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13/04/2013 - 10:18

Mercado de alimentos no brasil é uma potência mundial

Líderes destacam a importância do setor e o crescimento do mercado, mas ressaltam os gargalos e a falta de uma política agrícola atuante.

São Paulo – Durante o 1º Fórum Brasileiro da Indústria de Alimentos, evento organizado pelo LIDE – Grupo de Líderes Empresariais, presidido por João Doria Jr, o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação (ABIA), Edmundo Klotz, destacou a importância do Brasil no cenário do mercado mundial de alimentos. De acordo com ele, o País é uma potência no ranking de alimentos e a economia dá sinais de otimismo, mas ressaltou que ainda falta uma política agrícola e de abastecimento de longo prazo para que os planos de crescimento sejam sustentáveis.

“O objetivo é crescer em todas as esferas do setor. Queremos exportar desenvolvimento, pesquisa e aliados à vocação natural do País, que é a agricultura e a produção de alimentos”, disse Klotz, que fez uma avaliação do setor e destacou o crescimento do mercado em 2012, cujo faturamento alcançou R$ 461 milhões, um crescimento de 4% em relação a 2011.

Para Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura, presidente do LIDE Agronegócios e embaixador da FAO, Goiás foi escolhido para receber um evento deste porte por estar no coração do País e ser um dos maiores centros da indústria de alimentos do Brasil. “Discutir como o País se insere num projeto mundial é o nosso desafio e precisamos encontrar soluções para problemas como abastecimento do mercado interno, câmbio, crédito, aspectos regulatórios, gargalos e burocracias, que impedem um crescimento maior e deixam uma dúvida do que será esse mercado”.

Falta qualidade no leite brasileiro e indústria vive momento difícil -O leite tem o maior alcance social do Brasil, com mais de 1,3 milhões de produtores no País. Mas para o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Leite Longa Vida (ABLV), Nilson Muniz, falta qualidade no leite que é produzido nacionalmente.

Ele lembra que Goiás está em quarto lugar no ranking da produção nacional de leite, mas lamenta que não exista um crescimento no setor há mais de dois anos. “O brasileiro consome muito pouco de lácteos e as médias são bem abaixo do cenário mundial, o que é muito preocupante para nós. Há dois anos não registramos crescimento nesse mercado. Além disso, a indústria não tem margem de lucro no negócio e vive um momento difícil. Não há manobra de inovação e precisamos olhar urgentemente para esse setor”, diz Muniz.

Wilson Mello, vice-presidente de assuntos corporativos da BRF, alerta para a queda no consumo do leite e diz que o cenário é preocupante. “É importante um envolvimento de toda cadeia e de todos os governos, tanto federal quanto estadual. Fazer investimento neste mercado é algo desafiador nos dias atuais, mas que precisa para dar novo fôlego”, diz o executivo.

O maior desafio da pecuária leiteira nos dias atuais é ter no mundo globalizado uma presença agressiva e permanente, e não escondida como tem sido até agora. “O leite é um problema sério no Brasil. Nosso ponto fraco é a qualidade da matéria-prima e a falta da cultura da exportação entre as empresas de laticínios, mas são questões facilmente removíveis. O grande obstáculo é o protecionismo agrícola dos países ricos e pobres também, mas a esse fator limitante todos nossos concorrentes estão sujeitos”, concluiu Alysson Paolinelli, ex-ministro da Agricultura do governo Geisel (1974 a 1979), secretário de Agricultura de Minas Gerais por três vezes e atual presidente da Abramilho.

Os gargalos e as críticas da indústria -Os principais problemas da indústria brasileira de alimentos foram levantados no terceiro tema destacado pelo 1º Fórum Brasileiro da Indústria de Alimentos, que está sendo realizado em Goiânia. Conduzido pelo ex-ministro Roberto Rodrigues, também teve a participação de Edmundo Klotz, presidente da ABIA; André Rocha, presidente do LIDE Goiás; Jack Correa, vice-presidente de Assuntos Governamentais da Coca-Cola; e Takamitsu Sato, presidente da ABIC - Associação Brasileira da Indústria de Café.

Eduardo Klotz fez uma avaliação do setor de alimentos e destacou o crescimento do mercado em 2012, que faturou R$ 461 milhões, um crescimento de 4% em relação a 2011. “Estamos crescendo e ainda temos grande poder de expansão e os investimentos nesse setor chegaram a R$ 11 bilhões. O aumento do consumo também é um ponto importante, já que a indústria está criando produtos mais saudáveis, sustentáveis e que agradam o consumidor brasileiro”, falou o presidente da ABIA.

Para o presidente da ABIC, Takamitsu Sato, o setor de café também vive uma dicotomia. Tem crescimento, mas sofre com a tributação. “Assegurar o desenvolvimento competitivo das indústrias de café é um desafio, precisamos diminuir a carga tributária e ter força no mercado externo. Falta muito para chegarmos lá”, disse Sato.

O setor superenergético foi o tema discutido pelo presidente executivo do SIFAEG, André Rocha. Para ele, o setor parou de crescer, já que não tem investimento nem apoio do governo. Ele cita que, em 2011, o mercado de gasolina era de 54% e hoje está em apenas 30%. “Paramos de crescer. O governo está dando subsídio para o consumidor segurando o preço da gasolina há quase seis anos, mas não ajuda a cadeia. Estamos órfãos esperando medidas há mais de dois anos. A falta de políticas destruiu o setor energético e também a Petrobras. Além disso, precisamos de desoneração do Pins e Cofins e disponibilizar crédito para os produtores”, falou Rocha, que também é presidente do LIDE Goiás.

Goiás lança programa durante o Fórum para apoiar produtores -O secretário de Indústria e Comércio de Goiás, Alexandre Baldy, anunciou durante o 1º Fórum Brasileiro da Indústria de Alimentos um programa de incentivo para os produtores rurais do Estado. Em parceria com o Banco do Brasil, o Governo vai destinar 10% dos recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) para 2013 para estruturar a secagem e armazenagem dos grãos no Estado. “Estamos fazendo nossa parte porque faltam políticas para a produção industrial, pecuária e agricultura. Se cada um fizer sua parte, como o governo estadual está fazendo, teremos crescimento em todas as esferas desta importante cadeia”, disse o secretário, que espera destinar uma estimativa de R$ 75 milhões para os produtores.

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