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O Museu Nacional da Quinta da Boa Vista


O Museu Nacional, no Rio de Janeiro, é também a mais antiga instituição científica do Brasil, tem sua história profundamente vinculada ao percurso traçado pela Ciência no país.

O ponto de partida oficial desta história, data de seis de junho de 1818 quando D. João VI por decreto, cria o Museu Real, contudo, foi um pouco antes, ainda no Brasil Colônia, que a história do Museu começou a ser escrita.

A intenção de criar no Brasil um Museu de Ciências Naturais surgiu na época do Vice-Rei Luiz de Vasconcellos (1779-1790), que idealizou a construção de um grande edifício para abrigar a Casa de História Natural. Devido à lentidão da construção do prédio na atual Av. Passos, foi improvisado ao lado um barracão, um depósito de animais empalhados e alguns vivos, com a predominância de aves. Devido a estas características, o povo chamou o local de "Casa dos Pássaros". Com o aumento gradativo do acervo, esta casa passou a funcionar independente da construção principal, sob a direção de Francisco Cardoso Caldeira, conhecido como "Xavier dos Pássaros". A chegada do Vice-Rei, o Conde de Rezende (1790-1801), pouco interessado pelos assuntos da natureza, desestimulou a Casa de História.

Em 22 de junho de 1813, é assinada pelo Conde de Aguiar a decisão n° 20, do Príncipe Regente, que "manda extinguir o Museu desta Corte". As coleções zoológicas e mineralógicas foram transferidas, de início, para o Arsenal do Exército, hoje Museu Histórico Nacional e, em 1816, ocorreu a mudança das coleções mineralógicas para a Academia Militar.

A Princesa Leopoldina, naturalista apaixonada, com especial atenção aos estudos de entomologia, não somente influenciou na construção do Museu como também estimulou o interesse pela pesquisa trazendo ao Brasil grande número de cientistas, entre os quais Von Martius, João Emanuel Pohl, João Natterer, Von Spix e o pintor de paisagens Thomas Ender.

Foi então que veio a ordem de D. João VI, que reza literalmente: "Querendo propagar os conhecimentos e estudos das ciências naturais do Reino do Brasil, que encerra em si milhares de objetos dignos de observação e exame, que podem ser empregados em benefício do Comércio, da Indústria e das Artes, que muito desejo favorecer com grandes mananciais de riqueza: Hei por bem, que nesta Corte se estabeleça um Museu Real...".

O Museu Real herdou todo o acervo da antiga Casa dos Pássaros e passou a ser sediado no Campo de SanfAnna, com o advento do Império o Museu passa a denominar-se Museu Imperial, e a partir de 1842; Museu Nacional.

Já em meados do séc. XIX, o museu possuía amplo reconhecimento social e gozava de grande prestígio como instituição de pesquisa. O número de peças em seu acervo cresceu muito devido às expedições realizadas por seus cientistas, permuta de peças com museus de outros países e principalmente a partir de doações.

Alguns anos após a Proclamação da República, em 1892, o Museu Nacional foi transferido para o Paço de São Cristóvão na Quinta da Boa Vista antiga residência da família Imperial. Tal localização atribuiu a instituição um caráter ímpar ante as demais instituições do género, pois a partir deste momento, não somente era um museu de história natural, como também trazia consigo registros importantes da história do país.

Paço de São Cristóvão - As fazendas do Engenho Velho e de São Cristóvão, que estavam sob o poder dos padres da Companhia de Jesus, foram sequestradas em 1761 e retalhadas para diversos arrematantes que desenvolveram lavouras de café e cana-de-açúcar. Um dos lotes foi adquirido por Elias António Lopes, em 1803, que fizera levantar nas proximidades da estrada de São Cristóvão confortável casa-grande cercada por vastíssimo terreno, conhecida como a "Chácara do Elias". Com a chegada da Corte a Cidade de São Sebastião, Elias oferece a sua chácara a D. João VI que a aceita o principesco presente e trata sem mais demora de se instalar na quinta, levando as armas reais da Casa de Bragança.

Elias António Lopes foi generosamente recompensado, obteve a Comenda da Ordem de Cristo e foi elevado a oficial e moço fidalgo da real casa, subindo posteriormente para outros cargos. Sempre foi intenção dos Bragança chegar o mais próximo possível do aspecto imponente do Palácio da Ajuda, em Portugal, entretanto, como o palácio brasileiro partiu de uma casa de fazenda, foi necessária uma série de modificações. A partir de 1810, a residência passou por algumas reformas e outras chácaras foram incorporadas ao terreno.

A residência real, denominada Paço de São Cristóvão, passou a ser a preferida de D. João VI, que levou para sua companhia três de seus filhos D. Miguel, D. Pedro e D. Maria Teresa. Lá viveram D. João VI, D. Pedro l e D. Miguel e, posteriormente, as imperatrizes D. Leopoldina, D. Amélia e D. Teresa Cristina. Ali nasceram D. Pedro II, D. Maria da Glória e Princesa Isabel.

