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11/04/2013 - 08:16

EDP no Brasil e INPE lançam sistema inédito no mundo de previsão climática

Para gestão de redes elétricas inteligentes. O ClimaGrid possibilita operações inovadoras de previsão e histórico das variáreis meteorológicas nas operações das Distribuidoras do Grupo EDP.

São Paulo– A capacidade de gerir as informações das variáveis climáticas, monitorar em tempo real as ocorrências de tempestades severas associadas à elevada quantidade de descargas atmosféricas, fortes precipitações de chuva e intensidades de vento, no caso específico do Brasil, tem se tornado tema de crescente relevância para empresas de diversos segmentos.

Pensando nisso, a EDP no Brasil, empresa do Grupo EDP Energias de Portugal, em parceira com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) lança neste mês uma nova etapa do projeto ClimaGrid, que visa contribuir de forma inovadora na implantação das redes inteligentes no País, inserindo o novo conceito de rede: a convergência no tempo-espaço de um terceiro vetor de informações – o das variáveis climáticas e ambientais, trazendo uma visão “3D” para o smart grid.

As redes inteligentes (smarts grids) permitirão um avanço tecnológico que irão contribuir para a redução das emissões de CO2 e com a sustentabilidade. Segundo o gestor executivo de Desenvolvimento Tecnológico da Distribuição da EDP no Brasil, Vitor Gardiman, o consumo de energia elétrica está ligado à sustentabilidade. “O aquecimento global vem provocando alterações climáticas que estão sendo observadas em todo planeta. Essa ferramenta visa contribuir para a melhoria da eficiência operacional e energética da empresa, ao fazer a gestão dos dados de temperaturas, umidade, pressão atmosférica, chuvas, raios intra-nuvem e nuvem-solo, velocidade e direção dos ventos e das tempestades severas. Na busca da eficiência operacional, o objetivo principal é o aprimoramento na gestão das equipes, trazendo melhor posicionamento frente aos eventos previstos, e na busca da eficiência energética, as variáveis climáticas podem auxiliar no uso da energia elétrica, tanto do ponto de consumo como da microprodução”, explica.

Desde dezembro de 2012, duas novas ferramentas de previsão georreferenciada usando modelo WRF (Weather Research Forecasting) e com resolução espacial de 5 km já estão funcionando: uma, que é inédita no mundo, para avaliação da probabilidade de incidência de descargas atmosféricas das próximas 12 horas, e outra das variáveis meteorológicas – como chuva, temperatura, umidade, pressão atmosférica, velocidade e direção do vento com as mesmas características, entretanto, com até 24 horas de antecedência.

Ainda, o projeto contará com mapas de vegetação em alta resolução nos quais será possível avaliar a rede elétrica frente a sua exposição com a ação dos ventos, ajudando no planejamento do manuseio da vegetação e aprimorando a relação entre a preservação da natureza e a proteção dos ativos da rede.

“O projeto também prevê a sustentabilidade ambiental. Com o mapa de vegetação em alta resolução pode-se interpretar melhor a interferência da mesma sobre a rede elétrica associada à presença dos ventos, contribuindo na adoção de medidas que visam minimizar este tipo de situação e subsidiando o estudo do projeto da rede, bem como a estratégia de reposição”, afirma Gardiman.

Por meio de uma plataforma computacional avançada, o conhecimento antecipado da evolução das tempestades permite otimizar a gestão das equipes de prontidão, direcionando-as para os locais mais prováveis de ocorrência, melhorando a prevenção e o tempo de resposta de eventuais desligamentos. Tal plataforma tem contribuído para melhorias importantes na qualidade do serviço, com redução da frequência e duração de interrupção do fornecimento de energia.

Para o coordenador do Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT) do INPE, Osmar Pinto Junior, “o clima é o principal agente externo que atinge as redes de distribuição no Brasil e em todo o mundo e uma pesquisa científica como essa contribui para antecipar os efeitos das mudanças climáticas e, consequentemente, a melhora dos serviços destas empresas”.

