Fresp divulga indice de custos de fretamento

A FRESP – Federação das Empresas de Fretamento do Estado de São Paulo lança o ICF - Índice de Custos de Fretamento. Salários, diesel, pneu e veículos empurram índice para cima. Nos últimos 36 meses o acumulado já é de 25,26%.

Na hora de renegociar contratos, as empresas de fretamento têm encontrado dificuldades para o reajustamento dos preços, cuja defasagem pode levar ao sucateamento da frota e à ineficiência do serviço prestado. “As empresas contratantes nem sempre se preocupam que o arrochamento dos preços possa atingir direta ou indiretamente a qualidade dos serviços do transporte de passageiros”, defende Regina Rocha, assessora jurídica da FRESP.

Itens como salários e benefícios, reajustados anualmente pelas Convenções Coletivas da categoria, e outros insumos como pneus, combustível e manutenção pesam significativamente no custo do transporte. Algumas empresas já amargam prejuízos por conta dos aumentos acumulados nos últimos anos e que não foram repassados ao preço do transporte.

Mesmo com as variações de custo dos insumos, muitas empresas contratantes do serviço de fretamento contínuo exigem descontos das prestadoras, os quais inviabilizam a continuidade dos contratos, pois nem sempre as tomadoras cumprem as cláusulas de reajustamentos definidas nos mesmos.

Preocupada com a situação a entidade criou o ICF - Índice de Custos de Fretamento: um indicador de inflação específico para acompanhar a evolução dos preços do transporte de passageiro por fretamento. “O ICF não tem a pretensão de se transformar em um indicador de preços reconhecido pela economia, basta que o seja para as empresas que atuam no mercado de transporte de passageiros por fretamento”, comenta Jorge Miguel dos Santos, economista criador da fórmula.

Para obter o índice de cada mês, o procedimento é simples: “após escolher a metodologia para formação do preço faz-se a coleta dos preços aplicando os resultados no modelo escolhido; a comparação do mês atual com o anterior dará a variação do mês, e assim sucessivamente, é possível medir a evolução dos custos do fretamento contínuo e eventual”, explica Santos que é diretor executivo do Transfretur, sindicato afiliado à FRESP.

São três os serviços e os tipos de veículos utilizados para calcular o preço. O primeiro e mais característico do fretamento, denominado "Entrada/Saída", é calculado tomando como base os veículos tipo “Standart” e “Luxo”. Nos dois casos a rodagem média utilizada é de 2.500 km/mês. O segundo serviço, cujos custos são acompanhados, é o "Três Turnos", também calculado para o veículo “Standart” e “Luxo” - cuja rodagem média mensal é de 6.500 quilômetros. O terceiro busca identificar as variações de custo no fretamento eventual, o popular turismo, que normalmente é realizado com veículo mais sofisticado denominado "Super Luxo" com rodagem média mensal de 5.000 quilômetros.

Para identificar a variação do preço de um ou mais períodos basta dividir um número-índice do mês atual pelo mês-base da comparação. Jorge Miguel exemplifica: “digamos que num determinado contrato é preciso identificar a variação de custos entre outubro de 2006 a outubro de 2007, a simples soma das variações mensais não é suficiente pois, a variação mensal influencia e sofre influência das alterações de cada mês; em outras palavras o cálculo é composto. Na seqüência, identificamos o número-índice atual para serviços tipo Entrada/Saída com veículo tipo ‘Standart’, e o número-índice do mês anterior à base que deseja; Dividindo o número-índice desejado pelo mês-base obtém-se a variação desejada. * A tabela com a evolução de preços desde 2001 encontra-se à disposição no site da entidade www.fresp.org.br /indicadores.