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12/04/2013 - 09:31

Controle de doenças na fruticultura

Entrevista com Marcelo Bellato Sposito, professor do Departamento de Produção Vegetal.

Em destaque no ranking de produção de frutas, o Brasil ainda sofre alguns problemas na hora de exportar seus produtos, seja pela qualidade ou por doenças. Abordando este assunto, o docente Marcel Bellato Sposito, do Departamento de Produção Vegetal (LPV), participou do programa Dia a Dia Rural, da do Canal Terra Viva. Confira a contextualização e as informações dadas pelo professor sobre a produção brasileira no mercado internacional e técnicas de prevenção de doenças que podem melhorar este cenário.

.Em que posição o Brasil está no Ranking de Produção de Frutas? -Marcel Bellato Sposito (MBS): O Brasil é o terceiro maior produtor de frutas do mundo, perde apenas para a Índia e para a China. E a grande maioria da nossa produção, é gerada para o mercado interno. O produtor produz mais para o mercado interno.

.Por que o Brasil ainda exporta pouco? -MBS: Nós temos ainda algumas dificuldades para a exportação, vou citar as três principais. A primeira tem relação à qualidade da nossa fruta, nós não temos uma qualidade e um padrão internacional para colocar essas frutas fora. A segunda tem relação com as condições climáticas, que são favoráveis a incidência de doenças e pragas. E a terceira dificuldade acontece por que estamos colocando muitos produtos no campo. Isso faz com que tenhamos uma quantidade muito grande de resíduos e, muitas vezes, uma quantidade que não é aceita pela União Europeia, que acaba não querendo esses frutos e contribuindo para a redução das exportações.

.Quais são os principais fatores que causam essas doenças e inibem nossa exportação? -MBS: Diferente de outros países produtores e exportadores de frutas, o Brasil tem um clima muito favorável às doenças, então esse clima de muita chuva, alta umidade e temperaturas altas, demanda dos produtores por muitas aplicações de produtos para o controle dessas doenças, que, por serem doenças que não existem em outros países, fazem os frutos não serem bem aceitos.

.Quais são as doenças mais comuns? -MBS: Depende da cultura. Na cultura dos citros, por exemplo, temos uma doença fúngica que se chama mancha ou pinta preta do citros, que é uma doença que não existe na Europa e é muito comum no Estado de São Paulo. Para se controlar essa doença, é necessário fazer muitas aplicações, e, mesmo assim, não é possível controlar toda a doença, alguns frutos vão manifestando sintomas da doença. E a Europa não aceita frutos com esses sintomas. Tem outras doenças bacterianas também, o cancro cítrico e o HLB, que também dificultam essa parte de exportação.

.Tem alguma fruta que é mais sensível às doenças? -MBS: Sim. Na verdade, as fruteiras, na maioria, são mais sensíveis às doenças. Um produtor de uvas finas para mesa, por exemplo, cujo ciclo da cultura é de 150 dias, chega a realizar até 90 pulverizações contra doenças, então é muito grande a quantidade de pulverizações que se faz. Essas frutas, principalmente as que são consumidas in natura, são mais preocupantes, porque o consumidor compra com os olhos e é importante ter uma boa qualidade visual. Isso faz com que o produtor tenha que pulverizá-las muito mais do que as frutas destinadas a produção de sucos.

.Fale um pouco sobre os métodos de precaução dessas doenças: -MBS: Normalmente os produtores utilizam um dos métodos que nós chamamos de proteção, ou seja, a utilização de agroquímicos, ou defensivos para o controle de doenças. Mas existem outras ferramentas com as quais se pode trabalhar para tentar minimizar o problema de doenças, uma delas é a técnica de evasão, que seria a produção em áreas onde se tem menos incidência de doenças, ou que a doença não chegou ainda, ou então que a doença esteja presente, mas as condições climáticas não sejam favoráveis para sua expressão. Caso o produtor não tenha condições de trabalhar em áreas assim, ele pode utilizar uma técnica chamada de regulação, ou o manejo do pomar para reduzir essas doenças. Em videiras, por exemplo, utilizamos a plasticultura, que consiste em cobrir o parreiral com um plástico para que não haja molhamento nessas folhas, evitando a manifestação das doenças. Mas, geralmente, o produtor prefere o controle químico, que oferece resultados mais rápidos. | .Leon Botão.

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