Banco Central suspende rodízio de auditorias por um ano ara especialistas, decisão pode representar extinção da regra

O Banco Central decidiu estender a suspensão do rodízio de auditorias até dezembro de 2008. Para especialistas, a medida representa um forte indício de extinção da regra, que obrigava as instituições financeiras a mudar suas auditorias independentes de cinco em cinco anos.

"O Banco Central está fazendo um estudo para otimizar o processo. O nosso país é um dos únicos a ter rodízio. O que está havendo é uma tentativa de acabar com a obrigação das instituições a trocar de auditoria o tempo todo", afirma Viviene de Paula Rosa Alves, gerente de auditoria contábil da RCS Brasil, que conta com escritórios em São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Campo Grande, além de uma base internacional em Londres.

Além do BC, que exige rodízio de auditores nos bancos, há determinações semelhantes da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e da Secretaria de Previdência Complementar (SPC). Todos os órgãos estão reavaliando suas regras para adotar um sistema semelhante.

"Tal suspensão pode sim levar ao término do rodízio, pois outras medidas foram implementadas pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e pelo Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon) para assegurar a qualidade dos serviços prestados. Entre elas estão a obrigatoriedade de participação nos programas de educação continuada, o exame de certificação para o Cadastro Nacional de Auditores Independentes (CNAI) e a revisão externa de qualidade", acrescenta Viviene.