Microgeração -O projeto permitirá, ainda, o estudo do comportamento das variáveis climáticas na microgeração de energia, uma vez que todas as informações das variáveis climáticas estão sendo armazenadas para a composição de um banco histórico de dados que é de grande importância para esta finalidade. Os ventos, precipitações, temperatura e umidade interferem na produção e microprodução de energia, bem como no perfil de consumo dos clientes, e por essa razão vem a importância de ter um conhecimento mais aprofundado para melhorar a gestão do negócio de energia elétrica.

Com a gestão destas informações, há a possibilidade de compreender melhor o potencial de utilização da microgeração distribuída e sustentável cuja fonte vem do vento, sol e chuva e as variáveis medidas e armazenadas no projeto ajudam a compreender melhor estas fontes.

No Brasil, com a aplicação de um novo ambiente regulatório, que permitirá a inserção de fontes renováveis nas redes de distribuição, entende-se que a gestão das informações do projeto será de fundamental importância estratégica para o planejamento e a operação da rede.

ClimaGrid -Criado em 2009, o ClimaGrid possibilita a avaliação dos impactos climáticos sobre a rede elétrica com previsão e histórico das variáveis meteorológicas que, associados à pesquisa científica avançada ao conhecimento do negócio de energia elétrica, visa a redução dos riscos inerentes às mudanças climáticas, o aprimoramento dos serviços prestados e uma maior eficiência na utilização dos recursos operacionais da Empresa.

O projeto, que prevê investimento total de R$ 2 milhões, teve início em setembro de 2010 com a aquisição e instalação de quatro sensores de descargas atmosféricas de última geração na EDP Escelsa, no estado do Espírito Santo, para obtenção de dados das descargas elétricas nuvem-nuvem e nuvem-solo. No estado de São Paulo, a infraestrutura existente foi previamente instalada pelo INPE, na EDP Bandeirante, para a realização de estudos e testes. Por meio deste investimento, a EDP contribuiu para a implementação da nova rede de sensoriamento de descargas atmosféricas no País, a BrasilDAT. Esse sistema permite a obtenção de informações precisas das descargas atmosféricas nuvem-nuvem, que são fundamentais para o rastreamento das tempestades severas.

O sensoriamento das descargas dentro da nuvem permite identificar a sua localização precisa, dimensão, velocidade e sentido de deslocamento, constituindo um dos itens de grande interesse do ClimaGrid. “A EDP busca uma melhor prestação de serviço a seus clientes, tentando antecipar-se aos efeitos causados pelo aquecimento global no sentido de tentar minimizá-los, o que reflete em um melhor aproveitamento do uso da energia elétrica”, explica Gardiman. “Na disputa com as forças da natureza, estaremos sempre em desvantagem. No entanto, o nosso objetivo é utilizar a pesquisa científica avançada para diminuir esta diferença”, completa o executivo.

Também estão sendo desenvolvidos e aplicados diversos algoritmos para registro e acompanhamento das descargas atmosféricas nuvem-nuvem e nuvem-solo, bem como ferramentas para avaliação de desligamentos e avarias em diversos ativos, tais como: linha de transmissão, subestações, religadores, transformadores, sites de telecomunicações, etc.

Perfil- EDP Energias do Brasil, que adota a marca EDP, é a holding que consolida ativos de energia elétrica nas áreas de geração, comercialização e distribuição (EDP Bandeirante e EDP Escelsa). É controlada pela EDP Energias de Portugal.

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) - O INPE foi criado em 1961 com o objetivo de capacitar o país nas pesquisas cientificas e nas tecnologias espaciais. Ao longo dos anos, suas atividades se ampliaram e a importância dos estudos vão desde assuntos complexos sobre a origem do Universo a aplicações de ciências como nas questões de desflorestamento das nossas matas. O Instituto é centro de excelência, e referencia internacional, em pesquisas de ciências espaciais e atmosféricas, engenharia espacial, meteorologia, observação da Terra por imagens de satélite e estudos de mudanças climáticas.

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