Médicos brasileiros e estrangeiros apresentam avanços em diagnósticos e tratamentos de doenças reumáticas

A francesa Nathalie Costedoat-Chalumeau e a grega Maria Tektonidou, autoridades mundiais em Reumatologia e mais 47 especialistas dos centros de Excelência no Brasil debatem sobre lúpus em crianças, decisão compartilhada, adesão dos doentes aos tratamentos, de 11 a 13 de abril no Rio de Janeiro.

Rio de Janeiro - O médico deve interagir e envolver o paciente na tomada de decisões sobre os cuidados em sua saúde, visando a incorporar seus conceitos, valores pessoais e preferências no processo decisório para o diagnóstico e opções de tratamento. O processo chamado de “Decisão Compartilhada” está começando a ser adotado pelos reumatologistas em consultórios. Quem ganha é o paciente. A prática apoiada pelo meio acadêmico da Medicina já aponta avanços relacionados, principalmente, na melhora da adesão dos pacientes ao tratamento de doenças autoimunes como lúpus e artrite reumatóide, além de artrose, fibromialgia e osteoporose, que figuram dentre as mais de 120 doenças reumáticas.

O processo “Decisão Compartilhada” será uma das temáticas da programação científica da XX Jornada Rio-São Paulo de Reumatologia, que acontece de 11 a 13 de abril, no centro de convenções do Windsor Atlântica Hotel, no Rio de Janeiro.

O evento terá 47 conferencistas nacionais dos principais Centros de Excelência em Reumatologia no Brasil, além de três conferencistas internacionais de expressão mundial na Reumatologia. Organizado pelas Sociedades de Reumatologia do Rio de Janeiro e de São Paulo, com apoio da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), deverá reunir mais de 400 especialistas da área.

A XX Jornada Rio-São Paulo de Reumatologia inova com a proposta de ampliação dos debates entre os médicos durante todas as conferências, sessões clínicas e mesas redondas.

O curso pré-jornada terá ênfase em diagnósticos e tratamentos com o uso de imagens e também em reabilitação de pacientes com a prática de exercícios físicos.

“A proposta da decisão compartilhada é pautada na ética deontológica, isto é, no exercício da autonomia do paciente. Em outras palavras, decisão compartilhada é o exercício do direito de cada um de nós no processo de enfrentamento da doença”, explica o reumatologista Evandro Mendes Klumb, presidente da XX Jornada Rio-São Paulo de Reumatologia e da Sociedade de Reumatologia do Rio de Janeiro.

Existem três modelos básicos de relação médico-paciente: o modelo paternalista, em que o paciente é dependente do julgamento do médico, que se considera como o melhor “juiz” para atender às necessidades do paciente, o modelo informado, em que o paciente é informado de seu diagnóstico e exposto às opções de conduta, cabendo ao médico a decisão final pelo tratamento e o modelo compartilhado que é o mais recente e atual de todos. Nesse modelo compartilhado o paciente conhece as potenciais consequências de uma decisão e assina um consentimento informado. Os três tipos de conduta interferem tanto na eficácia dos tratamentos adotados quanto variam custos e responsabilidades no sistema de saúde seja ele público ou privado.

Segundo Klumb, o processo que envolve a decisão compartilhada, especialmente no cuidado com o paciente com lúpus tem demonstrado uma melhora na adesão ao tratamento. O lúpus é uma doença inflamatória crônica de origem autoimune, cujos sintomas podem surgir em diversos órgãos de forma lenta e progressiva (meses) ou mais rapidamente (em semanas) e variam com fases de atividade e de remissão. São reconhecidos dois tipos principais de lúpus: o cutâneo, que se manifesta apenas com manchas na pele (geralmente avermelhadas ou eritematosas), principalmente nas áreas que ficam expostas à luz solar (rosto, orelhas, colo e braços) e o sistêmico, no qual um ou mais órgãos internos são acometidos.

No Brasil, as estimativas indicam que existem de 65 mil a 120 mil pessoas com lúpus, sendo a maioria mulheres. Acredita-se assim que uma a cada 1.700 brasileiras seja portadora da doença.

Pontos altos do evento também incluem conferências sobre as temáticas artrite reumatóide, adesão ao tratamento, artrite inicial, espondioartrites, comorbidades como obesidade e síndrome metabólica em pacientes com doenças reumatológicas, além do uso de agentes biológicos e de antimaláricos para doenças autoimunes, lúpus e outras doenças reumáticas em crianças.

As abordagens serão feitas por especialistas brasileiros e estrangeiros. Entre eles, a francesa Nathalie Costedoat-Chalumeau e a grega Maria Tektonidou, autoridades mundiais em Reumatologia.

.[Mais informações e inscrições no evento visite o site http://www.reumatorj.com.br/medica/jornada_2013_programa.php].

.[XX Jornada Rio-São Paulo de Reumatologia, de 11/04/2013 a 13/04/2013, no Windsor Atlântica Hotel - Av. Atlântica nº 1020 - Leme - Rio de Janeiro.Inscrições: (21) 3515-1950 ].

O que é reumatologia? É a especialidade médica que estuda, diagnostica e trata uma série de moléstias relacionadas ao comprometimento do sistema músculo-esquelético e dos tecidos conjuntivos podendo ser subdividida em outras áreas de atuação como: Doenças difusas do tecido conjuntivo, vasculites sistêmicas, espondiloartropatias, doenças osteometabólicas, degenerativas, articulares causadas por microcristais, artropatiasreativas, reumáticas associadas a processos infecciosos, reumatismos extra-articulares, artrites intermitentes eartropatias secundárias a outras enfermidades não reumáticas.

Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR)-Fundada em 1949 pelos médicos Dr. Herrera Ramos, Dr. Valdemar Bianchi, Dr. Pedro Nava, Dr. Israel Bonomo e Dr. Décio Olinto, a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) tem como missão promover a excelência da Reumatologia mediante incentivo ao ensino, à pesquisa e à assistência e contribuir para a formulação de políticas públicas, visando à saúde e ao bem-estar do paciente reumático. Congregar os reumatologistas e promover, divulgar e ampliar a abrangência do exercício da especialidade. Sem fins lucrativos e filiada à Associação Médica Brasileira (AMB), a SBR tem hoje mais de 1500 associados, 23 sociedades regionais filiadas e 24 assessorias e comissões científicas, que atuam nas várias expressões dessa especialidade médica. A SBR luta para promover a saúde da comunidade, contribuindo para a formulação de políticas públicas, bem como aprimorar os conhecimentos em reumatologia, estimulando os médicos-pesquisadores com prêmios, bolsas de estudo e financiamento de pesquisa. [www.reumatologia.org.br].