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02/04/2013 - 07:05

Medicamentos biológicos para a artrite reumatoide não aumentam o risco de câncer

O uso de biológicos por pelo menos seis meses não foi significativamente associado com um risco aumentado de tumores malignos.

Um novo estudo traz uma boa notícia para pacientes com artrite reumatoide (AR) que estão preocupados com os efeitos colaterais potenciais dos medicamentos biológicos empregados no tratamento da doença. Uma metanálise de 63 ensaios clínicos randomizados constatou que os biológicos, tomados sozinhos ou em combinação com o metotrexato, apresentam um pequeno risco de câncer, pelo menos a curto prazo.

Esta é a maior metanálise já feita até o momento sobre o assunto. E acrescenta a um corpo crescente de evidências que os biológicos não parecem aumentar significativamente o risco de câncer. Os resultados foram publicados no Journal of the American Medical Association, ou JAMA.

Para chegar a tal conclusão, os pesquisadores analisaram dados de ensaios clínicos que envolveram quase 30 mil pacientes que foram acompanhados por até três anos. E de uma maneira geral, os grupos de controle receberam placebo ou drogas anti-reumáticas, tais como o metotrexato, os demais participantes receberam medicamentos biológicos aprovados pelo FDA (Food and Drug Administration) - com ou sem o metotrexato - para tratar a AR, durante pelo menos seis meses.

Os resultados foram promissores. Os pesquisadores descobriram que para os medicamentos biológicos, em geral, parece haver um risco pequeno ou nenhum risco com relação ao desenvolvimento de câncer em cerca de um ano ou mais.

Dentre os 3.615 pacientes que tomavam apenas uma droga biológica, os pesquisadores descobriram um risco de câncer de 0,64%. Dentre os 15.989 pacientes que tomavam um medicamento biológico em combinação com o metotrexato, houve um risco de câncer detectado de 0,77%. E dentre os 9.819 pacientes em grupos de controle, havia um risco de câncer de 0,66%.

Segundo os autores da pesquisa, as diferenças entre esses números são muito pequenas e insignificantes, não muito distantes de pequenas diferenças que acontecem apenas por acaso.

"Esta é uma mensagem tranquilizadora. Muitos pacientes com AR se preocupam com os efeitos secundários de tomar os medicamentos biológicos porque estes suprimem o sistema imunológico. A ameaça de que os biológicos poderiam expor o paciente a um maior risco de câncer é especialmente alarmante, porque pacientes com AR, em geral, já têm um risco ligeiramente elevado para certos tipos de câncer, incluindo o linfoma e o câncer de pulmão”, informa o reumatologista Sergio Bontempi Lanzotti, diretor do Iredo, Instituto de Reumatologia e Doenças Osteoarticulares, (CRM-SP 60.377).

A polêmica relação biológicos x câncer -Um estudo de setembro 2011, publicado online pela revista Annals of the Rheumatic Diseases, relacionava o uso dos biológicos a maiores taxas de câncer de pele, embora dois outros estudos recentes não mostrem ligação deste tipo de câncer com os medicamentos.

Em 2009, o FDA recomendou acrescentar uma etiqueta de advertência de câncer em todos os medicamentos biológicos como resposta a um aumento de casos de linfoma espontânea entre crianças e adolescentes com artrite idiopática juvenil. Mas um estudo apresentado em 2010, no American College of Rheumatology, revelou que a artrite idiopática juvenil em si foi a razão por trás do câncer, não os medicamentos biológicos.

“Não esperamos que este novo estudo seja a última palavra sobre o assunto. São necessários estudos que durem mais de um ano para sabermos o que acontece depois de cinco, seis ou sete anos. Mas pelo menos é bom saber que no início do tratamento, não parece haver um risco aumentado de câncer”, diz o reumatologista.

Segundo o médico, "os pacientes devem ser informados que os mais novos e poderosos medicamentos que podem controlar uma doença tão agressiva como a AR apresentam risco de efeitos colaterais. Mas esses riscos parecem ser pequenos o suficiente para que possamos ficar confortáveis com o uso de medicamentos em pacientes que precisam deles. Com certeza, o benefício provável será muito maior do que os riscos", diz o diretor do Iredo. [www.iredo.com.br].

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