dos juízes da SAE é a mesma, mas, desta vez a complexidade da missão a ser cumprida é bem mais elevada.“

A SAE East Aerodesign 2013 contará com 75 equipes de diversas partes do mundo. Na Classe Advanced, a mais difícil da competição, participarão 12 equipes, sendo seis dos Estados Unidos, três da Índia, dois do Canadá e a AeroRio, a única brasileira na categoria. Para o capitão Lucas Maciel Ribeiro, a chance de título é concreta: ”A equipe está com boas expectativas para o campeonato. Projetamos os aviões para uma ação diferente da edição nacional, inovamos e podemos surpreender hoje. Além disso, as últimas equipes brasileiras que competiram no mundial ficaram bem colocadas e esperamos manter a tradição e levar o troféu para o Brasil.”

Desafio exige técnica, planejamento e tecnologia-Os 15 alunos da AeroRio projetam e constroem do zero as aeronaves de carga utilizadas nas competições. “Usamos madeiras do tipo Balsa e Spruce, compensado laminado extra- leve, fibra de carbono, alumínio aeronáutico e espuma de alta densidade (DivinyCell). Os materiais foram escolhidos pela excelente relação peso/resistência que possuem”, explicou José Carlos Santiago, coordenador do grupo de Pesquisa & Desenvolvimento da AeroRio.

Na edição nacional, os aviões tiveram que levar água no compartimento de carga e o voo deveria ser validado pelos juízes, todos engenheiros da Embraer. No mundial será diferente: a equipe terá que levar uma carga estática de aproximadamente 6,8 Kg e um pacote de areia de 1,5 Kg, que deverá ser lançado da aeronave em movimento, a 30 metros de altura, sobre um alvo previamente definido. Com isso, para os EUA, o modelo de aeronave é mais leve, voltado para a estabilidade em voo e eficiência aerodinâmica, fator decisivo para as equipes nesta competição.

Depois de contribuir para a vitória na competição nacional, a empresa espanhola NextLimit Technologies, especializada em tecnologias de simulação de ponta, renovou o contrato com a equipe brasileira. Assim, o seu software XFlow, utilizado profissionalmente no setor de aviação, deve dar mais uma vantagem competitiva à AeroRio e contribuir para o sucesso carioca na competição internacional.