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31/10/2007 - 11:44

Novas regras da UE ameaçam importações de álcool

Londres - Novas regras da União Européia ameaçam inviabilizar as importações de álcool do Brasil e da África e proteger os produtores locais, disse no dia 30 de outubrol o chefe da uma importante empresa de biocombustíveis européia.

Andrew Owens, presidente-executivo da principal fornecedora de biocombustíveis da Grã-Bretanha, a Greenergy, afirmou em uma entrevista que a União Européia tinha recentemente aprovado uma pequena mudança em sua especificação sobre o etanol para limitar a quantidade de água para 0,2 por cento.

"É uma medida protecionista para produtores locais na UE. A mudança na especificação potencialmente elimina grande parte do fluxo comercial de etanol no mundo", disse ele.

O limite para quantidade de água era anteriormente de 0,3 por cento.

Os alcoóis, incluindo o etanol, naturalmente absorvem pequenas quantidades de água do ar quando são movimentados, fazendo com que seja difícil que o produto embarcado por longas distâncias cumpra as novas regras, disse Owens.

A Greenenergy importa etanol do Brasil - "Temos misturado etanol há anos e anos e não há absolutamente nenhum problema (com 0,3 por cento de água). Agora não dá para cumprir as especificações se o etanol vier do Brasil ou da África, ou de algum lugar assim", disse Owens.

O álcool brasileiro é importado para o norte da Europa, enquanto que a África deve surgir como o principal fornecedor dos próximos anos.

O álcool é um substituto para o petróleo que pode ser feito de cana-de-açúcar ou grãos. Houve uma rápida expansão na produção durante os últimos anos, com alguns defensores citando o potencial do combustível em reduzir as emissões de gases do efeito estufa que contribuem para o aquecimento global.

Vantagem tropical -= O químico vencedor do prêmio Nobel Paul J Crutzen divulgou um relatório no mês passado, dizendo que a maior parte das lavouras cultivadas nos Estados Unidos e na Europa para fazer combustíveis atualmente aceleram o aquecimento global por causa dos métodos da agricultura industrial.

As lavouras cultivadas em climas tropicais como Brasil e África precisam de menos fertilizantes e podem economizar muito mais carbono.

De acordo com Owens, se a UE não reverter sua decisão, as emissões de carbono de combustíveis da Grã-Bretanha vão aumentar.

A Tesco possui 22 por cento da Greenenergy, quarta maior empresa de petróleo da Grã-Bretanha, enquanto que o Barclays Bank detém 15 por cento.

Owens afirmou ainda que a empresa quer investir na produção de álcool na África sub-saariana, e provavelmente a cana-de-açúcar será a matéria-prima.

"Tem um ótimo clima para a cana, recursos de água abundantes, bom clima e boa disponibilidade de terra", disse ele.| Por: Nigel Hunt/Reuters.

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