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27/03/2013 - 07:42

“Mortes na UTI do Paraná”

Primeiramente, a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) se manteve distante de fazer comentários sobre os casos de mortes na UTI do Hospital Evangélico, para não fazer julgamento de valor sobre casos em que ela não estava participando das investigações. Somente com a denúncia do Ministério Público, sem uma análise detalhada dos prontuários, não é possível tirar conclusões definitivas.

Durante este período de investigação, ficamos ajudando todas as mídias, com informações que pudessem ajudar a população no entendimento do significado sobre ortotanásia, distanásia, importância do médico especialista como coordenador da UTI e do funcionamento das UTIs.

O resultado foi mais de 90 matérias publicadas em rádios, TVs e jornais (impressos e online). Entre elas, os representantes da AMIB participaram de duas entrevistas no programa “Fantástico”, da rede Globo de televisão. Na última edição do programa supracitado (24/3/2013), o entrevistado foi o Presidente da AMIB, Dr. José Mario Teles. A mesma reportagem foi aproveitada em outros programas da emissora, como o Jornal Hoje, o Bom Dia Paraná, além do Portal G1. Essa, inclusive, replicada em vários veículos online.

Não fazer comentários sobre casos que estão sob investigação não é corporativismo, é ser ético. Queremos a verdade tanto quanto a população. A Dr. Virgínia Helena Soares de Souza não é intensivista titulada, tampouco associada da entidade; é uma médica que está sendo acusada de crimes graves e que precisam ser rapidamente esclarecidos.

Infelizmente, até agora, não houve uma avaliação ou declaração de um especialista em medicina intensiva independente, solicitada pelo juiz, pela promotora ou pela auditoria do Ministério da Saúde, que tivesse uma visão completa dos casos. Não é possível que médicos de outras especialidades emitam opiniões na mídia baseado somente na denúncia do Ministério Público ou de suas impressões no prontuário. Isto gera incertezas! É indispensável, pela gravidade das denúncias, que um intensivista seja convidado para participar das investigações e emitir um parecer técnico.

Repudiamos qualquer tentativa de generalizar as acusações sobre as mortes da UTI do Hospital Evangélico com o que acontece diariamente nas UTIs do Brasil. A medicina intensiva brasileira é de excelente qualidade e reconhecida internacionalmente.

A AMIB defende os interesses do paciente, o respeito aos seus sentimentos e os desejos da família, sendo ainda dado ênfase na comunicação adequada entre todos os envolvidos. Não é aceitável que condutas de retirada ou de não introdução de tratamentos sejam tomadas de forma isolada e sem ampla discussão.

É aconselhável a suspensão de medicamentos fúteis, que prolonguem o morrer e a adequação dos tratamentos não fúteis privilegiando o controle da dor e dos sintomas para o alívio do sofrimento dos pacientes com doença terminal. São considerados éticos e respaldados pelo Código Penal e pelo Código de Ética Médica. É o que chamamos de ortotanásia

É fundamental diferenciar assassinatos dos procedimentos descritos acima.

Precisamos logo desta resposta, para o bem dos familiares que perderam entes queridos e querem justiça ou conforto.

. Por: José Mario Teles. Presidente da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB).

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