O Imperador D. Pedro II e a Imperatriz Teresa Cristina viveram no palácio até serem exilados do país pelos republicanos em 1889. O Paço de São Cristóvão então, foi usado para abrigar a primeira Assembleia Constituinte Republicana de 1889 a 1891 e foi no ano seguinte 1892 que passou a ser sede do Museu Nacional onde permanece até hoje. Em 11 de maio de 1938 a Secretaria do Património Histórico e Artístico Nacional (SPHAN atual IPHAN) tombou o Paço de São Cristóvão, para a preservação de tão importante património histórico do Brasil.

Museu Nacional Hoje - Depois de passar pelos mais diferentes ministérios desde sua criação, um decreto de 16 de janeiro de 1945 determinou a incorporação do museu - na qualidade de Instituição Nacional - à Universidade do Brasil, atualmente, o Museu Nacional integra o Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ.

O Museu compreende as maiores coleções da América Latina em Ciências Naturais e Antropológicas, laboratórios de pesquisa e tursos de pós-graduação. As peças que compõem as exposições (cerca de 10 mil) são parte dos 20 milhões de itens das coleções científicas conservadas e estudadas pelos Departamentos de Antropologia, Botânica, Entomologia, Invertebrados, Vertebrados e Geologia e Paleontologia. O Museu dispõe ainda de um Horto Botânico e de uma Biblioteca Central (aberta ao público) situados na parte sul da Quinta da Boa Vista.

Os cursos de mestrado e doutorado são ministrados através do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, pela Pós-Graduação em Zoologia, pela Pós-Graduação em Arqueologia e pela Pós-Graduação em Botânica. O Museu Nacional mantém o mais valioso acervo bibliográfico especializado em prédio próprio, com cerca de 500.000 volumes, além de outra biblioteca especializada em Antropologia com cerca de 60.000 volumes. Com a finalidade de difundir o resultado das pesquisas realizadas pelo corpo técnico-científico o Museu edita as publicações: Arquivo, Boletins (séries Antropológica, Botânica, Zoologia e Geologia), Publicações Avulsas, Manuais e Livros.

As Exposições Permanentes e Temporárias constituem um meio de divulgar a História Natural e Antropologia relacionando o Museu Nacional com estudantes de todos os níveis e com o público em geral. Por estar situado no mesmo local que serviu de moradia a família real por vários anos, hoje ele atua entre a dicotomia memória e produção científica.

A Exposição Permanente do Museu Nacional, aberta ao público diariamente das 10 às 16h30, exceto as segundas-feiras, recebe aproximadamente 170.000 visitantes por ano e tem seu circuito distribuído nas áreas de Antropologia, Arqueologia, Etnologia, Zoologia, Geologia/Paleontologia. Em seu valioso acervo, destacam-se: o maior meteorito encontrado na América do Sul, o Bendegó; o esqueleto da preguiça gigante; coleções de índios brasileiros, até mesmo de grupos já extintos; esqueleto de baleia de grande porte; coleções de múmias e de esteias funerárias egípcias; esqueletos de dinossauros; arqueologia brasileira, inclusive o crânio de Luzia - o mais antigo das Américas; peças greco-romanas e muitas outras de valores inestimáveis.

As Salas Históricas do Palácio Imperial da Quinta da Boa Vista - Sala do Trono e Sala dos Embaixadores Estrangeiros - decoradas ao estilo renascentista, como ainda hoje são vistas, são documentos artístico-históricos de grande beleza.

As Exposições Temporárias, de temáticas variadas, são organizadas com objetivo de atualizar a comunicação com o público e, por vezes, são complementadas com palestras e projeções de vídeo. Para melhor atender sua almejada função didática o museu ainda conta com o Serviço de Assistência ao Ensino que realiza atendimento a estudantes, fornece cursos para professores do ensino médio e fundamental, além de ceder por empréstimo, material didático às escolas.

Para o futuro o Museu Nacional pretende ser todo reformulado e já está em andamento um projeto de completa restauração e revitalização da instituição. Por enquanto, alguns sinais de revitalização já podem ser percebidos por seus visitantes, como as novas exposições permanentes de arqueologia egípcia, greco-romana, brasileira e pré-colombiana 9 a restauração da estrutura do palácio iniciada em 1996.

Caracterizado por uma ótima equação entre, seu precioso e vasto acervo, sua virtuosa produção científica e sua importância histórica o Museu Nacional faz notória sua relevância oara a sociedade brasileira. No empenho de preservar seus principais atributos, é desta Forma que o Museu Nacional almeja conservar o prestígio e o reconhecimento, inclusive nternacional, que alcançara ainda nos primórdios de sua história e que traz consigo até os dias de hoje.

. Foto: Museu Nacional da Quinta da Boa Vista no Rio de Janeiro | Crédito: José Paulo/Fator Brasil

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