BNDES apoia com R$ 118,7 milhões a retomada da produção nacional de insulina

Biomm S.A. vai implantar fábrica para desenvolvimento, produção e comercialização de insulina em Nova Lima, Minas Gerais.

O BNDES apoiará com R$ 118,7 milhões a realização de investimentos que vão permitir a retomada da produção de insulina no país. O anúncio do projeto da empresa Biomm ocorreu no dia 16 de abril (terça-feira), em Belo Horizonte (MG), durante cerimônia na Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG).

O evento contou com a presença da presidenta Dilma Rousseff, do governador mineiro, Antônio Anastasia, dos ministros da Saúde, Alexandre Padilha, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, e da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antônio Raupp, e do presidente do BNDES, Luciano Coutinho.

A iniciativa da Biomm contempla a implantação de uma unidade industrial para desenvolvimento, produção e comercialização de insulina e outros biofármacos na cidade mineira de Nova Lima. Trata-se de um dos primeiros projetos privados no Brasil de produção de fármaco com base na rota de biotecnologia moderna. Com forte ênfase em inovação, ele utilizará tecnologia brasileira protegida por patente internacional.

A Biomm possui uma das poucas patentes mundiais da plataforma tecnológica de produção de proteínas recombinantes, que foi pesquisada e desenvolvida no Brasil.

Externalidades positivas – A insulina é fundamental no tratamento do diabetes, doença crônica que atinge 8,3% da população adulta no mundo e 9,7% no Brasil. O número de novos casos de diabetes continua crescente, em especial nos países emergentes, e, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a doença deverá ser a sétima causa de morte no mundo em 2030.

No caso brasileiro, o desenvolvimento e a produção local de insulina e seus análogos, prevista no projeto, contribuirá para a sustentabilidade do Sistema Único de Saúde (SUS), por meio do aumento da oferta e da potencial redução de preços de medicamentos para diabetes no mercado. Assim, a operação aprovada pelo BNDES tem o mérito de possibilitar a ampliação do acesso da população a esses produtos.

Outro aspecto favorável é a afinidade do investimento com as diretrizes do Plano Brasil Maior. Nos últimos anos, a biotecnologia se transformou na maior aposta de investimentos da indústria farmacêutica internacional. As principais nações em desenvolvimento, inclusive o Brasil, têm realizado esforços de políticas públicas a fim de internalizar as competências tecnológicas relacionadas à biotecnologia moderna.

Neste sentido, o projeto da Biomm contribuirá para a consolidação de uma cadeia de valor em biotecnologia aplicada à saúde no Brasil, com geração de empregos qualificados e desenvolvimento de pesquisa científica em estado da arte mundial. A planta industrial a ser construída é uma plataforma tecnológica que permitirá a expansão do foco de atuação da companhia para o desenvolvimento e a produção de outros medicamentos biotecnológicos.

A aprovação do apoio financeiro ao projeto da Biomm ocorre logo após o BNDES ter anunciado a renovação do Programa de Apoio ao Desenvolvimento do Complexo Industrial da Saúde (BNDES Profarma), que tem entre suas prioridades o fomento a projetos relacionados à biotecnologia para a saúde humana, como este da Biomm.

Participação acionária - A BNDESPAR é acionista da Biomm desde a sua fundação, em 2001, e detém, atualmente, 14,36% de participação no seu capital social total.

Nos termos aprovados da operação, a BNDESPAR se compromete em participar de um eventual aumento de capital da companhia, dentro dos limites da necessidade de recursos mínimos estimados para o projeto e na proporção de sua participação acionária.

O apoio do Banco a Biomm também está em linha com seu objetivo institucional de promover a democratização do mercado de capitais. A BNDESPAR incentivou a migração da Biomm para o segmento Bovespa Mais da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (BM&FBovespa). Este segmento tem regras de governança bastante rígidas e semelhantes as do Novo Mercado.